Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
De um ano para cá, pipocam sem parar novos cafés hipsters clonados de Williamsburg, completamente distintos dos cafés típicos de Paris, que servem espresso, allongé ou noisette de gosto duvidoso, tirado meio de qualquer jeito em máquinas do tempo do plastron, servido por garçons pinguins não raro desagradáveis.
Os salvadores dessa instituição sagrada brasileira, também tão apreciada pelos parisienses, são baristas, na maioria anglófonos, vindos de Mission, Williamsburg ou mesmo da distante Melbourne, e que deixam entrever um pedacinho de uma das dezenas de tatuagens, que a perfeita camisa branca não é capaz de cobrir.
Depois da abertura de um café em Tóquio no ano passado, agora é a vez de Paris acolher um café da Maison Kitsuné,- raposa em japonês- , selo de música eletrônica, que já lançou discos de artistas como Hot Chip, Klaxons, Cut Copy entre outros, e marca de roupas ultra hype na mais que exclusiva galeria do Palais Royal.
Instalado no antigo show-room da marca de tecidos de alta-costura Jules Tournier – as antigas inscrições e a fachada foram preservadas, já que o Palais Royal é tombado pelo patrimônio histórico-, é um stand-up coffee bar, ou seja, sem mesas e cadeiras, cujo forte é o take-away.
O lugar aparentemente não tem nada que o diferencie dos outros cafés do gênero: as paredes brancas, aquela luminária escolhida a dedo, o balcão em madeira bruta… Mas no Café Kitsuné se percebe logo a mistura da french touch com o esmero japonês pelos detalhes: a colher dourada no pote com açúcar cristal resume todo o espírito acurado da marca.
Além do café, que neste mês de abertura é brasileiro de Minas Gerais e torrado em Londres, eles contam com os sucos frescos do expert em espremer frutas e legumes Bob’s juice bar e com os bolos e tortas sem glúten do delicioso Noglu.
Difícil não imaginar que o lugar vá bombar no verão tendo como terrasse nada menos do que o jardim do Palais Royal. Enquanto os dias longos da primavera não chegam, vale a pena conferir os lançamentos da loja da marca, estrategicamente localizada na rua detrás da galeria Montpensier.
Esqueça aquele espresso aguado do café da esquina e tome um espresso comme il faut tirado da belíssima Marzocco – a Ferrari das máquinas de café – que toma conta do longo balcão.
Café Kitsuné
51 Galerie de Montpensier 75001 – Paris
Diariamente das 8h30 às 18h30
No seu aniversário de sete anos, ganhou um globo terrestre e pouco depois já sabia (quase) de cor o nome das capitais dos países do mundo. Ainda não conheceu a Ásia e a Oceania, mas mudou há cinco anos para Paris e mora há dois em Berlim. É péssimo em senso de orientação. Sempre acaba se perdendo nas ruas transversais e achando aquele café ou loja que você vai ver indicado na edição de um guia de viagem só no ano seguinte.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.