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As boas do fim de semana no Rio de Janeiro: 27.07

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Data

26 de July, 2018

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Elza

Eis que a vida-voz de uma mulher preta brasileira octogenária dá fôlego – ou, melhor, uma nova vida-voz – aos musicais biográficos explorados à exaustão na cena teatral. Apenas a intenção de homenagear Elza Soares tornaria a empreitada emocionante, mas o espetáculo não se curva ao tributo raso; vai além ao espremer e revirar a cantora, retirando dela a potência (e não mais a fragilidade) de ser uma mulher preta brasileira, sobrevivente e viva, muito viva, na vida presente. A atualidade de Elza contagia. Elza é uma multidão, representada por sete atrizes-cantoras no palco. A dramaturgia costura a vida cambaleante da cantora, indo da antológica participação no show de calouros de Ary Barroso ao amor por Garrincha. A lata d’água une as pontas: é o equilíbrio, o desequilíbrio, o holofote, a violência, o pai e o som em si, mas também é lata d’água. Nem a lata nem Elza são uma coisa só, isso é certo. A vida-voz errante é cantada em cena com beleza e força – não há canção desperdiçada aqui. “Dindi”, “Hoje é dia de festa”, “Malandro” e “O meu Guri” ganham versões dilacerantes. Diante de Elza, fica mais fácil acreditar que Deus existe. Que Deus é mulher. Uma mulher preta.

Elza. Quinta-feira, às 19h. Sexta-feira e sábado, às 20h. Domingo, às 18h. Ingressos a partir de R$ 40, aqui. Em cartaz até 30 de setembro,
Teatro Riachuelo. Rua do Passeio, 38/40 – Centro.

Anima Mundi

Instalado no coração da competitiva agenda cultural do Rio, o Anima Mundi chega à 26ª edição. É chover no molhado colorido: trata-se de um mais importantes festivais de animação do mundo, cuja programação, sempre caprichada e diversa, abraça parte do globo. Seis espaços da cidade se dividem para exibir 576 produções de mais de 40 países, presentes em mostras competitivas e paralelas – do Brasil foram selecionados 108 filmes, de 13 estados. No sábado (28.07), Carlos Saldanha (brasileiro duas vezes indicado ao Oscar) apresenta o longa “O touro Ferdinando”, com direito a conversa (animada, claro) com o público – a sessão começa às 16h, no Odeon. No mais, é isso aqui ó: não perca (o evento) e se perca (no evento).

Anima Mundi. Consulte a programação aqui.

Ilha dos Cachorros

“Ilha dos Cachorros”: nova animação do diretor Wes Anderson

Ainda nessa boa onda animada, vale reforçar a presença ilustre do novo filme de Wes Anderson nos cinemas. O diretor movimentou a cena indie com suas comédias melancólicas, como “O Grande Hotel Budapeste” (2014), “Moonrise Kingdom” (2012) e “Os Excêntricos Tenenbaums” (2001), e volta ao stop motion após o elogiado “O Fantástico Sr. Raposo” (2009). Anderson tem um estilo próprio tão ressaltado a cada trabalho que seu desafio imediato parece não deixar que essa força criativa seja mera muleta ou prisão. Em “Ilha dos Cachorros”, ele volta aos temas complexos desenvolvidos a partir de uma encenação intencionalmente afetada – enquadramentos centralizados, personagens que olham para câmera, vozes deliciosamente desinteressadas, quase indiferentes, fazem parte do pacote. O longa se passa numa cidade japonesa comandada por um prefeito fascista que, após a eclosão de uma gripe canina, manda todos os cachorros para uma ilha vizinha que serve de lixão. Atari Kobayashi, um garoto de 12 anos, desafia a autoridade e parte rumo ao local proibido para encontrar seu cão de guarda.

“Ilha dos Cachorros”. Ver salas e horários aqui.

Peraí, que tem mais

O francês “Custódia” é uma das boas surpresas do ano. O filme estica a corda do drama enquanto amarra o pescoço do espectador num suspense crescente. A trama acompanha a rotina de um menino, cuja guarda foi compartilhada entre os pais, recém-separados.
“Custódia”. Confira a programação aqui.

Grace Passô. Grace do filme “Praça Paris”. Grace das peças “Preto”, “Por Elise”, “Krum”, “Amores surdos” e tantas outras. Grace: atriz e dramaturga. Grace, que estava na plateia do musical sobre Elza Soares. Já falamos dela aqui e voltamos a ela, porque Grace (sim, Grace Passô, nosso eterno retorno) está em cartaz com o monólogo “Vaga carne”, sobre uma voz errante que invade o corpo de uma mulher. Essa mulher é Grace. Últimos dias na Caixa Cultural.
“Vaga Carne”. Quarta-feira (25.07) a domingo (29.07), às 19h. Ingressos a R$ 20.
Caixa Cultural. Av. Alm. Barroso, 25 – Centro.

Há mais de duas décadas, Tom Cruise corre, pula, sai do chão, salta, escala, cai e se levanta. Enfim, flerta com o perigo numa corrida contra o tempo. Faz isso sem dublê, detalhe ecoado sem piedade pelo marketing de “Missão: Impossível”. O primeiro filme foi lançado em 1996. À beira dos 60, o astro injeta energia e, dizem, impressiona de novo em “Missão: Impossível – Efeito Fallout”, sexto longa da franquia e maior estreia do fim de semana. É sempre divertido.
“Missão: Impossível – Efeito Fallout”. Veja as salas e horários aqui.

Velocidade, ansiedade, consumo e sofrimento. Esse vocabulário conectado ao mal-estar da contemporaneidade é o ponto de partida da peça “Apatia Dinossauro”, que estreia este fim de semana. Texto e direção de Caio Riscado.
“Apatia Dinossauro”. Sábado a segunda-feira, às 19h. Em cartaz até 27 de agosto. Ingressos a R$ 40.
Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto – Galeria 02. Rua Humaitá, 163 – Humaitá.

Data

26 de July, 2018

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Filipe Isensee e Gustavo Cunha

Filipe nasceu em Salvador, mudou-se aos 9 anos para Belo Horizonte e, aos vinte e poucos, decidiu encarar o Rio de Janeiro. Há quatro anos conheceu Gustavo, cria da capital fluminense. Jornalistas culturais, gostam de receber amigos em casa e ir ao cinema. Cada vez mais são adeptos de programas ao ar livre - sempre que podem, incluem no passeio Chaplin, esperto vira-lata adotado há um ano.

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    - Sabrina Vasconcellos do Amaral

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