Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Hoje vocês poderão ler um diário de bordo aqui no CoP escrito quase em tempo real! Um formato novo que se agradar tentarei dar continuidade em outras viagens. Hoje dia 12 de maio de 2015 enquanto você, de algum lugar do mundo, lê a primeira parte do post, eu provavelmente vivo (ou escrevo) a continuidade dele aqui nos Açores. :)
Resolvi compartilhar essa experiência assim sem filtros e sem pensar muito antes de escrever, por isso “me dá um desconto” se sobrar ou faltar algo, durante uma viagem a gente muda, fica mais sensível, mais bobo, mais isso ou mais aquilo… cada um tem o seu “calcanhar de Aquiles”.
Ok, então vamos lá!
Sobre os Açores… a Região Autônoma dos Açores é um arquipélago transcontinental situado na parte Nordeste do oceano Atlântico, um território autônomo de Portugal e por isso faz parte da Comunidade Européia. São Miguel é a maior e mais populosa das nove ilhas e é constituída por três vulcões. De Lisboa até São Miguel são duas horas e 1/2 de vôo, ou seja, não é tão perto assim! O mesmo tempo de vôo é preciso para fazer Amsterdã – Lisboa (passando por cima três países: Bélgica, França e Espanha!). O Clima nos Açores é instável: chuva, sol, vento, garoa, tudo no mesmo dia e talvez seja isso que proteja a ilha de uma exploração turística massificada. As pessoas são amáveis, o idioma é português com sotaque “engraçado”, como dizem os portugueses do “continente”, mas eu entendo tudo perfeitamente. A telefonia: continua +351 e chips pre-pagos podem ser adquiridos com a Vodafone em Lisboa ou em Ponta Delgada e valem em todo o território nacional (a Vodafone é a minha operadora preferida por causa dos Eur-20.00 = 5GB de net). Uma app legal: Açores Nostro. Sobre a religião: são extremamente católicos e por isso existem muitos conventos, igrejas, capelas e festas populares em torno de temas religiosos. Barriga de Freira, Papo de Anjo são nomes de sobremesas, por aí já dá para imaginar o quão importante a religião foi e é culturalmente para a ilha.
Mais informações técnicas podem ser encontradas na Wikipedia e em outros guias tradicionais de turismo. Seguirei aqui com as informações práticas e emocionais dessa experiência incrível que tem sido conhecer a Ilha de São Miguel nos Açores.
Eu e o marido voamos com a Ryan Air de Lisboa para São Miguel (Ponta Delgada), inauguramos a rota e viemos em um avião cheio de cadeiras vazias, foi ótimo! Sentamos juntos, em saída de emergência, sem pagar um euro… Brasileiro gosta de tirar uma vantagem, né?! Não somos os únicos: meu marido português e uns holandeses que estavam a bordo vibraram muito mais que eu. Para o percurso Amsterdã (onde somos residentes) até Lisboa, preferimos a KLM pela pontualidade e as 24hs de serviços prestados através das mídias sociais (Twitter e Facebook), juro que já fomos salvos várias vezes de ter que passar horas em filas coma a ajuda desses dois canais. Antes de viajar recebi muitas e muitas dicas de amigos e deixo aqui um enorme obrigada à Joana Mesquita, Sofia Mendonça e Deborah Estima!
O que aconteceu para não seguir todas as dicas e meio que me deixar levar pelo acaso? A resposta é: o impacto da paisagem é muito intenso e exerce uma espécie de detox espiritual que eu acredito ser causado pela conexão imediata que estabelecemos com a natureza, desde a chegada. Chegamos aos Açores com a sensação de que o tempo aqui não será suficiente e que já é hora de voltar pra cá novamente…
Ao chegar no Aeroporto por volta das 12:00h da tarde apanhamos um taxi para o nosso hotel Açores Atlântico e tivemos uma mega sorte de fazer a corrida com o Sr. Raimundo (+351 962 912 655 ou 918 892 179) muito simpático e nos presenteou com uma mini tour, mapas, dicas e nos cobrou os justos e tabelados Eur-9.00. O hotel fica na marina antiga, perto de tudo e legal para quem ainda não conhece a ilha (nem locals) poder chegar e se ambientar um pouco.
