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Road Trip Minas: Ouro Preto

Quem escreveu

Jo Machado

Data

09 de May, 2014

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Continuando nossa cruzada por Minas Gerais, nossa próxima parada depois de uma visita rápida a Congonha foi em Ouro Preto. Vila Rica como era chamada antes da Independência do Brasil, é uma uma cidade charmosa, coberta de arte e cultura. Cercada por belas montanhas, Ouro Preto é rasgada por ruas irregulares e ladeiras, por onde se espalham casarões da época do Brasil colônia. Estive na cidade há mais de 15 anos e voltar lá foi um reencontro com uma parte do país que eu sugiro a todo cidadão brasileiro conhecer. É história pura! Cada esquina, cada ruela, cada passagem escondem segredos e histórias diversas que são parte do que somos hoje. Ouro, muito ouro! E uma dica importante para meninos e meninas: calçados confortáveis são essenciais! Salto alto é proibido por questão de segurança!

COMO CHEGAR

Ouro Preto fica a 97km de Belo Horizonte pela BR 356 e a viagem dura cerca de 1h20 de carro. Indo de São Paulo são mais de 600km e o caminho mais rápido, curiosamente, não é a Fernão Dias, mas sim pegar a Dutra, e de lá, a BR 383, passando pelo circuito das águas (São Lourenço e Caxambu). Nós fomos para Ouro Preto saindo de Tiradentes, então o percurso foi de 156km. Aproveitamos e paramos em Congonhas, que fica no meio do caminho e é a cidade com as maiores obras do Aleijadinho, mas falo disso mais adiante.

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ONDE FICAR

Como estávamos mesmo em um clima road trip e passaríamos só uma noite, optamos por ficar em um hostel. Escolhemos o hostel Chico Rei, que nos acomodou em um quarto para 8 pessoas, que acabou ficando exclusivamente para nós. O café da manhã foi simples e super bem servido, com frutas, queijos e tudo mais que um bom café da manhã merece, além do contato com pessoas de diferentes nacionalidades que lá se hospedavam e uma vista incrível. Lembrando sempre que Ouro Preto é uma cidade universitária, logo, cheia de pousadas, pensões e hostels. Para quem prefere algo mais fancy, com mais conforto e serviços, a rede hoteleira não é muito forte, mas oferece algumas boas opções. Uma delas é o Hotel Solar do Rosário, que está localizado a 1 km do Museu do Aleijadinho e da Praça Antônio Dias. O hotel possui piscina ao ar livre e piscina coberta. As acomodações são equipadas com TV a cabo, frigobar, Wi-Fi e banheiro privativo, além de comodidades como academia, sala de reuniões, hidromassagem e restaurante. O hotel dispõe também de serviço de quarto, lavanderia, recepção 24h e estacionamento, disponível por um custo adicional. Ainda no centro histórico, tem também a Pousada do Mondego. Apesar do nome, é um hotel com bastante luxo, em uma casa colonial toda restaurada e decorada com móveis originais da época, que podem inclusive ser comprados. Fica exatamente ao lado da feira de artesanato de pedra sabão, que também vale uma visita. Na mesma linha está o Hotel Luxor, num belo prédio do século XVIII, todo restaurado. Fica na parte baixa do centro histórico, mas com um pouco de perna dá para subir rapidinho. Outra opção mais em conta é a Pousada Inconfidência Mineira, que além de possuir uma vista incrível, oferece em todos os apartamentos TV e frigobar, além de Wi-Fi, estacionamento e café da manhã, com diárias médias de R$ 140,00 por pessoa. Contudo, creio que a melhor opção na hora de visitar cidades turísticas e estudantis como Ouro Preto, seja deixar de lado o sentimento de singularidade e viver mais o coletivo. Hostel é uma coisa boa e segura opção, desde que escolhido com cautela.

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PARA COMER E BEBER

Bom, agora a começamos a falar a minha língua. Por conta da minha paixão pela comida mineira e pelo pouco tempo que passamos na região, praticamente todas as minhas refeições foram baseadas na culinária local, embora as opções fossem numerosas. Como já mencionei anteriormente, Outro Preto reúne uma considerável diversidade ética, o que faz da rede gastronômica seguir o mesmo caminho.

