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As boas do fim de semana no Rio de Janeiro: 14.12

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Data

13 de December, 2018

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Apresentado por

Cérebro_Coração

É sempre assim: no fim de ano, as estreias teatrais minguam. Em compensação, as últimas apresentações se avolumam em ritmo de despedida, nos lembrando que o ano se encaminha para sumir do calendário. Quem não viu fica refém de possíveis reestreias e sabe-se lá se elas realmente vão acontecer. Dizemos isso para chegar nesta pérola que é “Cérebro_Coração”, uma das boas surpresas teatrais de 2018, que se despede do Poeira, espaço sempre acolhedor. Sozinha no palco, Mariana Lima parte da concretude do cérebro (o órgão mesmo, exposto nos primeiros minutos da montagem) para chegar à subjetividade do cérebro, à memória. É uma aula-performance, como a própria atriz define, em que razão e emoção (controle e descontrole) disputam espaço. Vimos e veríamos de novo.  Viva ela e os elos dela.

“CérebroCoração”. Em cartaz até domingo. Quinta a sábado, às 21h. Domingo, às 19h. Ingressos a R$ 70.
Teatro Poeira. Rua São João Batista, 104 – Botafogo.

Colette

A atriz inglesa Keira Knightley é uma incógnita, com belezas e vacilos cortantes no currículo. No primeiro grupo, estão os filmes do diretor Joe Wright, com “Orgulho e preconceito” e, especialmente, “Desejo e reparação” na linha de frente. No segundo, decepções como a composição exagerada em “Um método perigoso”. Não sabemos se “Colette” vai para lá ou para cá ou se fica em cima do muro.  A recepção da crítica foi positiva, e o filme foi lembrado em algumas premiações. Se você quer fugir de “Aquaman” – principal estreia do fim de semana -, o longa pode ser uma boa opção. Nele, acompanhamos como uma talentosa escritora eclipsada por um marido abusivo consegue romper o preconceito e a dominação sofrida.

“Colette”. Confira salas e horários, aqui

O Cinema Argentino Conta suas Histórias Mínimas

Cena do filme “O pântano” | Foto: Reprodução

O nome da mostra da Caixa Cultural já adianta muita coisa, mas vale aqui uns acréscimos. A programação apresenta 17 filmes do chamado Nuevo Cine Argentino, movimento iniciado nos anos 90 e que se consolida nos anos 2000. Realizadores como Lucrecia Martel (diretora de “O pântano”, na foto), Pablo Trapero, Ana Poliak, Martin Rejtman, Raúl Perrone, Carlos Sorín e Mariano Llinás serão lembrados. Há também palestras e masterclasses. Imperdível.

O Cinema Argentino Conta suas Histórias Mínimas. Confira a programação completa, com dias e horários dos filmes, no site da Caixa. Ingressos a R$ 6. Em cartaz até 23.12.
Caixa Cultural. Av. Almirante Barroso, 25 – Centro.

Central do Brasil

Vinte anos após seu lançamento, “Central do Brasil” ganha uma sessão especial no Instituto Moreira Salles, onde será exibida uma cópia restaurada. Durante o Festival do Rio, o filme foi apresentado para uma sala lotada e, ali, pudemos comprovar uma das características que mais nos encanta no filme: o delicado equilíbrio entre drama e humor. A jornada de Dora e Josué – a escrevedora de cartas e o menino em busca do pai – é repleta de momentos tragicômicos, que levam o público a rir. Não se trata do humor de distração ou de negação do drama, mas daquele que aprofunda e humaniza os personagens. Não sem espanto, a plateia foi do riso ao pranto. Que o diga as duas amigas que nos acompanharam – uma delas vendo o longa pela primeira vez -, ambas com olhos molhados, enquanto os créditos rolavam e a música “Preciso me encontrar” dividia espaço com aplausos efusivos. Prevemos reação parecida no IMS. Que bom redescobrir “Central do Brasil” nas telonas. Melhor ainda pensar que Fernanda Montenegro e Marília Pêra se encontraram em cena, ainda que brevemente.

