Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Sempre tive muita sorte com o tempo por lá, acho até que isso tem a ver com minha paixão pela cidade. Várias vezes em que fui, a previsão era de chuva, mas o sol se abriu na minha chegada e permaneceu até a minha decolagem. Ainda assim, peguei dias de chuva eterna deixando de lado uma das coisas que mais gosto: sentar em mesas na calçada, tomar meu bom vinho e ficar vendo as pessoas indo e vindo, o que na chuva não é uma boa escolha.
Aprendi a curtir Paris debaixo de chuva, pois opções não faltam. Para quem for marinheiro de primeira viagem e não der sorte com o tempo, encarne a Poliana e acredite, é uma boa oportunidade para voltar à cidade e curti-la com outro cenário, afinal para passear pelo Rio Sena, subir na Torre Eiffel e fazer um belo picnic no Parque Luxemburgo, você precisará de mais sorte.
Vamos às dicas de como curtir outras atrações, que também o deixarão satisfeito na sua passagem por lá:
Paris pode ter sua história contada a partir das igrejas. E são muitas. Estive em Paris no final de julho desse ano, dessa vez com meus pais a tiracolo. Acabei fazendo uma verdadeira romaria visitando 10 igrejas em 3 dias. Acha muito? Pois bem, Paris abriga cerca de 126 igrejas espalhadas nos seus 20 arrondissements. E não precisa ser religioso para visitar igrejas, eu mesma não sou. Para mim, igrejas contam muito sobre a história, arquitetura e cultura de um país. E as igrejas de Paris são lindas e de todos os tamanhos.
Claro que há a lista obrigatória, mas há também igrejas super escondidas que valem a visita. Igrejas já foram refúgios para mim dar uma boa descansada, rever meu roteiro do dia, observar as pessoas e, claro, me deleitar com a arquitetura.
As básicas com certezas farão parte do seu roteiro e valem a visita:
Além dessas, 121 igrejas para visitar, uma com mais história que a outra. Vale dar uma lida, ver as histórias mais legais e curtir uma chuva no aconchego ou frieza (depende do ponto de vista) de uma igreja.
Outra coisa que não falta em Paris são museus, um mais incrível que o outro. Dá para ficar uma semana (ou mais) só batendo pernas em museu, então aproveite a chuva e se refugie um dos mais de 150 listados. Além deles, ainda há mais de 75 galerias de arte, ou seja, se o seu negócio é se inspirar com arte, é só pesquisar e fazer a lista. Além dos museus óbvios que valem a visita, por mais apelo turístico que hoje eles tenham, tem uma infinidade de boas opções para chamar só de suas. Para ver o que está rolando na cidade, espie o Slash Paris, l’officiel Spectacles ou o Sortir à Paris. A dica é sempre comprar seus ingressos online, porque em dias de chuva é pra museu que todo mundo vai, então a chance de se deparar com uma fila, é imensa.
Sei que listei os óbvios, mas para mim eles sempre são novos e sempre que posso eu vou, com exceção do Louvre que me dá certa preguiça. Além deles, há uma infinidade de boas escolhas que, na maioria das vezes, reservam boas surpresas. Eu super recomendo o Musée Carnavalet para conhecer melhor a história de Paris; Fundação Cartier sempre tem boas exposições de fotografia, mas fica esperto com os horários e dias de funcionamento; outra boa opção para quem curte fotografia é a Maison Européenne de la Photographie. A La Maison Rouge foi uma das boas surpresas na minha penúltima ida à Paris. É uma fundação privada que promove arte contemporânea, apresentando 3 exposições anuais muito bem escolhidas. O lugar, que fica pertinho da Bastilha, ainda conta com uma Rose Bakery para tomar um café.
