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Islândia: dia 2 – Golden Circle

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

07 de March, 2014

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Acordamos sem pressa. Às 9h30 nos encontramos todos no café, que oferecia uma vista espetacular e uma refeição no capricho, que para nós serviu como brunch. No carro a trilha sonora era Sigur Rós para entrar no clima.

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Acho que vale uma rápida aula sobre a Islândia para quem cair de paraquedas por aqui:

“A Islândia fica no que se chama de dorsal meso-atlântica, uma cadeia de montanhas submarinas gigantesca de 18.000km de comprimento, no meio das duas maiores placas tectônicas do mundo. Ir para a Islândia é como estar em um laboratório de geologia. É possível caminhar na fissura entre as placas tectônicas da Europa e da América.

O país possui 22 vulcões ativos, 250 áreas geotermais, 780 fontes quentes e a terceira maior geleira do mundo (depois da Antártica e da Groenlândia), é uma vasta biblioteca de informações para cientistas e um grande parque de diversões para os turistas. A Islândia possui mais ou menos o mesmo tamanho que a Inglaterra, mas com uma população de somente 320 mil pessoas (se comparados com os 51 milhões de habitantes da Inglaterra), espalhados ao redor do litoral.” (Fonte: Islândia Brasil)

Em boa parte do tempo a gente fica tentando resgatar aulas sobre vulcões, formação de montanhas glaciais, diferença entre lava e magma, aquecimento global e seus efeitos colaterais e, claro, as referências musicais, clipes e filmes filmados por lá.

O plano do dia era rodar pelas 3 principais atrações do Golden Circle: Parque Nacional Thingvellir, Geysir e Gullfoss. Depois seguiríamos para Vík, onde passaríamos a noite.

O Golden Circle é um tour perfeito para quem tem apenas um dia na Islândia. Acabamos não fazendo tudo, porque não pesquisamos o suficiente, por isso vale pesquisar muito: guias, posts em blogs, fotos, etc.., pois sempre surgirá algo novo: from fire to ice, é o que você sempre vai ler sobre a Islândia e você consegue ver os dois extremos no Golden Circle.  Aliás, algo inevitável ao viajar pela Islândia é remete-la o tempo todo a Game of Thrones, pois tudo parece uma locação perfeita, mas []… as cenas gravadas lá foram feitas no norte, lugar onde não passamos nessa viagem.

PARQUE NACIONAL THINGVELLIR

Nossa primeira parada foi no lago Thingvallavatn, o maior da Islândia com seus 84km2 de extensão. A vista (como sempre) era de tirar o fôlego. O sol estava alto refletindo no extremo do lago, onde nos encontrávamos, em meio às montanhas. Parte dele nessa ponta estava congelado, deixando a paisagem ainda mais dramática. Um velho provérbio islandês diz “fértil é água que corre abaixo das lavas”, que afirmam se aplicar totalmente a esse lago.

lago Þingvallavatn foto: J. Helgason - Shutterstock.com
lago Þingvallavatn foto: J. Helgason – Shutterstock.com
o trio maravilha que me acompanhou na viagem
o trio maravilha que me acompanhou na viagem

De lá seguimos para a entrada principal do parque, que já te recebe com essa muralha incrível de basalto:

eu e a Dani na entrada do parque de frente pra muralha
eu e a Dani na entrada do parque de frente pra muralha
a muralha acima de nós
a muralha acima de nós

Já dentro do parque duas coisas me chamaram atenção: o lindo banheiro no meio do nada, o relógio do sol e a vista incrível que se tem do parque:

O banheiro na entrada do parque. Valor de entrada: ISK 200
O banheiro na entrada do parque. Valor de entrada: ISK 200 (?)
a vista do "mirante" de Thingvellir
a vista do “mirante” de Thingvellir
o relógio do sol
o relógio do sol

Passamos uma hora dando volta no parque sem parar com os cliques na câmera, pois o lugar é realmente lindo. O Thingvellir National Park abrigou o Parlamento islândes Alþingi, considerada uma das instituições parlamentares mais antigas do mundo, entre os anos 930 e 1799. Em 1930 foi declarado o primeiro parque nacional da Islândia pela sua importância histórica, e também por suas características vulcânicas e tectônicas. É nesse parque que encontramos a placas tectônicas que dividem a América do Norte da Eurásia e também a casa de verão do primeiro ministro. O parque foi declarado patrimônio da humanidade pela Unesco em 2004.

