Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Mas estou falando de mudar mesmo, não só morar fora por um ano ou alguns meses. Se você pudesse ir agora para qualquer lugar do planeta, para onde iria?
Eu e o Shiota escolhemos os Países Baixos, o quarto lugar mais feliz do mundo (de acordo com esse ranking).
Sempre gostamos muito de viajar, sonhávamos em poder vivenciar uma cultura nova, totalmente oposta à nossa, e conhecer o mundo. Até então, só conhecia algumas cidades americanas, como DC, Nova York, Miami e Chicago, e o sonho de viajar pela Europa parecia uma coisa distante – malditos sejam os euros e as libras, sempre tão caros na hora da conversão.
O plano era procurarmos vagas de trabalho na Europa e Estados Unidos só em 2014, mas apareceu uma oportunidade ótima para o Shiota em Amsterdã no segundo semestre de 2013 e decidimos encarar a aventura juntos. Mudar de país não é fácil, especialmente se você escolher um local cuja cultura e o idioma são desconhecidos. O coração aperta por deixar a família, os amigos e um trabalho bacana para trás, mas ao mesmo tempo a adrenalina que as novidades trazem é insuperável. Imagina ter a Europa inteira como seu quintal e poder viajar a qualquer momento? Essa foi uma das maiores motivações.
Também não é tão simples assim conseguir entrar em um país e obter um visto e/ou permissão de residência. Em nosso caso, tivemos toda a segurança de uma proposta de emprego em Amsterdã, e a empresa contratante foi atrás de um visto “high skilled migrant”. Esse tipo de visto é concedido quando você é contratado em uma empresa no exterior, e cada país tem suas regras específicas. Nos Estados Unidos, por exemplo, as empresas podem fazer essa solicitação de visto apenas 1x ao ano, em um determinado mês – e em 2012 as vagas acabaram em algumas horas. Os custos para tirar esse tipo de visto são altos, mas geralmente as empresas cobrem.
Para facilitar os processos no exterior e evitar qualquer problema, decidimos casar no civil para oficializar nossa situação de “morando juntos há alguns anos”. É obrigatório? Não, mas dá um pouco mais de segurança.
As documentações necessárias nestes processos são a certidão de nascimento e, em nosso caso, a certidão de casamento – além de cópias de passaporte, RG, CPF e afins, que são menos relevantes no processo. Estes documentos devem ser legalizados com o Itamaraty, traduzidos com um tradutor juramentado e legalizados novamente no Consulado do país de destino. Com a burocracia encaminhada, é só esperar receber o adesivo no passaporte e ir ser feliz.
Vendemos todos os nossos móveis, separamos roupas para doar/jogar/vender, nos despedimos dos amigos e demos adeus para São Paulo sem remorso. A mudança é difícil, mas você tem duas opções: ir embora e ficar se lamentando, ou abraçar uma nova realidade. Optamos pela segunda, e tem sido incrível desbravar a cidade e entender um pouco melhor os costumes dos holandeses.
Ao chegar em um país desconhecido para ficar, é importante se manter ocupado – especialmente se você não estiver trabalhando inicialmente. Visite parques, museus, atrações turísticas, ande pelo centro, veja vitrines ou simplesmente sente em um banco e acompanhe o movimento das pessoas. Não fique preso em casa sem fazer nada: explore! Caso mude para um país frio com inverno rigoroso, a regra é clara: fez Sol? Saia de casa.
Se você sempre sonhou em jogar tudo pro alto e conhecer o mundo, aproveite: a Holanda oferece a bolsa de estudos Orange Tulip Scholarship Brazil em diversas áreas, a Irlanda e o Canadá também têm sido destinos frequentes para brasileiros que desejam trabalhar e estudar. Pesquise sobre os países que você adoraria conhecer melhor e, quando a água bater na bunda e a oportunidade surgir (ou você correr atrás dela), não tenha medo. Respire fundo e se jogue!
E aí, para qual lugar do mundo você mudaria agora?
*Foto destaque: Jace Grandinetti
Saiu de São Paulo para morar em Amsterdã e pretende visitar o máximo possível de países vizinhos. Detesta multidões e não faz questão de bater cartão em atrações turísticas, mas não dispensa conhecer restaurantes, cafés e lanchonetes locais por onde passa.
Ver todos os postsOi Paula :) Eu fiquei pensando, no caso de vocês um só conseguiu o visto high skilled migrant e o outro por ser companheiro pode acompanhar certo?
E vocês foram com uma reserva de grana? Ou os dois conseguiram emprego?
Fico curiosa porque estou participando de um processo seletivo em amsterdam também e fui convidada para uma entrevista lá nas próximas semanas. Porém eu moro com meu noivo e não quero deixar ele pra trás jamais. Acho que eles irão oferecer o mesmo tipo de visto – porque dei uma pesquisada e a empresa já ofereceu para outros antes – então só fiquei na dúvida de “como sobreviver”? porque teremos os dois visto mas ele não poderia trabalhar certo?
Como funcionou pra vocês?
Desculpa encher de perguntas é que achei o caso MUITO parecido rs
se puder me responder por e-mail tb agradeço!
[email protected]
Ótima postagem. Desde sempre sonho em ir pra fora, morar em outro país. Mas a oportunidade nao surgiu(talvez por nao ter ido a fundo realmente nisso). Fato é que minha filha tem 9 meses agora, ficando ainda mais dificil essa situação. Onde mais posso pequisar sobre o tema “trabalhar em outro país”? Tem algum site específico? Obrigado e parabens pelo site.
Oi, Cristiano! Tudo bem? Desculpa pela demora em responder teu comentário. O ideal é você definir quais países deseja conhecer e aí procurar mais detalhes sobre o mercado de trabalho neles. Além do linkedin, você pode conferir algumas vagas internacionais no site monster.com :)
Sensacional seu artigo, Paula!
Estou morando na Austrália com minha esposa há 5 meses e estamos adorando. É realmente uma experiência incrível, a qual recomendo à todos, mesmo que seja apenas por alguns poucos anos.
Idioma, leis, costumes e pessoas diferentes podem assustar um pouco até os menos conservadores, mas raramente se torna um problema real. E algumas lendas como “gringos não são receptivos e amigáveis como os brasileiros” são rapidamente desmentidas.
Claro que ficar longe da família e dos amigos – como você disse – não é fácil, mas nada que não seja resolvido fazendo (ou recebendo) uma visita de vez em quando.
Sucesso e felicidades para vocês!
Obrigada, Lucas! Realmente ouvi muitas histórias sobre a hostilidade holandesa, vim pra cá morrendo de medo… e todos que encontrei foram muito acolhedores e simpáticos, inclusive dispostos a ajudar quando necessário. Boa sorte pra você e sua família na Austrália, deve ser incrível morar aí! *-*
Inspirador
Obrigada, Davidson! E aí, deu vontade de se aventurar em algum lugar do mundo também? :)
To na fase de escolha ainda. kkk
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.