Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Foi em 2011, quando estava em uma festa de casamento de uma amiga, que eu e meu namorado tivemos uma ideia que mudaria nossas vidas: tirar um sabático de 2 meses e 15 dias e viajar pela Europa. Pegamos o celular na mesma hora, ligamos para um amigo, que já havia feito isso, para saber quanto gastaríamos e pronto, hi-five! Felizmente consegui um acordo no meu trabalho, e então na volta teria minha vaga de volta, acabaria sendo férias prolongada, bem prolongada. Agora era só organizar.
Começaria a parte chata: juntar grana, organizar as contas, renovar passaporte. Para não embolar tudo, eu acertei antes de ir todas as contas que eu deveria pagar enquanto estivesse em terras européias. Antecipei 3 meses de parcela e seguro do carro, todos os boletos do meu contador, condomínio, empregada, etc. E para arrecadar mais $$$, me joguei nos freelas – e é sempre quando você mais precisa que eles aparecem.
Foram 6 meses de planejamento, diversos finais de semana comprando passagens aéreas internas, reservando hotéis nos lugares que iríamos passar – a parte mais gostosa foi escolher as cidades.
Tem gente que prefere não planejar viagens com muita antecedência, ou nem planejar, mas o meu estilo de viagem é sempre ao contrário disso. Eu e meu namorado gostamos de ir para lugares incríveis, se hospedar com conforto, gastando pouco. E é organizando com pelo menos 4 meses de antecedência, que aproveitamos os melhores preços de passagens, pagamos hotéis 5 estrelas pelo valor de um de 3 estrelas (se reservar 1 mês antes), e chegamos ao nosso destino com TUDO PAGO.
Bom, escolher destinos para uma viagem de quase 3 meses, com 6 meses de antecedência não é nada fácil. A gente queria ir para muitos lugares, mas nem sempre dá por conta dos itinerários dos voôs. Por exemplo: Iríamos para Roma, e de lá pensamos em ir para Praga, porém de Roma não havia voô para lá, apenas voltando para Londres (que já havíamos passado), mudamos e fomos para Mikonos, que era do lado ;) Então, durante todo o tempo de planejamento, o roteiro mudou pelo menos umas 3 vezes, hahaha. Outra dica é: não queira brincar de WAR, é mais gostoso fazer poucas cidades e curtir bem cada uma delas, do que querer conquistar toda a Europa em tão pouco tempo.
Decidimos que nossa base seria em Barcelona, assim daria para curtir muitos dias por lá, conhecer bem a cidade e até arriscar viver como locais. Alugamos um apartamento na rua Gran Via de les Corts Catalanes, 439, através de um site de uma imobiliária de lá (infelizmente não estou encontrando o link da imobiliária).
Dividimos os 75 dias de viagem da seguinte forma: 15 dias em Barcelona, 15 viajando, mais 15 em Barcelona, mais 15 viajando e mais 15 em Barcelona. No total foram 11 cidades, com no mínimo 4 dias em cada (algumas, por conta do tamanho, ficamos de 2 a 3 dias): Lisboa, Cintra, Barcelona, Londres, Praga, Paris, Roma, Atenas, Mykonos, Berlim, Amsterdã. Vivi esses dias intensamente. Sorri, chorei, cantei, dancei, me encantei, me interessei, pintei o cabelo de loiro, comi a valer – como resultado níveis de colesterol altíssimos -, tomei os melhores sorvetes da minha vida, nadei, encontrei amigos, fiz novos e me diverti horrores.
Essa viagem foi um mix de emoções e vou te contar porque. Um mês – apenas UM MÊS – antes de embarcar para a maior aventura da minha vida, a viagem deixou de ter um sentido para ter dois sentidos. Eu viajaria em Junho, minha mãe faleceu em Maio. Eu fiquei sem rumo, sem energia, com os sentimentos todos abalados. E parti para a Europa, sem ao menos ter conseguido digerir a perda da minha mãe. A viagem me ajudou muito, a esquecer, a relembrar, a respirar, a realizar. Eu olhava para a torre Eifell, sorria de tanta alegria e chorava de emoção, o sonho da minha mãe era conhecer Paris, e eu estava ali, realizando esse sonho por ela. As férias já teriam um duplo sentido. A cada igreja que eu passava, acendia uma vela pra ela e a cada conquista minha agradecia por ela estar sempre me protegendo e emitindo forças para que tudo desse certo pra mim. Tinha momentos de puro êxtase por estar em frente ao Pathernon, e de tristeza por não poder compartilhar esse momento com ela, que sempre torceu por mim. Transformei essa viagem em uma forma de me conhecer, de viver intensamente a cada momento, de realizar sonhos, de me conectar, e de enxergar a vida de uma forma completamente nova e diferente, voltei dando valor para outras coisas.
Essa foi a minha história, de como um sabático deixou de ser apenas um tempo de descanso para mudar completamente a minha vida. E dou o meu conselho: faça isso pelo menos uma vez na vida. Não tenha medo de largar tudo, se arriscar, tudo vale a pena se você vai atrás de novas descobertas e de ser feliz!
*Foto destaque: Jacob Ufkes
A pressa faz com que a gente não enxergue os detalhes mais inspiradores do dia a dia. Com esse pensamento, prefiro ter um olhar mais tranquilo para a vida. Sou observadora, me encanta ver uma peninha no chão onde todos pisaram e nem sequer a viram lá. Não há novidade no que todo mundo vê, não me inspira. O novo e o diferente sim, fazem meus olhos brilharem.
Ver todos os postsque demais! deve ter sido uma experiência tão intensa e transformadora. adorei toda coragem, parabéns.
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.