Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
O britânico Ken Loach é um nome a ser (re)descoberto. Feliz o dia em que, há alguns anos, decidi alugar “Kes” (1969), uma pequena joia do cineasta sobre a amizade entre um menino e um falcão. Desde então, o filme está vivo na minha memória. Loach tem especial sensibilidade para retratar o ser humano ordinário diante de suas miudezas – a vocação talvez tenha ajudado a caracterizar seu cinema como político. Ele é um dos poucos a ter conquistado duas vezes a Palma de Ouro em Cannes: a primeira veio com “Ventos da liberdade” (2006), e a segunda por “Eu, Daniel Blake” (2016). Esses filmes, e outros mais, estão na mostra da Caixa. Imperdível. No sábado (07.04), tem debate com crítico Rodrigo Fonseca e a curadora Fernanda Bastos
O Cinema Político de Ken Loach na Caixa Cultural. Em cartaz até 15.04, de terça-feira a domingo. Ingressos a R$ 4. A programação também pode ser consultada aqui.
Caixa Cultural. Av. Almirante Barroso, 25 – Centro.
Com “O imortal”, a talentosa Gisele Fróes faz o primeiro monólogo da carreira. A empreitada não poderia ser mais instigante e parte do conto homônimo do argentino Jorge Luis Borges. A atriz enveredou pelos labirintos de palavras do escritor e, no palco, entrega um texto que investiga os múltiplos sentidos da imortalidade, algo explorado em vários contos de Borges. Ficamos curiosos!
‘O imortal’ no CCBB. Estreia na sexta-feira (06.04) Em cartaz de quarta-feira a domingo, às 19h30, até 27.05. Ingressos a R$ 20.
CCBB. Rua Primeiro de Março, 66 – Centro.
Você precisa guardar um nome e um sobrenome: Grace Passô. O resto fica por conta dela. Não precisa agradecer, ok? Em outro guia, quando a peça “Preto” estava em cartaz no Rio, falamos o quanto ela é uma atriz – na falta de adjetivo melhor – fodarástica. Grace tem graça e força catapultadas em cena. O teatro é seu berço criativo, mas o cinema começa a encontrá-la. Por “Praça Paris”, seu primeiro filme, levou o prêmio de melhor atriz do último Festival do Rio. Isso surpreendeu a quem mesmo? Ora, efeito Grace. O thriller mostra o conflito entre uma psicanalista portuguesa, Camila (Joana de Verona), e sua paciente, Glória (Grace). O longa só estreia dia 26, mas tem uma pré esperta na Sede da Sociedade Brasileira de Psicanálise, com direito a debate com a diretora Lúcia Murat, na sexta (06.04).
Pré-estreia de “Praça Paris”. Sexta-feira (06.04), às 19h. Ingressos a R$ 20.
Sede da Sociedade Brasileira de Psicanálise. Rua David Campista, 80 – Humaitá.
O espaço, a fronteira final… Nada neste guia é mais geek do que um viradão, das 19h às 6h, com Spock e companhia. Quem ainda não ligou o nome à coisa, explico: “Star Trek” ou – em boa tradução – “Jornada nas Estrelas”. O evento coloca a Enterprise no Centro do Rio e invade a madrugada com uma seleção de episódios da série. Mas também promove um quiz e traz entrevistas especiais – as dubladoras Carla Pompilio e Mariângela Cantu, por exemplo, estão entre as primeiras convidadas do virada. Vai embarcar ou não?
Virada nas Estrelas. Sexta (06.04), das 19h às 6h – não será permitida a entrada depois das 22h. Gratuito. As senhas são distribuídas uma hora antes do início.
Cinema do CCJF. Av Rio Branco, 241 – Centro.
Nomes importantes da videoarte e do audiovisual experimental – Cao Guimarães, Gabriel Mascaro e Regina Parra, entre eles – estão na terceira edição de OLHO. Dessa vez, a mostra explora uma abordagem tentacular de pensamento, da percepção e do conhecimento. “Tentacular propõe indagar a influência mútua entre as formas humanas e para além do humano e refletir sobre os resultados multifacetados que esse encontro pode gerar em resposta à atual crise ambiental e sociopolítica”, explica o texto de apresentação no site do evento.
Olho III – Tentacular. Sexta-feira (06.04), às 18h30. Sábado (07.04) e domingo (08.04), a partir das 17h. Gratuito.
Cinemateca do MAM. Av. Infante Dom Henrique, 85 – Praia do Flamengo.
Filipe nasceu em Salvador, mudou-se aos 9 anos para Belo Horizonte e, aos vinte e poucos, decidiu encarar o Rio de Janeiro. Há quatro anos conheceu Gustavo, cria da capital fluminense. Jornalistas culturais, gostam de receber amigos em casa e ir ao cinema. Cada vez mais são adeptos de programas ao ar livre - sempre que podem, incluem no passeio Chaplin, esperto vira-lata adotado há um ano.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.