Casa de verão do 1º ministro em Thingvellir - foto: Arseniy Krasnevsky - shutterstock.com
Casa de verão do 1º ministro em Thingvellir – foto: Arseniy Krasnevsky – shutterstock.com

O mais legal é que é possível mergulhar entre os dois continentes, na fissura de Silfra, com sua água cristalina que chega a 100m de profundidade. Os mergulhos ou snorkeling são em áreas de 5 a 25m de profundidade. O valor é um pouco mais salgado, mas inclui equipamento e roupa. Para fazer snorkel, o valor é a partir de ISK 15.900 (cerca de R$ 330,00) e o passeio dura 4h no total. Para quem preferir mergulhar, os valores sobem para ISK 39.900 (cerca de R$ 820,00).

Nós não fizemos, mas a vontade ficou. Dêem uma olhada no visual do lugar:

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foto: http://www.dive.is/
foto: http://www.dive.is/

Passamos pela falha Peningagjá, que no verão tem água cristalina num azul transparentíssimo, mas nós deparamos com a água congelada, porém num curioso branco leitoso. É possível (quando a água não está congelada) ver as moedas no fundo, que era jogada pelos visitantes. Atualmente tal prática é proibida e nos deparamos com várias dessas placas abaixo:

notem na água congelada leitosa
notem na água congelada leitosa

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Depois de dar uma boa caminhada pelo parque, foi a hora de nos despedirmos e seguirmos para a próxima parada: um almoço e a visita aos gêisers em Haukadalur.

Cratera Kerið

No meio do caminho, sugiro fazer uma parada no meio do caminho para conhecer a cratera vulcânica Kerið (ou Kerid), a qual infelizmente não fomos (falhamos na pesquisa). A água é azul com pedras coloridas em volta e inacreditavelmente lindo. A cratera tem 55m de profundidade e 6.500 anos de existência. Em junho do ano passado, começaram a cobrar ISK 350 (cerca de R$8) para visitar a cratera, algo pouco comum na maioria das atrações islandesas, que tem acesso gratuito.

Aliás, uma curiosidade: a Björk já fez show nesse lugar em 2008, que dizem ter uma acústica perfeita (tentei achar imagens ou vídeo, mas não achei nada). Será que é apenas lenda?

Cratera Kerid por Filip Fuxa - Shutterstock.com
Cratera Kerid por Filip Fuxa – Shutterstock.com

Gêiser

Paramos para um almoço rápido num posto de gasolina, mas também supermercado, café, restaurante e caixa pra sacar dinheiro. Foi lá que percebemos que praticamente todos os restaurantes terão pizza em seu menu, independente do tipo de cozinha. A notícia boa: a pizza é boa. Fomos de pizza acompanhada de cerveja local Gull (menos o Ola que estava dirigindo, portanto de castigo de álcool) e seguimos ansiosos pra ver o gêiser, que é uma nascente eruptiva em Haukadalur, que entra em erupção periodicamente, jorrando água e vapor para o ar.

A parada do gêiser é uma estrutura gigantesca que abriga restaurantes, café, loja com artigos locais (enorme) e estacionamento. Mais uma notícia boa: todos os lugares visitados tinham estacionamento e nenhum deles é cobrado.

Já entrando no estacionamento vimos os gêisers em ação. A água (de 80 a 100ºC)  jorrando a 30m de altura e evaporando no contato com o ar. Corremos pra lá. Essa foi a área em que vi mais turistas em toda a viagem. Ficam todos em volta do

Para quem quiser ver ao vivo, mas não tem como ir até a Islândia no momento, sugiro conferir a câmera ao vivo instalada no local e assistir um pouco o funcionamento dos gêisers:

gêiser Strokkur
gêiser Strokkur

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Geysir original (o primeiro)
Geysir original (o primeiro)

Ficamos cerca de 1h nessa região e então fomos para a Gullfoss, que entrou pra lista de lugar favorito do dia.

