Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
A Cidade do México é para mim igual a São Paulo: uma megalópole imensa com trânsito eterno, uma cena cultural intensa e restaurantes maravilhosos. Muita gente pensa que D.F. (como é chamada pelos locais) é perigosa e caótica, mas, como qualquer cidade grande, existem áreas tranquilas com ares bucólicos. D.F. é imensa, cheia de cores, sabores e uma cultura local bem presente em uma das cidades mais intensas das Américas. O centro da cidade, o Zócalo e o Museu de Antropologia são imperdíveis, mas vamos dar um passeio pelos bairros que estão na moda na Cidade do México?
Ao buscar quais são os bairros mais hipsters do mundo, a Colonia Roma Norte na Cidade do México aparece em diversas listas. O mais bacana, para mim, é que apesar de ser um bairro hipster, Roma Norte tem muito mais personalidade local, se comparado com bairros de outras cidades do gênero nos países do norte, onde tudo é mais ou menos pasteurizado. As casas, como em vários bairros da cidade, merecem fotos. A maioria delas são de estilo Art Noveau, Belle Époque e também em estilo colonial. O bairro é jovem e boêmio, com street art em todos os lados.
Comer, comprar, tomar um café, ver arte. Esses são os programas principais do bairro. O point cultural é o MODO, museu de design, comunicação e objetos. Fica na Rua Colima, onde você também encontra lojas descoladas como a vintage Goodbye Folk que faz sapatos por medida e a concept store 180 grados, com bicicletas, livros, objetos para casa e roupas de designers locais. As blusas, tote bags e pôsteres das Olimpíadas de 68 na cidade são o máximo.
A Rua Colima também abriga alguns dos melhores restaurantes da cidade. A primeira vez que fui ao bairro foi para comer no Rosetta, um italiano moderno e que fica em uma casa lindíssima e charmosa. É um dos mais disputados de DF e está na lista da San Pellegrino como um dos 50 melhores restaurantes do continente. Bem perto, fica a Panaderia Rosetta, a padaria do restaurante, com pães caseiros e recém-saídos do forno. Outras ruas do bairro para passear são a Orizaba, que termina na Plaza Rio de Janeiro, e a Álvaro Obregón.
Se você quiser comer algo mais mexicano, não perca o Contramar da Colonia Roma. Especializado em frutos do mar, o taco de atum é uma das melhores coisas que comi no México. Já o meu taco de camarão favorito fica no Dulcinea. O Azul Histórico é outro restaurante querido da área. Fui somente ao Azul Condesa (que fica em Condesa, outro bairro deste guia), mas como o grupo é responsável por restaurantes bem famosos na cidade, recomendo o Azul Histórico menos pela localização, já que ele fica no pátio de um casarão colonial. O Romita Comedor, um dos restaurantes mais famosos do bairro, não tem esse posto só pela comida: a casa onde fica o restaurante tem um teto de vidro maravilhoso e é um dos restaurantes mais utilizados como cenário de filme na Cidade do México.
Para dar um outro rolê cultural no bairro, a Galeria OMR é uma das mais importantes da cidade e fica na Colonia Roma Norte.
O Mercado Roma, o Eataly versão mexicana, também fica no bairro. É um enorme centro gastronômico, com restaurantes, lojas de doces e de ingredientes, para levar tudo na mala. O Purveyor 46 tem mais charme, porém com um conceito parecido com o do Mercado Roma: um casarão do século 19 e que oferece alguns dos melhores restaurantes da cidade, mas numa versão reduzida.
Para se hospedar na Colonia Roma, o La Valise Hotel é o novo querido da área. É um hotel boutique pequeno, que fica em uma mansão de estilo francês.
Condesa tem uma vibe Soho ou Greenwich Village, bairros de Nova York. Ou seja, saem os hipsters de cena, entra um público mais arrumadinho. O bairro também é jovem, cheio de parques, lojas e restaurantes com mesas na calçada, ideias para apreciar o movimento.
A avenida mais bonita do bairro talvez seja a Amsterdam, um boulevard verde com casas Art déco em volta. Essa avenida fica em volta do Parque México e, se você olhar o formato dela no mapa, vai entender o que ela foi no passado: uma pista de corrida de cavalos. A Avenida Michoacán também é outro ponto importante do bairro e também corta o Parque México.
