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As excêntricas micronações

Quem escreveu

Dani Valentin

Data

02 de December, 2014

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Sabe o que é uma micronação? Micronações são estados independentes com a população menor do que 1 milhão de habitantes. Nessa categoria, podemos listar o Vaticano e a Islândia por exemplo. Mas o termo é também usado para algo muito mais interessante: nações pequenas e excêntricas que não são reconhecidas pela comunidade mundial ou pela Nações Unidas. Essas nações são formadas por diversos motivos, de políticos e artísticos a simplesmente por diversão.

Principado de Sealand

A mais famosa das micronações, o Principado de Sealand foi formado em 1967 em uma base naval no mar. Essa base foi contruída pela Inglaterra na Segunda Guerra Mundial para defender o país de ataques alemães, e fica ao norte, a 10 km da costa de Sulfolk. Ela foi fundada pelo radialista pirata Paddy Roy Bates, que se intitula H.R.H. Prince Roy of Sealand, e usou o lugar para transmitir sua estação, a Radio Essex. Em 1968, o filho de Bates usou um rifle para atirar em um invasor da base. Como o território está em águas internacionais, ele foi absolvido. Em 1975, Sealand já tinha bandeira, hino nacional, moeda e passaporte próprio. Nesse mesmo ano, ocorreu o chamado “Segundo Incidente de Sealand”, quando um alemão invadiu o lugar e reivindicou a plataforma, antes de ser preso por Bates e família. A população do lugar raramente ultrapassa 5 pessoas e recentemente a família tentou vender a plataforma por 750 milhões de Euros.

Sealand - Foto por Ryan Lackey
Sealand – Foto por Ryan Lackey

Pitcairn

Em 1789, ocorreu a Revolta do Bounty, quando os marinheiros do navio real inglês HMS Bounty decidiram voltar para o Tahiti, ao invés da Inglaterra. Muitos conseguiram, outros pararam na ilha de Pitcairn, no pacífico sul, e seus descendentes vivem lá até hoje – cerca de 50 pessoas. O território não é considerado uma nação, porém não é também incorporado a nenhuma nação oficial. Em 2003 foi considerada a menor democracia do planeta, onde o prefeito da cidade é considerado um governador.

Pitcairn - Foto por / Shutterstock
Pitcairn – Foto por / Shutterstock

O Principado de Hutt River

Este foi fundado em 1970 por Leonard George na Austrália. George era fazendeiro de trigo e por causa da lei de cotas do país, não podia vender todos os seus grãos. Ele tentou lutar contra essa lei nos tribunais e até buscou apoio da família real britânica. Sem sucesso, fundou o Principado de Hutt River, declarando independência e se declarando Sua Alteza Real Príncipe Leonard. Assim como Sealand, o lugar tem moeda, passaporte e selos. Você pode pedir cidadania do lugar via site oficial. Dizem que existem mais de 18 mil cidadãos do principado vivendo fora.

Busto do Príncipe Leonard - Foto por R4avi
Busto do Príncipe Leonard – Foto por R4avi

Conch Republic

A Conch Republic foi fundada como um protesto cômico contra o posto de fronteira entre os Florida Keys e o Continente. O posto seria usado para combater imigrantes ilegais, mas acabou inibindo turismo por lá. O prefeito de Key West, Denis Wardlow, se entitulou então primeiro ministro da República e declarou guerra aos Estados Unidos. Logo depois renunciou, requerendo uma ajuda de 1 bilhão de dólares dos EUA. Mas o protesto foi eficiente, e logo depois os postos de fronteira foram retirados do lugar. O lema da República virou: “We Seceded Where Others Failed” – algo como Nós separamos onde outros falharam.

Foto por S Kaiser
Foto por S Kaiser

Ilha Rosa

Em 1968, o arquiteto italiano Giorgio Rosa construiu uma plataforma de 400m2 no mar Adriático, a 7 milhas da cidade italiana de Rimini. O objetivo inicial era virar um ponto turístico, o lugar tinha lojinha de souvenir e pontos para pesca. Porém, assim que ficou pronta, Rosa declarou independência e criou a República da Ilha Rosa. O governo italiano achou que o plano de Rosa era evitar impostos e por isso expulsou-o da plataforma, bem como seus funcionários, e explodiu-a.

República de Minerva

O milionário Michael Oliver resolveu fundar a República de Minerva em 1974 pois acreditava em uma sociedade extremamente libertária, sem pagamento de impostos ou intromissões do governo. Para isso, levou toneladas de areia para a área dos corais de Minerva, entre Tonga e a Nova Zelândia, até que pôde erguer um mastro com a bandeira do lugar. Reuniões foram feitas entre Austrália, Nova Zelândia, Tonga e outras ilhas do lugar para se discutir o que um novo país ali significaria. Tonga resolveu então reclamar o território para si e até mandou tropas no lugar para tirar a bandeira. Hoje a ilha é abandonada.

O Grão-Ducado da Westarctica

Uma área na região oeste da Antártida, chamada de Marie Byrd Land, não tinha reivindicação de nenhum país. Percebendo isso, Travis McHenry em 2001 declarou a área independente e a si mesmo como governador. Mandou então cartas para todas as nações participantes do Tratado da Antártida, todas ignoradas, é claro. A nação tem selos, algumas moedas e um serviço grátis de e-mail para cidadãos. Não tem habitantes e todos que se dizem parte do governo nunca pisaram por lá.

Christiania

Christiania, em Copenhagen, não é uma micronação, se usarmos a definição oficial, porém é uma área com pequena população e autogovernada . O lugar foi construído em uma base militar abandonada na cidade em 1971. Tem 850 habitantes e foi  fundada como forma de protesto contra o governo dinamarquês, devido aos problemas do sistema habitacional da época. Christiania ficou famosa por ter a maconha liberada em sua área até 2004. É proibido entrar com carro por lá e tirar fotos.

Christiania - Foto por Thomas La Mela / Shutterstock
Christiania – Foto por Thomas La Mela / Shutterstock

Quem escreveu

Dani Valentin

Data

02 de December, 2014

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Dani Valentin

A Dani gasta todo o seu dinheiro com viagens. Um de seus maiores orgulhos é dizer que já pisou em cinco continentes. É do tipo sem frescura, que prefere localização a luxo e não se importa de compartilhar o banheiro de vez em quando. Adora aprender palavras no idioma do país que vai visitar e não tem vergonha de bancar a turista.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.