Almoço… Famintos, deixamos as coisas no hotel e corremos para o tasco (lanchonete) mais próximo para comer algo rapidinho e sair pesquisando um operador que nos levasse para a observação de cetáceos em alto mar dentro do que gostaríamos em termos de responsabilidade com a nossa segurança mas também que tivesse como missão de garantir o bem estar dos animais no seu habitat natural, motivo pelo qual decidimos ir em um bote e não em barcos turísticos. Com essas características, encontramos a Picos de Aventura e reservamos para o dia seguinte.
Jantar… Comer é um evento na vida dos portugueses, quem conhece ou convive com um(a) sabe bem do que estou falando. Para jantar, recebemos a indicação fofa de um amigo tuga: a Tasca – 10 minutinhos a pé do hotel – e lá fomos. Eu não fazia idéia do que esperar, mas sabia que comer bem seria garantido. Chegando lá: o lugar era incrível e estava completamente cheio (o amigo avisou para reservar e fizemos por telefone), como entrada pedimos cogumelos refogados no alho, lapas (um marisco típico da região que é servido assado com molho de limão e manteiga numa frigideira ainda quente) e carpaccio de atum. O prato principal foi 1 dose de Pote à Pescador, um cozido de peixes da estação com legumes que não conseguimos terminar, de tão bem servido que era. Atenção: 1 dose, normalmente serve uma pessoa, mas sempre peço 1/2 dose e fico pra lá de satisfeita). Tudo isso, acompanhado de um vinho branco de-li-ci-o-so (produzido nos Açores!) chamado Frei Gigante. Para sobremesa abacaxi, já que os Açores também são produtores da fruta. Muita chuva nos fez desistir de ir para a Festa do Espírito Santo no Campo de São Francisco.
Conferimos o café da manhã do hotel: tudo ótimo! Geléias, queijo fresco, pães, croissants, ovos. Detalhe: se gostar de ovos bem passados, peça “ovo frito com gema dura”, do contrário receberá ovos com gema mole, independente do número de vezes que os retornar para a cozinha. A equipe do hotel foi muito prestativa e nos ajudou contudo que precisamos (informações, impressões, etc) e após o café da manhã recebemos o carro alugado com a Ilha Verde Rent a Car, com a possibilidade de recebimento no hotel e entrega no aeroporto (sim, optamos pelo seguro oferecido). Com um carro pudemos seguir viagem explorando a ilha, afinal essa foi a finalidade da nossa viagem.
Com o carro resolvido, e estacionado na garagem grátis do hotel (outro ponto positivo para eles) seguimos para a sede da Picos de Aventura de onde partimos para o mar acompanhados de mais oito tripulantes, uma bióloga e um capitão para a observação de cetáceos.
Almoço… Não comemos nada, fomos direto para o mar. E lá ficamos aproximadamente 3 horas e 1/2 em alto mar. As baleias não apareceram, mas interagimos com um lindo grupode golfinhos Comum, formado por mais de 40 membros, entre eles bebês e adolescentes que nos acompanharam por bastante tempo e se mostraram muito curiosos com a nossa presença. Mais adiante uma tartaruga Careta apareceu para nos saudar e na volta um outro grupo de golfinhos Roaz (residentes da ilha), também muito divertidos e bem humorados, vieram dizer adeus.
Na volta, demos de cara com as rua cobertas por flores (literalmente). Pensei que era para mim (rs), mas na verdade era para a Festa do Espírito Santo que acontece anualmente e é lindíssima!
Jantar… Paramos para beliscar um pouco (um sopa, salada de polvo e lapas) no restaurante Mercado do Peixe e de repente o cansaço tomou conta – as 19:00h corremos para o hotel e dormimos até o dia seguinte.