Para quem ficou preso ao impressionismo, a parada obrigatória é o Museu Marmottan Monet, que hoje tem o maior acervo de obras do Monet, já que em 1966 o museu recebeu várias doações do acervo do filho do artista, além de ficar numa área nobre de Paris conhecida como NAP (Neuilly, Auteuil e Passy), que são três bairros elegantes ao lado do Bois de Boulogne, um lindo parque pra você visitar num dia ensolarado.
Também tive uma ótima experiência no Musée Maillol, onde tive a grande sorte de pegar a exposição “That’s Life ! – Vanities from Caravaggio to Damien Hirst”. Dois lugares que eu também amo são o Grand Palais e o Au Palais de Tokyo. Por último (e sofrendo, já que a lista não acaba), vá conhecer o Cite de la Musique, que no momento está com a exposição Europunk, ou seja, se você gosta de música, trata de coloca-lo na sua lista.
Porque ir para Paris e não trazer uma sacolinha a mais é quase motivo de alta na terapia. Paris não é uma das cidades mais baratas, mas sabendo onde ir, sempre vão aparecer boas opções de compras. Fuja das grandes galerias, mesmo que em dias chuvosos você acredite que lá é seu único refúgio, mas não é. Compre um bom guarda-chuva e vá bater perna em Marais, que tem uma lista infindável de lojas charmosas. Bata muita perna entre a Rue du Temple, Rue Bretagne, Rue des Francs Borgeois, Rue Vielle du Temple, Rue des Archives, Rue des Rosiers e vai se perdendo entre todas elas, pois sempre vai ter um ótimo achado. Eis meu canto favorito, posso passar uma semana em Paris sem sair desse quadradão. Além de lojas, há também inúmeros cafés, restaurantes, galerias de artes e gente bonita. Não deixe de passar na FrenchTrotters, multi-marcas super descolada com uma seleção de peças de cair o queixo. Estando por ali, dá uma espiada na Galerie Xippas, tome um brunch na Rose Bakery ou no Nanashi, almoce no Cafe Charlot e depois tome um vinho (ou cerveja) no Le Progrès. E dê uma passada no Le Marché des Enfants Rouges.
Outro lugar ótimo para bater perna é o Canal de Saint Martin, que entre tantas lojas bacanas, tem o Centre Commercial, onde comprar é mais acessível que a Colette, por exemplo. Por ali tem também uma pequena loja de livros de design de cair o queixo, a Artazart Design Bookstore.
Caso você esteja do lado de lá do rio, em Saint-Germain-de-Prés, vá passear no Le Bon Marché. O lugar é incrível, tem boa comida, todas as grandes marcas estão reunidas lá. Depois vá bater perna na charmosa Rue de Buci e não deixe de visitar a loja da Taschen. Se o seu lado turístico estiver brilhando, vá tomar um vinho no Cafe de Flore. Depois pega o guarda-chuva e vá a City-Pharma, a farmácia mais barata de Paris, mas vá munido de paciência porque o lugar bomba mesmo com locais.
Para quem ama cerveja, anota a People’s Drugstore, que conta com mais de 550 rótulos de cervejas com preços imbatíveis, incluindo brasileiras, mas essas você compra aqui. Aproveita para visitar a loja caso você esteja na região de Pigalle. Rola pedir para gelar a cerveja na hora e tomar por lá mesmo enquanto discorre sobre o assunto “cerveja” com um dos dois donos, que falam inglês.
Caso tenha achado que lugar pra gastar dinheiros é a Champs-Élysées, não deixe de visitar o Espace Culturel Louis Vuitton, que tem entrada na rua atrás da loja (esqueça a loja). Na minha última passagem peguei uma exposição de arte contemporânea incrível, não paguei nada e ainda saí de lá com um belíssimo catálogo a tiracolo.
Apesar de ser considerada uma das capitais da gastronomia, não acho que Paris é o lugar que esbanja comida boa em qualquer esquina. Recomendo pesquisar, pois tem muita comida meia-boca e lugares pretensiosos. Como estamos falando em dias chuvosos, eu recomendo escolher um ótimo lugar para comer, já que com chuva dá para fazer as coisas sem pressa. Deixe o preconceito de lado e experimente outras cozinhas além da francesa, em Paris, pois você terá boas surpresas.