Assim que deixamos nossas coisas no hostel, seguimos à caça de lugar para comer e beber. Depois de analisar algumas dicas em apps de viagens, acabamos em um lugar meio escondido, mas que se revelou uma jóia rara. O Porão Cervejaria, fica escondidinho em uma rua lotada de bares e restaurantes na ladeira da Rua Direita, que o Google Maps chama de Conde de Bobadela. Essa rua fica lotada de jovens universitários de todo mundo. No Porão, nos deliciamos com uma vasta carta de cervejas nacionais e importadas, com preços pra lá de justos. Além disso, a comidinha do lugar é sensacional. Minha dica pessoal é Ovos de Casaco, que consiste em ovos de codorna empanados, servidos com uma seleção de sais temperados. E também o Stick Canastra, que são palitos fritos de queijo da Serra da Canastra empanados com tapioca e acompanhados de chutney de manga. Preço justo, serviço atencioso, acolhedor e comida  de lamber os beiços!Outro bom lugar para comer, que além do menu delicioso, oferece uma belíssima vista da cidade. É o Bené da Flauta. O preço já é um pouco mais salgado e as opções vão além da comida mineira. O couvert é bem tradicional, com tomates e pimentões assados, berinjela no azeite, patê de queijo e uma cesta de pães acompanhando. No prato principal,  optei por um prato com nome excêntrico: Menina do Sobrado. E que menina! Um prato super bem servido que leva carne seca refogada, um maravilhoso purê de abóbora, couve frita e arroz com alho. Simplesmente sensacional! Dentre tantas delícias do cardápio, o Bené é famoso também por suas pingas. Além das sobremesas, que trazem desde a tradicional torta Bené,  um ganache de chocolate com cobertura trufada à base de chocolate e creme de leite fresco servido com uma bola de sorvete de creme, até um pout pourri de doces mineiros.
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Um bom lugar para comprar cervejas especiais e ainda comer comidinhas rápidas é o Empório dos Meninos. O lugar é pequeno mas bem charmoso. Dá vontade de passar a tarde lá tomando umas. Eles ainda tem uma pousada bem charmosa.
Para bater um rango de fim de noite, a pedida é o Consola’s Bar, que começa o expediente às 17h e vai até a madrugada. Tem petisco típico de boteco, mas o cardápio vai até galetos, pizzas e caldos.
Eu sinceramente acho que as opções não param por aí. Por todo lado há portinhas e escadas que levam a algum lugar onde certamente algo delicioso se esconde. Minas Gerais, definitivamente é o estado onde melhor  se come nesse país. E olha que eu sou gaúcho!

O QUE FAZER?

Essa pergunta não vale ser feita quando você estiver em Ouro Preto. Uma das características mais marcantes de Ouro Preto, senão a mais, são suas as igrejas construídas durante o período colonial. Sem exageros, para todos os lados em que você olhar, certamente verá alguma igreja ou pelo menos partes dela. Então, visitar igrejas é uma boa coisa a fazer em Ouro Preto. Algumas das mais conhecidas são: a Igreja de São Francisco de AssisMatriz de Nossa Senhora do PilarIgreja de Nossa Senhora do Rosário e Matriz Nossa Senhora da Conceição.

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Na porta ao lado do hostel Chico Rei, fica a Ôro Preto Art’s, uma lojinha de artesanato que esconde três curiosidades muito legais. Primeiro que a casa onde fica a loja e vive a simpaticíssima família dona do estabelecimento, é 80% original da época do Brasil colônia. Segundo que essa casa foi do pai do Aleijadinho e mantém muita história daquela época, com passagens secretas, conexões com túneis de minas antigas e até uma bica d’água extraída direto do fundo de uma dessas minas. A terceira e mais marcante, é uma cachaça vendida e fabricada pela família, atuais donos da casa, que é simplesmente sensacional. A Safra Barroca é uma cachaça super diferente do que conhecemos e além de uma história muito peculiar, que merece um post especial. Aguardem! Bem no meio do centro histórico também fica o monumento a Tiradentes, onde a sua cabeça foi pendurada para servir de exemplo contra os levantes populares (que com certeza não deu certo), e o Museu da Inconfidência. História é o que não falta.

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Para sair um pouco da cidade, você pode visitar as duas cidades vizinhas mais conhecidas pelo patrimônio histórico. Logo ao lado fica Mariana, a apenas 11km. Em 15 minutos se chega lá de carro. Apesar de bem menos charmosa, Mariana tem um centro histórico bem preservado, cheio de casas coloniais que hoje viraram bancos, lojas, bares, sorveterias, etc. Depois de dar uma volta no centro, fomos para a Igreja de São Pedro. O bacana dela é que, além de ficar bem no alto, com uma vista privilegiada da cidade e do horizonte, você pode visitar o sino na torre, e ainda dá para fotografá-la por dentro, coisa rara naquelas bandas.
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Um pouco mais longe, mas visita obrigatória, é Congonhas. A cidadezinha fica a 56km de Ouro Preto, e para falar bem a verdade, é bem sem graça. Mas bem no alto do morro fica o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, onde ficam as famosas estátuas dos 12 profetas do Aleijadinho. As peças, feitas em pedra sabão, estão deterioradas pelo tempo, a poluição, e pior, o vandalismo. Hoje existe uma controvérsia sobre a originalidade das obras, mas os moradores da cidade (inclusive a prefeitura) garantem que aquelas são as estátuas originais. Além disso, a vista de lá de cima também é incrível. Além de toda a parte histórica, os arredores de Ouro Preto ainda tem muita coisa para fazer com foco na natureza. Além do Parque Estadual do Itacolomi, dá para fazer caminhadas, visitar cachoeiras e ver as paisagens mais incríveis do estado. Um lugar bom para ver tudo que a cidade oferece é o Site Oficial de Turismo de Ouro Preto. Se joga!

Quem escreveu

Jo Machado

Data

09 de May, 2014

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Jo Machado

O Jo é do tipo que separa pelo menos 30% do tempo das viagens para fazer o turista japonês, com câmera no pescoço e monumentos lotados. Fascinado pelas diferenças culturais, fotografa tudo que vê pela frente, e leva quem estiver junto nas suas experiências. Suas maiores memórias dos lugares são através da culinária, em especial a comidinha despretensiosa de rua. Seu lema de viagem? Leve bons sapatos, para agüentar longas caminhadas e faça uma boa mixtape para ouvir enquanto desbrava novos lugares. Nada é melhor do que associar lindas memórias à boas canções.

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