Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Houve época em que o Restaurant Week era, no mínimo, exaustivo. Mil ligações para descobrir qual restaurante ainda tinha reserva para o Domingo, aquelas filas intermináveis, aquelas decepções ao descobrir que o restaurante favorito estava servindo espaguete com manteiga.
O frisson passou, o Restaurant Week amadureceu e está melhor do que nunca. Reservas são feitas facilmente pelo site, os restaurantes aprenderam a fazer menus dignos pelo valor proposto, e o custo está bem baixo com relação ao benefício.
Para provar, a equipe do blog se distribuiu provando algumas das nossas apostas, confira aqui o resultado:
Por que ir: O nome do restaurante não era conhecido, e o motivo é que não é um restaurante. É, na verdade, um espaço para eventos que pode ser alugado para festinhas, para oferecer um almoço ou mesmo cozinhar a sua própria refeição. Fica em uma casinha colonial restaurada linda, e durante o Restaurant Week está aberto todo dia para o almoço, feito pelo chef Fabio Bitelli
O que pedir: O menu dessa temporada é de comida brasileira, simples mas bem gostosa e bem preparada. A estrela, curiosamente, é a entrada. Essa fotinho mostra a coxinha feita com massa de banana e recheio de carne seca desfiada. Pena que só vem 2 (uma, na foto, já estava na barriga). Os dois pratos principais são bons, um baião de dois de arroz integral com um filézão de queijo coalho por cima e um linguine à alagoana, com camarões e molho de manga, levíssimo. De sobremesa, ficamos na panna cotta com calda de jaboticaba, que estava de comer de joelhos.
Valor da conta total para 2: O lugar é muito simples e só vende vinhos ou clericot em taça, sucos e chás. Mas tudo é barato. Com uma taça, uma água e uma pinga para fechar (ninguém é de ferro), tudo deu R$112.
Vale a pena?: Com certeza! Para conhecer o lugar fofo, experimentar a comida deliciosa e ainda bater um papo com o pessoal de lá – 3 pessoas ao todo – para saber mais sobre a casinha.
Por que ir: Na hora do almoço na segunda, as opções de restaurantes são poucas. O Itália Mia pareceu uma ótima para comer uma boa massa em um dia como esses. Ocupando o espaço que antes era de outra cantina conhecida da cidade, o Buca Romana, o ambiente é praticamente o mesmo. Hoje, no almoço, eles servem um grande buffet, mas você também pode optar por pedir a la carte.
O que pedir: Na entrada, o mini-polpetone é uma ótima pedida, ainda mais por concorrer com uma bruschetta simples. E compensa. As almôndegas vem mergulhadas em um molho grosso e suculento de tomate, e são preparadas com pimenta calabresa bem aromática. Entre os pratos, a polenta parece apetitosa, mas optamos pelo gnocchi sardo (feito com semolina) com molho de linguiça e funghi. É um bom prato, equilibrado e saboroso, mas pouco memorável. Na sobremesa, uma opção parece uma enganação. Tartar de frutas deve ser apenas uma salada de frutas virada em um montinho. Ficamos com o salame de chocolate, que infelizmente vinha com pouquíssimo sorvete e não agradou.
Valor da conta total para 2: Considerando que era só almoço, e ficamos na água, o cardápio para dois saiu R$90. Talvez seja o mínimo possível durante o RW.
Vale a pena?: Mais ou menos. O restaurante é relativamente barato e acho que visitá-lo fora do evento deva valer mais. Agora, outros italianos com proposta mais arrojada – e atendimento mais simpático – talvez mereçam mais atenção.
Por que ir: O lugar é uma gracinha e super aconchegante, com vários penduricalhos pelo teto e paredes, garimpados pelas próprias donas. Nasceu como mercearia em 1991, mas logo depois passou a vender sanduíches e quiches, isso dá para notar no ambiente. A chef, e uma das donas, Flávia Mariotto, super simpática, sempre está por ali para saber se está tudo bem e bater um bom papo.
O que pedir: Para a entrada, experimentamos tanto a salada marroquina de cenoura e laranja quanto o minicanelone de ricota. Os dois pratos foram bem mornos e estavam apenas ok. Para o prato principal, eu e meu acompanhante – que é bem carnívoro, por sinal – escolhemos a moqueca vietnamita de legumes com arroz jasmin, essa da foto acima. Na verdade, essa moqueca foi o que fez nossa escolha pela Mercearia: queríamos experimentar um prato vegetariano mas não queríamos massa. A moqueca estava bem gostosa e o prato era bem caprichado, gostamos bastante. Na sobremesa, nos dividimos de novo e pedimos o fondant de chocolate e o flan de coco. Gostosas, mas o fondant era um pouco doce demais para nosso gosto.