Para compras, a loja da Adidas Originals no bairro é bacana, porque fica em uma casa sempre cheia de street art. Já a famosa livraria El Pendulo tem uma filial no bairro. A enorme Librería Rosario Castellanos é outra que vale o passeio.
Deu fome? O Azul Condesa fica no bairro e salivo só de lembrar do Mole Poblano de pato deles. Se você estiver com vontade de tacos em um lugar muito mais tradicional e barato, o Tacos Gus é uma taqueria bem famosa no bairro. Para comer tamales gostosos e com mil e uma possibilidades de recheios, a Flor de Lis é outro lugar tradicional em Condesa. Se você estiver em uma terça-feira pelo bairro, não perca o Tianguis de Condesa. Tianguis é como é chamada a feira-livre no México e lá você encontra o melhor do street food e suas frutas exóticas. À tarde, para descansar as pernas depois de ir a todos os museus, parques e ruas de Condesa, a Nómada Heladeria é uma sorveteria artesanal com sabores muito criativos, como o de manga com licor de pimenta, leite cítrico ou milho com goiaba.
Para terminar o dia, o bairro tem opções quase infinitas de bares, mas o La Clandestina é um dos mais bacanas e especializado em mezcal (feita de maguey, uma planta local). Os mezcais mais artesanais do México não são engarrafados e, por isso, o La Clandestina serve a bebida em tonéis de plástico. E tudo isso num ambiente com luzes vermelhas e uma decoração descolada, afinal estamos em Condesa.
Para se hospedar, o hotel mais famoso da região é o Condesa DF, sempre com festas no terraço e bastante badalação. Hotel boutique e de design, pertence ao grupo Habita, que também gerencia outros hotéis na cidade.
Colado em Condesa, esse talvez seja o bairro com a maior concentração de atrações culturais na Cidade do México. Em San Miguel Chapultepec fica o Bosque de Chapultepec, o maior parque da cidade. Lá estão os famosos Museu de Antropologia, o Museu Tamayo de Arte Contemporáneo, o Museu de Arte Moderno, o Castillo de Chapultepec e muito mais.
O bairro é uma mistura de mansões e casas abandonadas, que vão dando lugar a novos edifícios. As ruas têm uma vibe meio Jardins, meio Pinheiros, com uma mistura sem fim de estilos arquitetônicos.
Além de todos os incríveis museus que estão no Bosque de Chapultepec, em San Miguel você encontra ainda uma cena de galerias de arte. Dá para achar as mais relevantes na Ruta de Galerias, que inclui a Galería Kurimanzutto, GAM, Galeria de Arte Mexicano e a Casa Gilardi, modernista e coloridíssima.
Nesse guia não pode faltar Polanco, que é o bairro onde sempre me hospedei na Cidade do México e que é então o que melhor conheço. É um bairro com ruas maravilhosas, restaurantes, museus e lojas impressionantes. É o mais posh da cidade e tem muita personalidade e conteúdo. Vale um post 100% focado em Polanquito, como é chamado pelos Chilangos de DF. Então se você estiver com viagem marcada para a Cidade do México, escreva nos comentários, porque estou pensando se faço um post sobre Polanco na semana que vem!
*Foto destaque: unsplash.com/@davidcazares
A Sarah morou em 5 cidades diferentes nos últimos 9 anos, seja a trabalho ou no sabático que tirou em Barcelona. Na hora de planejar uma viagem, gasta 70% do tempo pensando onde vai comer, porém tenta queimar as calorias conhecendo as cidades de bike . Já teve que renovar passaporte por falta de espaço para novos carimbos mas ainda tem a África e Oceania como pendências.
Ver todos os postsEm 15 dias vou à Cidade do México e salvei aqui tuas dicas. Obrigado.
oie, só note que o post é um pouco antigo, então algumas coisas podem ter mudado desde então :) Boa viagem ;*
Oi Sarah!!! eo post de Polanco? :)
queria dicas de restaurantes por lah…
ola, estou indo em dezembro. obrigado pelas infos.
muito bem detalhadas e exclusivas
queria saber sobre polanco.
Sarita, adorei o post! Quero mais infos, acho que vamos lá em muito breve :)
Fiquei na Álvaro Obregon, na Colonia Roma Norte e super recomendo. Central, com metrô perto, e à noite, quando você está mais cansado, tem milhares de bares e restaurantes charmosos em volta.
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.