Fizemos o checkout no Açores Atlântico e com carro alugado da Ilha Verde Rent a Car, seguimos para a região das Furnas, bastante conhecida pelo cozido nas caldeiras vulcânicas naturais da Ilha, embaixo de muita chuva.
Almoço… Paramos para visitar as caldeiras das Furnas (onde os cozidos são preparados) mas por causa da chuva não deu para aproveitar muito a experiência em si, seguimos então para um dos restaurantes clássicos da região, onde o cozido preparado nas caldeiras é vendido: Banhos Ferreos. O restaurante também dispõe de uma mini termas para quem quiser fazer uso antes da refeição. E lá, o marido pediu uma 1/2 dose do cozido (de carne de boi, porco e galinha) com legumes, que segundo ele, estava muitíssimo saboroso e eu posso atestar que os legumes com os quais fiz a festa, eram de alta qualidade e estavam deliciosos.
Seguimos para o segundo hotel e demoramos um pouco para encontrar o residencial Vista do Vale (as coordenadas no Google maps mandava para um descampado) mas pedindo indicações e conseguimos chegar. O hotel é muito agradável, nota-se que passa por manutenção e é muito bem cuidado. Tem garagem própria, recepção e café da manhã. Mais uma vez a simpatia local nos chamou atenção, a recepção nos indicou as termas da região com a dica de ser a melhor opção para dias de chuva, uma vez a temperatura das piscinas chega aos 40•C.
E foi o que fizemos. Escolhemos as termas do Parque Terra Nostra e ficamos o restinho da tarde submersos em água morna vulcânica natural até a chuva passar. O parque é lindo e vale muito caminhar explorando os arredores das termas, são tantas espécies de plantas, de pássaros e o contato com a natureza já começou a se intensificar ali.
Jantar… Resolvemos sair das Furnas e ir para Ribeira Quente e nessa travessia fomos finalmente apresentados aos Açores. Depois de descobrir algumas caldeiras ainda na vila e contemplar um pouco todo aquele vapor vulcânico assim em praça pública, seguimos ao encontro do nosso jantar.
No caminho, montanhas de 400 metros cobertas por mata Atlântica virgem, de um lado e de outro da estrada, com um verde tão intenso, uma quantidade de pássaros enorme e várias fontes de água ao longo do percurso de 15 minutos entre uma vila e outra, se revelaram para os nossos dois pares de olhos completamente histéricos. Não há palavras que possam medir o tamanho do nosso deslumbramento com essa natureza tão perfeita que nos foi dada e que neste momento é tão frágil e sofre tantas ameaças. Por um momento quis abraçar uma montanha e sair correndo com ela para algum lugar onde ninguém pudesse destruir. Me emocionei. Chegamos os dois ao restaurante Ponta do Garajau entalados com tanta beleza na garganta.
O restaurante é muito lindo e típico, serviu peixe espada fresquinho, salada de polvo, creme de legumes, salada de folhas deliciosa e abacaxi do melhor como sobremesa. Lá pudemos encontrar o vinho branco oficial dessas férias: Frei Gigante, em garrafa de 1lt e também 1/2 garrafa.
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Foto de capa: Vicky SP/Shutterstock
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Obrigada pela leitura e por ajudar a cuidar do nosso planeta com turismo sustentável. Não sujar é ajudar a limpar. A fauna e a flora que nós tanto amamos explorar e conhecer, dependem exclusivamente de nós para continuar existindo: descartar plástico, vidro, latinha ou ponta de cigarro no lixo apropriado é a melhor maneira de preservar o nosso paraíso chamado Terra.
A Priscilla escolheu como mantra a frase de Amyr Klink: "Pior que não terminar uma viagem é nunca partir". Adora mapas e detesta malas. Não perde uma promoção ou um código de desconto e coleciona cartões de fidelidade. Nas horas vagas é diretora de arte, produtora de festas, dj e coletora de lixo nas ruas de Amsterdã. Escreve aqui e no www.almostlocals.com
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.