Gullfoss

O estacionamento da Gullfoss fica atrás de um café que leva o mesmo nome. De lá não dá para entender exatamente onde está a famosa catarata, que fica num nível abaixo do café. Ao atravessa-lo e avistar a primeira pontinha da cachoeira, o coração dispara. É inacreditavelmente linda em especial no inverno, quando parte da agua congela, deixando-a azul turquesa. Todos ficamos estupefatos mais do que qualquer coisa que tínhamos visto nesse dia. Estava ventando bastante, mas ficamos o máximo possível contemplando-a de ponta a ponta (alguns trechos são fechados no inverno). Não estava cheio e o silêncio era quase absoluto, podendo ouvir apenas as quedas d’agua. É um pequeno paraíso na terra. São 3 quedas: de 11 metros, depois 21 metros até cair em uma fenda de 32 metros. Dêem uma lida no post que a Dani fez só sobre a Gullfoss.

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O dia chegava ao fim. Era hora de ir pra Vík, onde terminamos o dia. A paisagem aos poucos foi mudando nos 180km que percorremos a partir da Gullfoss. Eram montanhas negras com partes cobertas de gelo, vegetação rasteira alaranjada e alguns pequenos vilarejos no meio do nada ao lado da estrada que era um tapete liso negro (vazio). A única parada que fizemos foi na Seljalandsfoss, uma das cachoeiras mais famosas da Islândia com uma queda de 60m de água e já serviu de locação para alguns filmes.

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Acabamos pegando uma baita nevasca até chegarmos em Vík, onde nos hospedamos no hotel Edda Vík, instalado bem em frente a uma das mais famosas praias de areia preta, com certeza uma das mais bonitas que vimos. A única coisa ruim é que as cidades são tão pequenas, que a estrutura para turismo é mínima (o que é bom também). Os hotéis na maioria das vezes não tem restaurante, frigobar e podem te deixar na mão, caso chegue com fome depois das 22h. Chegamos às 20h30 e descobrimos que o único restaurante aberto da cidade, fechava às 21h. Voamos pra lá debaixo da neve mesmo. O menu? Sopa, hamburgers e, claro, pizza. Foi um ótimo jeito de fechar um dia cheio de espetáculos visuais.

O hotel também foi uma boa surpresa. Fica encostado a uma linda montanha e recentemente entrou em reforma para aumentar o número de quartos. Ficamos na área  nova, com ótimo banheiro, quarto moderno com janelas de vidro do teto ao chão, com vista pro mar, que só nos demos conta no dia seguinte.

Hotel Edda Vík
Hotel Edda Vík

TRECHO PERCORRIDO

CUSTO SEGUNDO DIA

  • Banheiro, água e café em Thingvellir: ISK 800 (R$16)
  • Café no Geysir: ISK 600 (R$12)
  • Almoço com 1 pizza bem servida + 1 cerveja 500ml: ISK 2.600 (R$52)
  • Petiscos e água para o carro: ISK 1358 (R$28)
  • Jantar em Vík – prato & bebida: ISK 3750 (R$75)
  • Hospedagem em Vík com café da manhã: ISK 8167/pessoa (R$164)

Total gasto no segundo dia: R$ 347,00

Caso não esteja de carro, consulte os tours pelo Golden Circle. Há várias opções incluindo opções com passeios de jeep, snowmobilling, cavalos e mergulhos na fissura de Silfra, a partir de ISK 8.500 (R$170) saindo de Reykjavík.

*Foto destaque: Geysir por Burben – Shutterstock.com
*Demais fotos sem crédito: Ola Persson e eu
*Para ver mais fotos da viagem, é só ver nossos instagrams @lalai @olapersson @fekawazoe @danivalentin @chickenorpastasir

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

07 de March, 2014

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Lalai Persson

Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.

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