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5 lugares para ir em 2016 por Stefanie Hessler

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

16 de December, 2015

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A Steffi é alemã, mas já morou no Chile, no Brasil, e hoje vive na Suécia. Ela é uma das fundadoras e curadora do projeto andquestionmark, em Estocolmo, e foi selecionada para ser uma das curadoras da Nordic Biennial of Contemporary Art. Seu trabalho já chegou a cidades como Berlim, Caracas, Cali, Santiago, São Paulo e logo mais chega a Recife. Isso tudo começou com a primeira exposição que ela organizou em seu próprio apartamento em Frankfurt, pouco antes de sair de sua cidade para descobrir o mundo. Hoje eu mal consigo acompanhar por onde ela anda, de tanto vai-e-vem. Mas uma coisa eu sei: se a Steffi foi para algum lugar, é porque alguma coisa muito bacana está acontecendo por lá.

Stefanie Hessler por Magnus Magnusson
Stefanie Hessler por Magnus Magnusson

São Paulo: Em setembro abre para o público a 32ª Bienal de São Paulo, intitulada ’Medidas da Incerteza’, com curadoria de Jochen Volz, e co-curadoria de Gabi Ngcobo, Julia Rebouças, Lars Bang larsen e Sofia Olascoaga. O conceito curatorial promete discutir algumas das incertezas vividas pela sociedade contemporânea, como o aquecimento global, a perda de diversidade biológica e cultural e a instabilidade política e econômica. De acordo com os curadores, a arte pode abraçar o desconhecido, o erro e o acaso, então ela pode ser uma disciplina adequada para debater as incertezas dos nossos tempos. Planeje uma visita para a segunda Bienal mais antiga do mundo, que acontece no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no meio do incrível Parque Ibirapuera. A 32ª Bienal de São Paulo acontece entre os dias 10 de Setembro e 11 de Dezembro de 2016.

bienal

Beirute: é uma estrela ascendente no mundo da arte contemporânea: a novíssima Fundação Aïshti, do colecionador de arte Tony Salamé, projetada pelo arquiteto David Adjave, inaugurou seu espaço de frente para o mar no fim de outubro deste ano. Mesmo antes deste megaprojeto, Beirute tem hospedado uma cena artística viva, com iniciativas como o 98Weeks. Esse projeto de pesquisa foi fundado em 2007 por Marwa e Mirene Arsanios, mudando o foco temático a cada 98 semanas e criando programas em forma de workshops, conversas, projeções e exposições, entre outros. Outra iniciativa de destaque é a Arab Image Foundation, que abriga uma coleção de mais de 600 mil fotografias sobre e do Oriente Médio, do Norte da África e da diáspora árabe. Enquanto algumas notícias preocupantes chacoalham a região, é de extrema relevância que a arte discuta os eventos atuais.

Beirut's epic Chain Effect © The Chain Effect
Beirut’s epic Chain Effect © The Chain Effect

Atenas e Kassel: Um ano atrás, a equipe por trás do Documenta 14 anunciou que a próxima edição vai ser dividida entre a cidade original, Kassel, na Alemanha, e Atenas. A capital grega sediará quase metade do evento quinquenal, e, mesmo conectadas, as exposições nas duas cidades também funcionarão independentes uma da outra. O diretor artístico Adam Szymczyk declarou que a decisão foi tomada por conta da relação financeira entre Grécia e Alemanha e que ela também surgiu por conta do interesse da localização geográfica de Atenas. A cidade é uma metrópole conectada com muitos outros lugares através do Mediterrâneo e é um lugar de transição para muitos imigrantes, tendo assim um papel crucial na Europa e no plano internacional, o que vai ser discutido pela exibição. ’Documenta 14: Aprendendo com Atenas’ só abre em 2017, mas o programa público já começou e vai se intensificar ao longo do ano que vem. Hora de comprar passagem para Atenas ou Kassel… ou os dois!

Documenta 2012. Foto: wikimedia
Documenta 2012. Foto: Wikipedia

Berlim: vai continuar a ser uma cidade das artes que vale a visita por muito tempo. A Bienal de Berlim, que abre em junho de 2016, pode ser um dos pontos altos do que a cidade tem para oferecer. A nona edição do evento tem curadoria do coletivo DIS e promete fazer uma leitura completa na cultura digital, ou como alguns chamam, pós-digital. O release diz: “A 9ª Bienal de Berlim de Arte Contemporânea pode ou não incluir arte contemporânea. As elites podem ou não ser as embaixadoras de marca da Bienal. Um álbum de artistas pop pode ou não substituir um press release. A arte performática pode ou não ser o futuro da decoração avançada e os artistas podem ou não ser pagos pelos dias de folga. O Instituto KW de Arte Contemporânea pode ou não trocar metros quadrados com o Muro de Berlim. A 9ª Bienal de Berlim pode ou não apresentar o presente travestido.” Precisa dizer mais? Acontece entre 4 de Julho e 18 de Setembro de 2016, em Berlim.

House of World Cultures, que já abrigou a Berlin Biennale. Foto: 360b / Shutterstock.com
House of World Cultures, que já abrigou a Berlin Biennale. Foto: 360b / Shutterstock.com

Estocolmo: Há alguns anos, Estocolmo tem sido minha base. Ainda assim, já que não passo muito tempo na cidade por conta de trabalhos e compromissos que fazem com que eu viaje muito, eu sempre tenho um sentimento do tipo “Puxa, queria ter ido a esse evento”, ou “Queria ter visto essa exposição”. A capital sueca tem um grande número de iniciativas interessantes, como o Bonniers & Tensta Konsthall, o Moderna Museet, Index Foundation, e galerias privadas como a Nordenhake, Belenius Nordenhake e Andréhn-Schiptjenko. Algumas das joias da cidade estão em espaços controlados pelos próprios artistas, como o Minibar, um lugar realmente em miniatura. Eu cuido de um desses, chamado Andquestionmark, dedicado a trabalhos não saturados e que requerem a presença do público, junto com o artista Carsten Höller. Se você vier visitar Estocolmo, venha duas vezes. Uma durante o verão e uma durante o inverno. Você experimentará dois lugares completamente diferentes.

Olafur Eliasson no Moderna Museet
Olafur Eliasson no Moderna Museet

*Capa: Bienal São Paulo / Wikipedia

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

16 de December, 2015

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Lalai Persson

Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.

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