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Chilli Beans Fashion Cruise

Quem escreveu

Renato Salles

Data

29 de March, 2015

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Eu confesso, nunca fiz e nunca tive vontade de fazer um cruzeiro. A onda desses verdadeiros prédios aquáticos chegou nos anos 2000 para ficar aqui no Brasil, mas eu achei que a minha chance de viajar em um tinha passado. Tipo aquela tatuagem que eu sempre quis fazer mas nunca decidi exatamente em que desenho, e agora já acho que fazê-la poderia parecer uma crise da meia-idade que eu nem cheguei ainda. Mas eis que me caiu no colo um convite para encarar essa aventura, e ainda com um plus: um cruzeiro voltado para moda, música e arte. Hmmmm… interessante, não? Posso estar ficando velho, mas uma coisa que ainda não comecei a fazer é recusar oportunidades. E assim, na semana passada, embarquei em mais uma edição do Chilli Beans Fashion Cruise, que zarpou do Porto de Santos em direção ao litoral carioca a bordo do navio italiano Costa Favolosa. Marinheiro de primeira viagem que sou, corri atrás de todas as dicas de amigos para não me dar mal com o balanço do mar, e ainda sofri um pouco para fazer minha mala ‘mezzo veranesca mezzo baladística’. Bora para Santos!

Como alguns tinham me alertado, o embarque é uma bagunça. Gente espalhada por todo lado, ninguém sabe para onde ir, mas já no saguão uma DJ mandava um sonzão para animar os mais irritados. Todo mundo a bordo, motores ligados e eu já desci o primeiro comprimido de Vonau. O vai-e-vem da embarcação não é moleza, e quando mais alto você vai, pior. E põe alto nisso. No Costa Favolosa, todas as piscinas, decks externos e o bandejão (apelido dado ao único restaurante 24hs) ficam do nono andar para cima – ao todo são 12. Mas o enjôo não tem vez em uma programação tão extensa.

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Só de embarcar, tomar um banho e jantar, já tinha festa rolando no deck do fundo. Aliás o que não faltou foi festa. Alguns dos melhores DJs de hoje e das antigas bombavam as pick-ups a qualquer hora do dia. Teve Renato Lopes, Felipe Venâncio, Database, De Polainas, João Gordo, Roots Rock Revolution, os DJ’s da D-Edge, da festa Mais, do Cartel 011, mais um monte de gente bacana. Às vezes tinha mais de uma festa ao mesmo tempo, e dava para migrar daqui para lá e vice versa. A gente corria do deck para a piscina coberta, de lá para o bar ou para a boate. Nenhuma era igual à outra. Teve festa começando ainda com a luz do dia, e algumas que viraram a noite com o som no talo. Uma coisa era inevitável: todo mundo acabava a noitada no bandejão.

O bandejão virou uma instituição, porque a qualquer momento que a fome batesse, todo mundo corria para lá. Em alguns momentos, tinha uma seleção grande de saladas, carnes, massas e doces. Às vezes é só trash-food mesmo, mas era exatamente isso que a galera queria. Depois de muito gim-tônica, um hot dog basicão com uma montanha de batata frita é tudo que a gente precisa para dormir tranquilo. O bandejão era um sucesso tão grande que grande parte do tempo tinha fila. Se saísse pizza então… Mas não era só essa a opção de comida. Além disso, dois restaurantes dividiam o público na hora das refeições, ambos decoradíssimos, efusivos e muito kitsch. E que refeições! Todas seguiam o cardápio tradicional italiano eram compostas de entrada, primeiro prato, segundo prato e sobremesa. Os garçons filipinos eram muito apressados, e a gente tinha que escolher tudo de uma vez. Mas depois eles descontraíam um pouco e faziam malabarismos com o queijo ralado.

Chique, não?
Chique, não?

Nos períodos em que todo mundo não estava comendo nem bebendo, atividade não faltava. Durante o dia, a agenda estava lotada. O IED e o Istituto Marangoni, uma das maiores escolas de moda da Itália, ministravam cursos para os estudantes e entusiastas. Dudu Bertholini, Catarina Gushiken e Mari Mats montaram workshops que iam de styling a arte urbana. E vira-e-mexe todo mundo corria para garantir um bom lugar nos muitos desfiles que aconteceram. Teve Blueman na piscina coberta, teve Poko Pano no deck, teve Sumemo no cassino, teve Thais Gusmão no teatro, com uma coleção recheada da gatinha Hello Kitty, que passeava saltitante pelo navio (juro!), e ainda Amapô e Rockstter. No fim, até a chuva que ia e vinha acabou valendo a pena, pois manteve o povo mais ligado na programação, e menos no bronzeado.

Blueman na passarela
Blueman na passarela

O terceiro dia foi dedicado ao grande sponsor do evento, a marca de óculos Chilli Beans. Nesse dia, eles armaram o circo com seu evento anual Super Dose, com o Caito apresentando todas as novidades da empresa para 2015. Sendo quem são, claro que o evento não poderia ser comum. Em um teatro de 3 andares lotado com funcionários, parceiros e fãs, eles trouxeram shows da Preta Gil, Luiza Possi e até Serginho Mallandro. O pessoal da Chilli Beans parecia uma tribo, quase todo mundo tinha tatuagens aos montas, alargadores nas orelhas e muitos ainda juntavam os dreadlocks. Para alegria dessa turma, quem circulou todos os dias pelos longos corredores, e ainda deu uma palhinha de sua agulha foi o Ami James, do seriado Miami Ink.

O tempo atrapalhou um pouco o roteiro e por questões de segurança o navio não chegou a Búzios, como planejado. Mas no último dia, navegando em alto mar, fomos brindados com um lindo dia de sol, que levantou os ânimos e tirou os biquinis das malas. Pela primeira vez, todo mundo se espalhou pelo convés, aproveitou as muitas piscinas e hidromassagens, e relaxou ao ar livre. Mas isso não quer dizer que ficamos sem fazer nada. Tinha gente fotografando editorial de moda, teve evento de esportes (claro!) da Nike, e a Chilli Beans ainda montou um palco psicodélico na frente das piscinas para descer o rock’n’roll com a banda americana The Last Internationale. Showzaço! O por-do-sol visto lá do alto, com o horizonte azul a perder de vista por todos os lados foi um espetáculo a parte.

Delila Paz e cia fazendo todo mundo pular

Depois disso, na última noite, e com a energia renovada, foi o dia da desforra. Duas festas disputaram a galera, que não deu trégua e a coisa foi longe. Eu estava lá quando chegamos finalmente de volta ao porto de Santos, já com o sol raiando, e com gente ainda na pista. Foi uma maratona, mas uma das boas. Cada dia, cada momento, foi divertidíssimo. Voltei para casa precisando de (mais) férias. É, o corpo não é o mesmo para aguentar tanta festa. Mas acho que se eu encarei o Fashion Cruise e saí vivo, acho que posso começar a pensar naquela primeira tatuagem, né?

Quero agradecer ao pessoal do Vírgula pelo convite, e o povo da DJ Sound pela companhia. Se quiser ver mais fotos da viagem, dá uma olhada no álbum na fanpage.

 

Quem escreveu

Renato Salles

Data

29 de March, 2015

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Renato Salles

Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.