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Museus incríveis: Pérez

Quem escreveu

Renato Salles

Data

15 de June, 2015

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Já faz bem uns 10 anos que Miami vem se transformando, e acabando com a imagem tradicional que os turistas tem de compras, praia, cadillacs e flamingos pink. Desde a chegada de uma das maiores feiras de arte do mundo, a Art Basel, em 2002, esse quintal da classe média-alta brasileira tem se tornado uma das cidades com a cena artística que mais cresce no mundo. Além do evento de alcance mundial e o novo e fervilhante distrito das artes, em 2013 Miami recebeu um reforço de peso para e estabelecer como um centro também de cultura: o Pérez Art Museum Miami, ou para os íntimos, PAMM.

Antigamente conhecido como Miami Art Museum, o museu ocupava antes um galpão projetado por Phillip Johnson na Flagler St., mas mudou de nome na inauguração do complexo novo, graças a uma doação de US$35 milhões do colecionador Jorge M. Pérez, junto com outros US$100 milhões de investimentos públicos para a construção. E que construção! Com só 3 andares, o prédio novo parece uma casa linda, mas em escala gigantesca. São mais de 18,5 mil m² de área, sendo 7,5 mil m² só de área externa.

O projeto do museu é dos arquitetos suíços Herzog & deMeuron, responsáveis também por megaprojetos como o Ninho das Olimpíadas de Pequim, e teve como inspiração as casas de madeira suspensas sobre a água de Stilisville, no meio do mar ao sul de Key Biscayne. São vários blocos de vidro e alvenaria branca flutuantes, uma delicada cobertura reta de madeira sustentada por pilares longos e finos, e enormes cilindros de jardim exuberante pendurados do teto, regados pela própria captação de água da chuva. É tudo muito simples, mas muito bonito.

foto: Shutterstock - MR. INTERIOR
foto: Shutterstock – MR. INTERIOR

Isso sem contar com a área em volta. O museu foi construído no meio do antigo Bicentennial Park, agora rebatizado Museum Park, dividindo espaço com o Patricia Frost Museum of Science. Para apreciar a vista incrível que se tem do parque e do mar de lá, toda a volta do museu tem grandes varandas com bancos, poltronas e balanços, ótimos para perder tempo jogando conversa fora. No térreo, logo na entrada, ainda tem um restaurante e um bar bacanudos e uma loja de presentes que é uma tentação. Prepare o bolso e o desapego, porque dá vontade de levar tudo. Os espaços expositivos dentro são todos muito amplos, a maioria com janelões abertos para o exterior, e um curioso auditório ocupa uma grande escada de circulação, com fechamento feito por pesadas cortinas de tecido. E espalhados por vários cantos do museu, você ainda encontra uma série de espaços menores, que podem ser usados para estudar, fazer reuniões, e até alugar para eventos.

Tá, mas e a arte? Confesso que com uma arquitetura dessas, a arte pode acabar em plano secundário. Mas isso não quer dizer que não valha a pena também. O acervo é relativamente novo, mas já conta com mais de 1800 peças e nomes do calibre de Olafur Eliasson, Frank Stella e Diego Rivera, para citar só os mais conhecidos. O foco é arte do século XX e arte contemporânea, bem como cultura dos países atlânticos (Américas, Europa Ocidental e África). Além disso, eles tem montado exposições temporárias e algumas individuais com os maiores nomes da cena atual, e em 2 anos já passaram por lá o chinês Ai Weiwei, o catalão Antoni Tàpies, a cubana Amelia Pelaez e a brasileira Beatriz Milhazes. A exposição do primeiro ainda foi cercada de polêmica quando o artista da Flórida Máximo Caminero quebrou um vaso colorido de uma obra avaliada em US$1 milhão, para protestar contra a falta de trabalhos locais no museu. Acabou preso e condenado a prestar 100 horas de trabalhos comunitários, além de 18 meses de liberdade condicional.

Ai Weiwei e os vasos polêmicos. Foto: http://pixgood.com/
Ai Weiwei e os vasos polêmicos. Foto: http://pixgood.com/

Além disso, esculturas, instalações e obras interativas integram os espaços expositivos externos, nas varandas e jardins do museu. Por ali já estiveram uma geodésica futurística inspirada pelo trabalho do arquiteto americano Buckminster Fuller, peças de Jedd Novatt e Mark di Suvero, e uma instalação bem relaxando do designer Konstantin Grcic. O sucesso do museu até agora é tão grande, que no primeiro ano eles esperavam 60mil visitantes, e tiveram 150 mil só nos primeiros 4 meses. Não é de se admirar.

Instalação de Grcic. Foto: Shutterstock - MR. INTERIOR
Instalação de Grcic. Foto: Shutterstock – MR. INTERIOR

Chegar no Pérez não poderia ser mais fáci. O Museum Park fica na Biscayne Blv., bem ao lado do American Airlines Arena, e colado na MacArthur Causeway, ponte que leva para Miami Beach. Uma ótima opção para chegar lá é pegar o Metromover, trenzinho elevado gratuito que circunda o centro da cidade, e descer na estação Museum Park.

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Fotos sem legenda: rseefo
Foto do destaque: MR. INTERIOR / Shutterstock.com

Quem escreveu

Renato Salles

Data

15 de June, 2015

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Renato Salles

Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.