Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Uma coisa que eu aprendi muito bem com a minha mãe é como planejar uma viagem. Para ela, qualquer viagem começa seis meses antes, quando a gente tem que montar roteiro, ver passagens, hotéis, dicas de amigos, guias, e o que vai rolar lá na hora de ir. Eu sou assim, vou sempre com tudo acertadinho, datas, lugares e traslados fechados. Meu lado TOC fala alto quando o assunto é tirar férias, primeiro porque não gosto de perder tempo com essas coisas durante a viagem. Segundo porque essa antecipação, a pesquisa toda, adiciona um sabor a mais para a experiência, e prolonga a expectativa muito além dos poucos dias da viagem em si.
Tem viajante que é expert em viagem sem planos, só no improviso. Para alguns aqui do blog, essa é a única forma de ir. Eu sou do outro time, então até hoje nunca tinha me lançado no avião assim, no escuro. Mas na minha última viagem, resolvi chutar minhas manias para o alto e encarar uma viagem sem planos, só com dia e local da chegada e da partida. Isso porque eu queria conhecer as ilhas gregas, só que existem mais de mil ilhas na Grécia, então quais delas? Todas as informações que consegui eram desencontradas, incompletas ou simplesmente os motivos para ir não saltavam aos olhos. A solução foi desencanar – até para não enlouquecer – e descobrir o roteiro por lá mesmo.
E aí, valeu a pena? Sim, deu tudo certo, e até acabamos fazendo programas improváveis que valeram super a pena. Acho até que posso dar o braço a torcer e fazer de novo um dia. Mas acho que entendi algumas coisinhas que valem a pena levar em conta, para quem quer deixar o fluxo seguir quando for cair na estrada. Ah, e logo a gente lança o nosso guia completo das ilhas que conhecemos, para ninguém mais ficar perdido, ok?
DO’S
Planejar a volta: se você não é um nobre herdeiro, nem ganhou na megasena, provavelmente você tem dia marcado para voltar para o tronco. O que quer dizer que você não pode se dar ao luxo de pegar um vôo de volta só quando tiver disponível. Melhor ter garantido o seu assento no dia certinho para não ter problema com o chefe depois.
Planejar a ida: eu sempre acho que a gente aguenta mais os perrengues do trajeto na ida, quando ainda estamos animadões com as férias, e na volta já estamos cansados e meio de bode. Então prefiro sempre começar a viagem pelo lugar mais longe, e vir voltando. Até porque se rolar uma emergência que encurte a viagem, você já está mais perto da porta de saída.
Conversar com os locais: tente puxar papo com todo mundo que você cruzar, garçons, taxistas, barman, concierge, a mulher do lado no metrô… Se você quer saber a opinião sobre seus próximos passos de quem entende mesmo, com certeza alguém deles vai te clarear as ideias melhor que qualquer guia ou site.
Manter o bom humor: uma das coisas mais legais de improvisar é a surpresa, mas também pode ser a parte ruim. A chance de você se meter em roubada é grande. Hotel vagabundo, ônibus zoado, museu fechado, praia com chuva… O bom é que você pode rir da situação e seguir caminho. Parte para o próximo para não perder tempo.
Usar a hora do almoço: sempre que você vai de uma cidade a outra – ou de uma ilha a outra, no meu caso – em viagens curtas, a melhor hora para ir é no meio do dia. Você consegue fazer o check out sem ter que madrugar e sair correndo, e quando chegar os teu destino consegue sempre fazer check in na hora. É um saco chegar no hotel e ter que esperar algumas horas para poder entrar no quarto. E você pode ainda almoçar em algum lugar bem diferente no meio do caminho.
Estar conectado: você precisa tomar muitas decisões de última hora, e para isso um bom acesso à internet salva vidas. Seja para ver preços e horários, acessar mapas, ou gritar por ajuda na hora do desespero. Então, se estiver em um lugar civilizado, tenha sempre um chip com 3G no celular. Se for para o meio do mato, boa sorte. Eu não arriscaria.
DONT’S
Ter um orçamento apertado: se você está contando as moedinhas para viajar, talvez seja melhor ir com tudo pronto e pago de casa. Quando você vai pegar um hotel no balcão, ou comprar uma passagem na última hora, provavelmente você não vai conseguir os melhores preços. Os hotéis mais baratos já estão cheios, o trem só tem lugar na classe mais cara, os carros baratinhos já estão alugados. Pode acontecer – com freqüência – de você ter que pagar um pouco a mais por tudo.
Evitar trajetos longos: se você vai de uma cidade para outra dentro do mesmo país, e relativamente perto, vai achar mais opções de traslado, com vários horários e preços. Se for para lugares muito longes, ou tiver que cruzar muitas fronteiras, as opções serão mais escassas, muito mais caras e às vezes pode acontecer de elas nem existirem. Acredite, eu já tive que ir da Itália até a Dinamarca de trem assim, e foi um perrengue sem fim. Melhor deixar esses já planejadinhos.
Carregar muita bagagem: você não sabe como vai se locomover. Pode ser de avião, trem, ônibus, barco, moto, bicicleta, carona, caminhão, qualquer coisa. Deixa o baú da Louis Vuitton em casa porque ele só vai te atrapalhar. Leve uma mala leve, não muito grande, e que seja fácil de carregar. Se for para um lugar sem calçamento (uma praia paradisíaca isolada por exemplo), as rodinhas vão ser um empecilho, e aí um mochilão é a melhor pedida. Faz toda a diferença.
Se prender: você está improvisando, então se tem algum lugar que você quer ir de qualquer jeito, vá no começo da viagem. Depois disso, você pode ser levado para outra direção, e colocar um plano fixo no meio vai te engessar. Se é para seguir o fluxo, solte as amarras e deixe ele te levar.
Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.