“Central do Brasil”. Sábado (15.12), às 15h50. Ingressos a R$ 8.
Instituto Moreira Salles. Rua Marquês de São Vicente, 476 – Gávea. 

Peraí, que tem mais

Como é o último guia que fazemos este ano, propomos colocar nossos filmes e peças preferidos – muitos deles já registrados em outros momentos por aqui.

A vida de um longa extrapola a sala de cinema, então as obras citadas certamente já estão disponíveis para alugar (alguém ainda faz isso?) ou compõem o catálogo de algum canal ou serviço de streaming. O teatro é diferente. Com sorte, há chance de uma reestreia. Mas se não há volta, há ao menos a memória.

Abaixo, uns poucos comentários para lamber a lembrança e evitar a fadiga.

Melhores filmes

As Boas Maneiras / Foto: divulgação
O nacional “As boas maneiras” | Foto: Divulgação

“As boas maneiras”: os detratores dizem que é longo demais, que erra ao misturar drama, terror e (uma pincelada de) musical. Mas é essa apropriação do desvio que faz ele ser tão bom.

“Me chame pelo seu nome”: viadagem soft, sem nudez, mas com pêssegos gozados e aquela conversa final entre pai e filho que roda na sua cabeça após o fim.

“Trama Fantasma”: um filme que, pouco a pouco e habilmente, revela as camadas de seus personagens. Uma excelente despedida de Daniel Day-Lewis, que anunciou a aposentadoria após concluir as filmagens. Cá entre nós, achamos que ele volta.

“The Square – A arte da discórdia”: arte, empatia, macaco, museu e desequilíbrio cômico.

“Uma noite de 12 anos”: vimos na véspera das eleições e permanece com a gente até hoje. É sobre o Uruguai, mas ecoa o tempo presente daqui, tanto a tristeza quanto a esperança.

Melhores peças

Luiza Lemmertz e Caio Blat em Grande Sertão: Veredas. Foto: Roberto Pontes/Divulgação

“Grande Sertão: Veredas”: o sertão é o mundo, Diadorim é minha neblina e o que a vida quer da gente é coragem. Não se esquece o Riobaldo defendido por Caio Blat.

“Molière – Uma Comédia Musical”: drama e comédia se enfrentam para fazer emergir o silêncio. Antes dele, Matheus Nachtergaele. Com ele, uma versão de “Coração vagabundo” que faz cócegas na alma da gente.

“Rose”: de cara, a protagonista nos diz: “feijão aguado me parte o coração”. Estávamos entre os cinco ou seis espectadores que viram aquela sessão no Sergio Porto. Uma pena. Uma sorte.

“Elza” [Em cartaz]: o espetáculo dá sobrevida ao já cansado teatro musical. Vai com fôlego, força e fé para construir as dores e delícias de uma mulher do tempo presente, jamais ausente. Que a força da mulher preta brasileira incendeie o mundo de afeto e canção.

“Outros” [Em cartaz]: o Grupo Galpão se tornou uma voz potente que se sabe voz potente. Sendo assim, não chega ao teatro para gritar o já dito, mas para propor um jogo novo. Da junção de corpos, com muitos outros de nós aglutinados, surge a possibilidade de sermos luz para enfrentar a noite escura.

Data

13 de December, 2018

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Apresentado por

Filipe Isensee e Gustavo Cunha

Filipe nasceu em Salvador, mudou-se aos 9 anos para Belo Horizonte e, aos vinte e poucos, decidiu encarar o Rio de Janeiro. Há quatro anos conheceu Gustavo, cria da capital fluminense. Jornalistas culturais, gostam de receber amigos em casa e ir ao cinema. Cada vez mais são adeptos de programas ao ar livre - sempre que podem, incluem no passeio Chaplin, esperto vira-lata adotado há um ano.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.