Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Não, não estou falando do clássico do cinema e sim de um evento anual que rola em Paris produzido pela grande MK2. O Cinema Paradiso foi um dos motivos que me levou à capital francesa nessa minha última viagem (junto com uma boa desculpa para visita-la, já que sempre encontro uma pra ir pra lá).
O Cinema Paradiso é um evento que mistura gastronomia, cinema e música dentro do icônico Grand Palais, um dos meus lugares favoritos em Paris. Ele toma a entrada principal dividindo-se em 4 grandes áreas: duas salas de cinema com 1.000 assentos cada uma, uma área de restaurantes e bares e, por fim, uma grande pista onde acontece o Super Club. O evento se estende por 10 dias e é praticamente sold out diariamente, já que oferece uma programação impecável com clássicos do cinema e alguns lançamentos, além de trazer os melhores selos de música eletrônica para animar a noite. A experiência toda vale muito a pena.
Fomos no dia da abertura. A minha curiosidade se misturava pelo fato de estar numa festa dentro do Grand Palais e experimentar o Cinema Paradiso em si. Peguei o pacote completo: jantei por lá enquanto assistia ao lançamento do filme Entourage, originado da série homônima. Parte do elenco estava presente tirando gritos e palmas da galera. É montada uma plateia com uma tela gigantesca (25m de cumprimento) bem abaixo da abóbada principal do Grand Palais, que estava totalmente iluminada (e linda). Para assistir o filme foram entregues fones excluindo qualquer interferência sonora externa, por isso tira-lo no meio do filme já é uma outra experiência, pois a plateia está em silêncio absoluto. O som é perfeito.
Após o filme seguimos para o Super Club, onde rolaria um Boiler Room com o selo Bromance trazendo Club Cheval, um b2b com Brodinski e Para One, o novo projeto do Surki, o Gener8ion. No palco, 2 torres de caixas de som dignas de grandes festivais. Nos dias seguintes tocaram Yuksek, Max Cooper, Kavinsky, Breakbot, Agoria, Cassius, Kindness (Dj set) entre outros grandes nomes.
Toda a produção do evento é impecável, da iluminação à qualidade sonora. A cenografia é de tirar o fôlego de tão incrível. O público é uma atração a parte. Praticamente só locais, não ouvi outro idioma senão o francês durante as duas noites em que fui ao Cinema Paradiso (voltei para ver o Kavinsky, uma pendência musical que eu tinha na minha vida).
O evento é longo. O Grand Palais abre às 19h já com uma fila imensa na porta e encerra às 6h da matina com uma grande turma ainda bem animada na pista. Para comer não há como escapar das filas, mas as opções gastronômicas são fartas, assim como as alcóolicas. São 2 filmes diferentes diariamente sempre com as salas lotadas.
Os números dessa última edição foram: 2.000 assentos nos cinemas, 22 filmes cults, 10 animações, 15 restaurantes, 3 pistas de boliche, um restaurante gourmet por Jean Imbert, 30 artistas se apresentando no Superclub tudo em uma cenografia incrível. Os ingressos com pacote completo (cinema+festa) começa a partir de 34 euros e só o Superclub custa a partir de 30 euros.
O Cinema Paradiso acontece anualmente no Grand Palais por 10 dias corridos, geralmente em junho. Em 2016 ele desembarca no Brasil trazendo o conceito do evento, mas de forma perene. Estou acompanhando o projeto de perto e posso dizer que vem coisa boa por aí trazendo uma cena que ainda não temos no país. O time envolvido é de peso tanto de lá, a MK2 (Paris), quanto daqui, o Facundo Guerra (São Paulo). Para quem já está planejando passar o início do verão do ano que vem em Paris, eu super recomendo incluir o programa na agenda porque vale cada centavinho. E fique de olho quem estiver em São Paulo.
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.