Os pinguins da Philip Island

Desde que vi A marcha dos pinguins, fiquei obcecada por eles. Sempre quis ver um. Soma(va)-se a minha lista: pandas, koalas, girafas e hipopótamos. Quando eu fui para Buenos Aires, me falaram que encontraria os bichinhos no zoológico de lá, mas como sou chata e não vou a zoológicos, acabei não vendo.

Chegando em Melbourne, vi muita propaganda sobre a Penguin Parade e, claro, fiquei muito interessada. Eu nunca esperaria encontrar pinguins na Austrália, então fui pesquisar. Descobri que a tal parada acontece na Philip Island e que lá existe um parque com várias outras atrações legais como um centro de conservação para koalas e áreas recreacionais para fazer trilhas com paisagens incríveis.

Conversei com algumas amigas que tinha na cidade e combinamos de pegar o carro uma tarde e fazer o programa. Se você não tem carro, a cada esquina da cidade existe uma agência oferecendo um pacote incluindo transporte e uma pesquisa rápida no Google te mostra mais centenas de opções.

Chegamos no final da tarde e compramos nossos ingressos. Os pinguins chegam ao anoitecer todos os dias, por volta das 19, 20 horas, e é bom estar por lá mais ou menos com uma hora de antecedência. Os horários variam com o mês, por isso o site fornece uma planilha com informações que vale a pena dar uma olhada. Nós sentamos em uma arquibancada de frente para o mar, para esperar os pequenos. Existe um ticket especial também se você quiser sentar na areia mais a frente.

É muito engraçado porque rola toda uma ansiedade de quando os pinguins vão aparecer. Ficamos em torno de 1 hora e meia esperando, todo mundo na plataforma com os olhos fixos no mar até surgir o primeiro grupo. São centenas de pinguins da espécie Eudyptula minor, a menor delas, com cerca de 33 cm de altura, o que aumenta exponencialmente o fator fofura. Eles saem todos os dias para caçar e se alimentar no mar e voltam a noite para suas tocas na areia. Para não afetar o ecossistema, tirar fotos, mesmo com celular, é proibido e só pode com autorização.

Ficamos em torno de uma hora observando tudo, eles fugindo das gaivotas que estavam no caminho, alguns se perdendo de seu grupo. Depois andamos por uma via de madeira na qual você ainda consegue vê-los chegando a suas tocas e chamando por seus companheiros/filhotes. Antes de ir embora, paramos na lojinha em frente para comprar lembrancinhas, uma delas grudada na minha geladeira até hoje.

O legal é que existe todo um trabalho no parque para proteção do meio ambiente da ilha e dos animais, a colônia dos pequenos pinguins é uma das maiores do mundo. Eles não têm lucro, todo dinheiro ganho com as atividades é gasto em pesquisa e programas de educação. Voltamos por volta de meia-noite para Melbourne, esse foi um dos últimos passeios que fiz na Austrália depois de quase dois meses viajando pelo país. Risquei um item no meu caderninho e dormi feliz.