Valor da conta total para 2: Além de vinhos e batidas, o restaurante têm cerveja artesanais. O nosso jantar ficou em R$156, com duas águas, caju amigo – quem nunca? – e uma garrafa de Colorado.
Vale a pena?: Para provar a comida do Restaurant Week, eu acho que vale mais pelo ambiente do que pela comida oferecida, a entrada não convenceu. Mas o cardápio habitual do lugar me deixa com vontade de ir visitar novamente, pela quantidade de opções vegetarianas e veganas interessantes que oferece. O atendimento é ótimo.
Por que ir: O Marcel, apesar de um clássico, era um dos poucos franceses da lista que não conhecíamos, por isso a decisão em escolhê-lo. O lugar é famoso pelo seu soufflée de gruyère, o carro chefe da casa. Jean Durand, o nome inicial por trás do restaurante, desembarcou no Brasil em 1951 e, como confeiteiro de formação e grande cozinheiro, assumiu a cozinha de um dos restaurantes mais consagrados da época, o La Popote. O Marcel já completou 60 anos de história e o soufflée criado no início dos anos 60 se tornou o grande ícone de sua cozinha. Hoje, a cozinha é comandada pelo chef Raphael Despirite (genro de Jean Durand). Os pratos são criativos e bem preparados. O lugar em si não é tão charmoso quanto a maioria dos restaurantes franceses, mas é aconchegante e o atendimento impecável, mesmo em meio ao Restaurant Week, quando muitos lugares pecam nesse quesito.
O que pedir: O menu do Restaurant Week tem 2 opções de entradas e 3 de prato principal: salada de folhas verdes com salmão e sopa fria de tomates assados; os pratos principais são peixe do dia em crosta de pão, creme de cogumelos secos e espinafre, parmentier de canard com purê de batatas (foto) ou soufflée de queijo gruyère. Experimentamos as duas últimas opções e não nos arrependemos. O soufflée é bem servido e um pouco mais pesado, pois o queijo é caprichado, mas é de comer de joelhos. Já o parmentier de canard é saboroso e cozido na medida certa. As duas sobremesas também são de chorar de tão deliciosas, profiteroles ao chocolate e o marjolaine classique, mesmo aos paladares que não gostam muito de doces.
Valor da conta total para 2: Gastamos R$ 202,00, pois além dos 2 menus, também pedimos 4 águas no total, 1 café e uma garrafa de vinho (argentino por R$ 58,00/garrafa), selecionada especialmente para o menu do Restaurant Week.
Vale a pena? Sim, mesmo fora da época do Restaurant Week os preços são acessíveis (pratos de R$ 50 a 100,00). O atendimento super atencioso também nos surpreendeu. A noite seguiu de forma impecável e além das nossas expectativas.
Por que ir: Sempre quis ir no Momotaro. Confesso que tenho um pouco de preguiça do menu-padrão dos japoneses: sushi, sashimi, tempurá, shimeji e toda imensa variedade de salmão. Como se a culinária do Japão fosse só essa. Mas o restaurante tem outra proposta: apostar em uma culinária criativa e que explora o outro lado do país. O ambiente é como um bar de saquê no Japão, sem muita firula. Ainda assim, super elegante.
O que pedir: Esse é um dos restaurantes que, fora do RW, é bem salgadinho (a conta, não a comida). Até por isso, só participa no almoço, o que é uma pena. Nessa semana, para a entrada, carpaccio de salmão ao molho ponzu, salada de folhas verdes com algas, ou temaki de salmão. Para o prato principal, um combinado de sushi, yakissoba ou chicken katsu. Exatamente pela fama de não ser restaurante japonês e sushi, temaki e yakissoba, não brilhou os olhos. O que realmente valeu a pena é o molho ponzu do carpaccio de salmão. Pedi o chicken katsu por parecer ser o mais diferente, mas era um frango milanesa. Bom, mas frango milanesa. Adeus sonhos de frutas raras e espumas indecifráveis que esperava.
Para completar a cena, a sobremesa era banana caramelizada com sorvete de baunilha. Sim, igual ao rodízio japonês da esquina que sua mãe insiste em ir.
Valor da conta total para 2: Gastamos R$ 114,00, no meu almoço.
Vale a pena? O atendimento foi bom, e a comida ótima. Mas altas mesmo, eram minhas expectativas.
Seu exacerbado entusiasmo pela cultura, fauna e flora dos mais diversos locais, renderam no currículo, além de experiências incríveis, MUITAS dicas úteis adquiridas arduamente em visitas a embaixadas, hospitais, delegacias e atendimento em companhias aéreas. Nas horas vagas, estuda e atua com pesquisa de tendências e inovação para instituições e marcas.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.