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Na religião budista, o inferno é chamado Naraka. Ao contrário do cristianismo, ninguém é condenado ao inferno pela eternidade: o recém-falecido se encontra com o rei da morte, Phya Yom, que decide seu futuro, comparando ações tomadas por ele durante a vida. A pessoa permanece então neste purgatório até que o karma negativo esteja zerado. São 136 covas para onde o indivíduo pode ser enviado, todas com suas respectivas punições. Quem vai para a Loganta, cova reservada para quem feriu pais ou monges, pode sair de lá só quando um novo Buda nascer.
É comum em vários templos na Tailândia encontrar estátuas simulando as punições recebidas por essas pessoas que chegam nesse inferno. Não só em templos, mas esses jardins podem ser também encontrados independentes. São os conhecidos jardins do inferno. A idéia deles não é assustar, mas educar. Entre tantos jardins do inferno no país, o maior deles está localizado a aproximadamente 100 km – ou 90 minutos – de Bangkok, perto da praia de Bang Saen.
Na entrada do Wang Saen Suk Hell Garden, também conhecido como Thailand Hell Horror Park, você já encontra a placa: bem-vindo ao inferno. A primeira parte do jardim é até pacífica, um Buda recepciona os visitantes. Estátuas simulando cenas espirituais são visíveis até virar uma esquina e se deparar com duas gigantes cercadas por 21 almas torturadas com cabeças de animais. A figura masculina maior é o Nai Ngean-Nai Ngean, condenado por vício e conduta desordeira. A feminina é a Nang Thong-Nang Thong, condenada por ato sexual, mal comportamento e mente sem moral. Pelas suas características, ambos são considerados Preta, ou seja, fantasmas famintos, de acordo com a cultura tailandesa.
Dependendo do pecado cometido, a cabeça da pessoa é transformada em um determinado animal: vândalos são ratos, os que causam sofrimentos a outros são cachorros e por aí vai. Além disso, cada pecado tem a sua punição: pelo assassinato do marido, a mulher recebe uma espada no coração; alcóolatras são forçados a beber óleo fervente; e trapaceiros têm os olhos retirados.
Todas estas punições, e muitas outras, estão presentes no parque, todas elas com plaquinhas explicando do que se trata. Além de procurado por turistas, é visitado por muitos locais com seus filhos. O parque aliás anda velhinho, precisando de algumas reformas mas mesmo assim muito interessante.
Quer conhecer? A melhor forma de chegar lá é pegando um taxi e fechando um preço de Bangkok. Existe um ônibus que para perto, mas nenhum táxi no caminho, ou seja, essa só se você é aventureiro e curte um perrengue. A entrada é de graça. Aberto diariamente das 7 às 19 hrs.
* Foto capa: mmajunkie
A Dani gasta todo o seu dinheiro com viagens. Um de seus maiores orgulhos é dizer que já pisou em cinco continentes. É do tipo sem frescura, que prefere localização a luxo e não se importa de compartilhar o banheiro de vez em quando. Adora aprender palavras no idioma do país que vai visitar e não tem vergonha de bancar a turista.
Ver todos os postsAqui no Brasil não precisamos de Inferno, já temos Bolsonaro como presidente.
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.