Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Como já falei por aqui, a Turquia não estava nos meus planos. A minha visão equivocada de Istambul só se desfez quando eu pisei na cidade. Na primeira eu mal saí do aeroporto, pois cheguei às 22h de um dia para embarcar às 8h do dia seguinte. Acabei escolhendo um hotel ao lado e essa foi minha primeira experiência na cidade, ou seja, nula.
Quando avistei Istambul pela primeira vez da janela do meu vôo, eu já me impressionei. Sei lá porque raios, nos meus conhecimentos geográficos, eu sequer tinha noção de que Istambul estava à frente de São Paulo no tamanho da população e área. Enquanto ocupamos o 6º lugar, Istambul é a 5ª maior cidade do mundo.
No aeroporto já se percebe a miscelânea entre Ocidente e Oriente. Passei a noite lá sonhando em voltar.
Depois de um mês eu voltei. Na mala, toda a animação e ansiedade para descobrir uma cidade que se divide entre o Ocidente e Oriente. No total foram 7 dias divididos em duas partes, já que no meio tive uma fuga para a Capadócia. Sabiamente eu fiquei na primeira temporada no lado turístico, em Sirkeci, num hotel ao lado de tudo que “precisava” conhecer. Já na segunda, eu me mudei para Pinheiros de Istambul, em Beyoglu, me hospedando num dos hotéis que mais curti ficar até hoje, o Georges Hotel Galata, em que é possível tomar café da manhã no lado ocidental apreciando o lado oriental.
A cidade ferve em todos os sentidos. Pessoas de todas as culturas possíveis, mulheres envoltas em lenços, rostos cobertos, pessoas modernas, calor infernal, gente feliz, ruas lotadas, cultura e artisticamente rica, coisas pra ver que não acabam nunca, variedade gastronômica, beleza, mas muita beleza.
Ah, como Istambul é bela e fascinante; é jovem, é velha; é turística, é lugar pra morar. Eu, que geralmente fujo de atrações turísticas, lá eu quis ir em todas. Impossível não visitar Hagia Sofia, Blue Mosque e mais uma infinidade de mesquitas de tirar o fôlego, Galata Tower, Grand Bazaar, Spicy Bazar, Cisterna Basílica, fazer passeio no Estreito de Bósforo, Topkapi Palace, Museu de Arte Moderna, Museu da Inocência, a Praça Taksim, andar pela lotadíssima Istiklal Cd, só para citar alguns.
Istambul é assim, ela tira seu fôlego, ela te engole, ela faz você virar os olhos. A cidade te deixa zonza. Em três dias fizemos uma maratona, comemos bem, comemos mal, passamos muito calor, andamos quilômetros, vimos muita coisa. A cidade é um banho de história e cultura, daquelas bem distante da gente. As pessoas são simpáticas e prestativas, mas estão sempre tentando vender algo pra você.
As 5 orações diárias me fascinaram, por mais que elas nada significavam pra mim. Era mágico ainda assim.
O que eu senti em Istambul, foi o mesmo que senti em NY, Berlim, São Francisco e Paris: vontade de morar. Vontade de arrumar um canto, de mergulhar na cultura, de me tornar parte dela. Istambul me conquistou na primeira olhada e nem foi ao pisar na cidade, mas ao sobrevoa-la pela primeira vez.
É daqueles lugares que a gente vai e na volta não consegue explicar. Por mais que você fale, não será um décimo do que viu e sentiu.
Na nossa segunda temporada, a gente conseguiu finalmente respirar. Andar com calma, nos perder nas ruelas, cair em lugares super residenciais. Vi a riqueza, vi a pobreza, vi a pressa ao meu redor, mas consegui me manter fora dela. Foi nesse momento em que quis morar lá para sentir tudo mais de perto. Eu me encontrei em sua riqueza cultural, em sua efervescência artística, em sua modernidade e jovialidade. Istambul é fresca.
Tirando toda a parte histórica, Istambul tem muitas galerias de artes, lojas de design, lojas descoladas, gente bonita, bares, cafés, arquitetura pra ver, coisas pra fazer. A cidade não pára.
No geral é barata. É ótima para compras, já que muitas marcas globais fabricam por lá. A única coisa que reprovei foi a cerveja local, Efes, que é aguada, mas não ouse falar mal dela para alguém. Istambul oferece uma experiência muito única, então não tema o fato dela estar tão na moda e você querer ir na contra-mão. Vale a pena. A cidade está no momento dela, é a bola da vez.
Istambul é cidade para se apaixonar e voltar quantas vezes forem necessárias, e serão muitas.
(infelizmente meu celular me sabotou e perdi todas as minhas fotos incríveis, ficaram apenas as lembranças e a vontade de voltar)
*Foto destaque: Eder Fortunato
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.