Eu já comi pizza boa, melhor que a maioria que encontramos por aqui; virei os olhos comendo sanduíche de pastrami e hambúrguer numa deli no meio do Marais e, claro, me esbanjei em boa comida internacional e mesmo a francesa.
Aos empenhados na cozinha, nada como aproveitar um dia chuvoso para colocar a barriga no fogão fazendo uma aula de gastronomia. Opções não faltam, mas eu ainda não testei nenhuma. Caso tenha alguma dica, compartilha aí com a gente nos comentários. Uma ótima dica é ir tomar chá e comer um chifre de gazela (corne de gazelle) na Mesquita de Paris, além de ainda contemplar a bela arquitetura do edifício construído em 1920 e inspirado na Alhambra (Espanha). Quer algo mais inusitado que essa opção?
A lista de lugares para ir é imensa, então recomendo pegar a lista que fiz no foursquare, que tem boas opções para beber, comer e também se divertir. Além disso, não esqueça de conferir a programação noturna, pois sempre tem bons shows. Eu recomendo consultar sempre o songkick (baixa o app e deixe ele à mão).
Uma das coisas mais charmosas de Paris são as passagens ou “galerias” como costumamos chamar por aqui. Sempre tem lojinhas e outras surpresas escondidas. Uma das minhas favoritas é a Galerie Vivienne, construída em 1823, que conta uma livraria que vende livros raros, uma casa de chá e lojinhas tão charmosas quanto a galeria. A arquitetura é de tirar o fôlego em apenas 176m de comprimento e 3m de largura.
Algumas passagens para bater perna enquanto a chuva cai lá fora, todas no 2ème, assim como a Vivienne: Passage Du Grand Cerf, Passage des Panoramas e Galerie Colbert. Caso esteja no 1er, procure pela Galerie Véro Dodat e no 10ème a boa pedida é a Passage Brady, a mais exótica de todas, pois fica no coração do bairro turco e curdo, vai te colocar num clima Bollywood.
*Foto destaque: Miguel Pinheiro – shutterstock.com
*Agradeço ao meu amigo (e padrinho) Domingos, que fica sempre à tiracolo comigo quando estou em Paris, me mostrando novos lugares e me deixando ainda mais apaixonada e derretida pela cidade. As dicas das passagens e de comer na mesquita são deles, que adora flanar em Paris
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsPara comida francesa “de vó” eu recomendo o Chez Gladines, tem alguns pela cidade. Também recomendo uma passadinha por Belleville e seus restaurantes orientais.
Muito legal seu texto! Quem gosta de arte realmente nao fica sem ter o que fazer em Paris.
Quanto a comida, o que eu sempre recomendo a meus amigos em Paris: Le Chateaubriand para um jantar pra la de especial. Hoje o 18th melhor restaurante do mundo, estava em 8th lugar quando o visitei. Por 60 euros voce paga o menu degustação, e a partir de 8:30 nao precisa de reserva. http://www.theworlds50best.com/list/1-50-winners/le-chateaubriand/ A comida e espetacular e o ambiente e super relaxado.
Tambem vale a visita a qualquer padaria que tenha o titulo de “Meilleur Ouvrier de France”; essa e uma competicao disputadissima e dela so saem os melhores confeiteiros mesmo (assista ao documentario Kings of Pastry se tiver interesse no assunto). Pergunte pela especialidade da casa e a experimente.
Pra quem quer fazer da visita um tour gourmet, vale a pena ler o livro do David Lebovitz, My Sweet Life in Paris, que tem uma grande lista de enderecos de padarias, confeitarias, bistros etc e um insight de como e viver la.
o chateubriand tá na minha lista ha tempos, mas acabo nunca indo… vamos ver se na próxima eu mato essa pendência :)
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.