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Descobri que road trip é o meu tipo de viagem favorito, mas a minha coleção é ainda bem tímida. Os Estados Unidos são um prato cheio para quem gosta de pegar a estrada. O site Atlas Obscura fez um projeto memorável: catalogou num mapa viagens de 12 livros distintos que percorrem a América. Aparentemente a tarefa não foi fácil. Foram 1.500 pontos, sendo alguns bem difíceis de serem rastreados, tanto que alguns livros não passaram no teste e não entraram para a lista. A premissa era ter uma narrativa que batia cronológica e geograficamente. Também foram considerados apenas textos não-fictícios e narrados em primeira pessoa.
Para quem tem planos de fazer uma road trip nos Estados Unidos, esse mapa é um achado e tanto. Eu, particularmente, adoraria fazer as viagens dos livros “The Electric Kool-Aid Acid Test”, do Tom Wolfe, que vai além dos Estados Unidos passando por Canadá e México; “Travel with Charles in Search of America”, do John Steinbeck, que dá uma volta completa no país, de Seatlle ao Maine, do Maine à New Orleans, de New Orleans à Seattle; e “Blue Railways: a Journey into America”, do William Least Heat-Moon, essa um pouco mais complexa, não passa pela Califórnia, mas também dá uma volta completa e, ainda, entra para Missouri.
O projeto tem duas coisas legais: uma que é o trabalho incrível que foi feito para mapear as cidades de cada um dos livros e, ainda, incluir os trechos da história que se passa na cidade; a outra é a bela lista de livros, inspiração para próximas leituras.
Wild, de Cheryl Strayed, que faz uma caminhada solitária de 1.770km da chamada Pacific Crest Trail (PCT), trilha que atravessa a costa oeste americana, por três meses. A decisão foi tomada de forma impulsiva após ver sua vida desmoronar após a morte da mãe.
The Cruise of the Rolling Junk, de F. Scott Fitzgerald, 1934. Ensaios jornalísticos que o autor escreveu para a revista Motor descrevendo a viagem que fez com sua esposa de Connecticut até a cidade natal de Zelda, o Alabama.
Rolling Nowhere: Riding the Rails With America’s Hoboes, Ted Conover, 1984. Conover viajou por um ano pegando caronas em trens de carga para aprender a sobreviver como um vagabundo. Durante essa viagem ele foi entrevistando pessoas que vivem a vida dessa maneira. Este é seu primeiro livro.
A Walk Across America, Peter Jenkins. 1979. O livro narra a viagem de Jenkins com seu cachorro Cooper de Nova Orleans ao norte do Nova York. A história descreve a desilusão do autor com a sociedade nos anos 70 que o levou para a estrada nessa caminhada por toda a América e tudo que encontrou nela.
Cross Country: Fifteen Years and 90,000 Miles on the Roads and Interstates of America with Lewis and Clark, Robert Sullivan. 2006. Sullivan conta histórias que sua família viveram numa road-trip que atravessou os Estados Unidos, de Oregon à Nova York.
The Lost Continent, Bill Bryson. 1989. Bryson refez suas viagens de infância em “O Continente Perdido” atravessando 38 estados a partir de sua cidade natal Des Moines, em Iowa. O livro é o relato da experiência.
Blue Highways: A Journey into America, William Least Heat Moon. 1982. A obra se baseia na uma viagem circular feita pelo escritor pelas estradas secundárias do seu país, marcadas em azul no mapa rodoviário. Perturbado pela perda do seu trabalho de professor universitário e pelo fim da relação com a primeira esposa, da qual se tinha separado recentemente, o escritor parte de Missouri numa viagem por três meses em busca de uma nova perspectiva de vida.
On the Road, Jack Kerouac. 1957. A história de dois amigos, Sal Paradise e o andarilho Dean Moriarty, viajando de Nova Jersey até a Costa Oeste americana. Na viagem deparam-se com diversos tipos de pessoas, numa jornada pela mítica Rota 66, que acaba sendo também uma viagem de auto conhecimento dos dois personagens.
Roughing It, Mark Twain. 1872. Livro semi-autobiográfico escrito entre 1870 e 1871 é uma prequela do seu primeiro livro “The Innocents Abroad”. A história narra suas aventuras pelo Oeste americano, Salt Lake City e Havaí.
Zen and the Art of Motorcycle Maintenance, Robert Pirsig. 1974. O livro narra 17 dias de viagem de moto pelos Estados Unidos feia pelo autor e seu filho. A viagem é pontuada por percepções filosóficas, muitas delas em epistemologia e em filosofia da ciência, em que o aturo se refere como chautauquas.
Travels with Charley, John Steinbeck. 1962. Conta a viagem por estrada pelos EUA de Steinbeck na companhia do seu cachorro Charley em 1960. Steinbeck escreveu que foi impelido por um desejo de conhecer melhor o seu país, já que ganhava a vida escrevendo sobre ele.
The Electric Kool-Aid Acid Test, Tom Wolfe. 1968. O livro, uma narrativa das aventuras dos Merry Pranksters, grupo de pessoas que acompanhavam o escritor Ken Kesey, também é notável pelo experimentalismo com o uso de onomatopeias, livre-associações e o uso pouco ortodoxo de pontuação – como vários pontos de exclamação finalizando a mesma frase e itálicos – para ilustrar textualmente as idéias excêntricas de Ken Kesey e seus seguidores.
Agora o meu desafio é colocar essas viagens num mapa navegável para entender distâncias e tempo que levaria para fazer cada uma delas.
Fonte resumo livros: wikipedia
Foto destaque: Andrey Bayda – shutterstock.om
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsalguém pode me indicar livros brasileiros?
pensou nas road brasilieiras.
grandes sertão veredas, pra citar um único clássico e o mais pé na estrada de toda America
hmm… apesar de ter visto só agora sua resposta, adorei a sugestão
Não sei se dá mais vontade de comprar uma passagem ou um livro.
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.