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Na nossa viagem do final do ano, um dos lugares que estava mais aguardando conhecer era o Vietnã. Tanto que marcamos mais dias em Hanoi do que em qualquer outro lugar, ainda mais porque ficaríamos 2 dias fora em Halong Bay. Foi o primeiro lugar que pisamos fora da Tailândia, logo depois do final de ano em Samui, em um resort de frente para o mar.
Confesso que a chegada na cidade foi um pouco frustrante: nós que estávamos em um lugar paradísiaco de repente nos encontrávamos nessa cidade caótica, entupida de gente, barulhenta e com motos para todos os lados. Ainda: por lá o inverno pega mesmo, é frio nessa época do ano e, desavisadas, tivemos que comprar roupas. Isso tudo com nossos amigos postando fotos da outra praia paradisíaca para onde eles foram depois que nos separamos. Eu acho que no final deve ser a mesma sensação quando você acaba em São Paulo só conhecendo o Rio de Janeiro.
A verdade é que Hanói é uma cidade que leva algum tempo para te agradar. Ela não é turística, a atração número 1 no Trip Advisor é o Lago da Espada Restaurada (Hoan Kiem Lake), que nada mais é do que um lago sem muita graça no meio do quarteirão antigo. Se você for para lá, não pense em fazer o típico programa de turista.
A primeira coisa que você vai notar é que as coisas são extremamente baratas. Você já chega na Tailândia achando o preço ótimo para tudo, mas no Vietnã o negócio extrapola. Uma refeição decente em um restaurante bonitão vai te custar 5 reais, na rua então é questão de centavos. O hotel, 5 dias vão te custar uma diária em Nova York.
Você deve ficar no quarteirão antigo. As 36 ruas surgiram no século 11, quando o rei nLy Thai resolveu construir seu palácio. Isso significa que o local tem mais de 1000 anos. Mesmo com a guerra, a arquitetura do local permaneceu quase intacta. É lá que você vai encontrar os melhores restaurantes, lojinhas, artesanatos locais e os principais pontos turísticos da cidade. Os taxis, diferentemente da Tailândia, ligam o taxímetro. Porém existem várias redes e o preço varia bastante de uma para outra. Existem algumas ruelas por ali que te deixarão a príncípio de orelha em pé, mas depois de desbravar algumas, vai perceber que elas são até charmosas na sua decadência. A cidade é extremamente segura.
Você vai se sentir em casa quando começar a atravessar a rua como um local. Todas aquelas histórias que você ouviu sobre atravessar a rua no Vietnã, bem, elas são verdade. É impossível andar pelas calçadas da cidade. Motos e barraquinhas de comida ocupam todo o espaço, e nós pedestres temos sempre que invadir as ruas. Falando em motos, são 4 milhões para uma população de 7 milhões. Já a comida de rua está em todo lugar: banquinhos pequenos lotados de locais dividem o espaço com barraquinhas esbanjando pedaços inteiros de porco ou frango assim, para todo mundo ver. Não comi porque sou vegetariana, mas confesso que morri de vontade de experimentar, e considero na próxima vez fazer uma excessão.
Um ponto imperdível na cidade é o Museu da Mulher Vietnamita: é lá que você entende por completo o papel das mulheres do país, como elas são incríveis e passa a respeitar cada uma delas quando as encontra vendendo seus bolinhos e flores nas ruas. Você passa a saber que elas abandonam seus maridos e filhos para morarem em pensões onde pagam 35 centavos a diária, dividindo quarto com várias outras pessoas, para tentar uma vida melhor para sua família. E isso, meu amigo, é de derreter o coração de qualquer um.
Não passe muitos dias em Hanoi. Não tem o que fazer e provavelmente você vai ver as atrações turísticas em 2 dias: lago, museu das mulheres, túmulo do Ho Chi Minh, Museu da Etnologia. Aproveite e vá conhecer lugares pertos, Halong Bay, Tamcoq, Sapa. Mas tente saborear a cidade e entender tudo o que ela te oferece. Ela pode ser só sua porta de entrada para o país. Se você for como eu, depois disso, não verá a hora de voltar ao Vietnã.
* Foto de capa: kelvin tran/Shutterstock
A Dani gasta todo o seu dinheiro com viagens. Um de seus maiores orgulhos é dizer que já pisou em cinco continentes. É do tipo sem frescura, que prefere localização a luxo e não se importa de compartilhar o banheiro de vez em quando. Adora aprender palavras no idioma do país que vai visitar e não tem vergonha de bancar a turista.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.