Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
As mãos ao alto sugerem um assalto coletivo, mas é só o carnaval roubando corações por aí. Sim, é carnaval. O taxista reclama que ficou uma hora engarrafado por causa de um bloco. No metrô, a pequena multidão se enfileira desorganizadamente para comprar bilhete e, no vagão, a cantoria de endiabrados e tigresas ecoa com refrões maliciosos. No poste, uma colombina chora com cerveja na mão. No escuro, o brilho das fantasias é como farol que diz: sim, é carnaval. No claro, crianças dão os primeiros passos na festa e, mesmo sem saber falar, anunciam: sim, é carnaval. No quarto, o som de fora invade e pavoneia: sim, é carnaval. No Facebook, pipocam fotos espontaneamente forjadas, reclamações de furto de celulares, e registros de pessoas à beira do orgasmo, conquistado com sarrada, batuque e dança. As legendas não negam: sim, é carnaval. A moça tímida do trabalho se desdobra em odalisca-sereia-jojô-toddynho. Que tiro foi esse? Pergunte e ela dirá: sim, é carnaval. Aqui estamos, num sim coletivo ao… Enfim, já entenderam, né? O guia da semana aposta ainda mais no sim e traz um sem-fim de jeitos de ser feliz. Quem é do bloco do não-carnaval, não se espante, cante: tem coisa para ver e se inspirar também. O que a fricção não resolve, a ficção salva. Amém. Dê seu jeito de curtir. Comece por aqui :)
Temos também um guia bem completão de blocos aqui.
* Foto destaque: Alexandre Macieira, da Riotur.
Filipe nasceu em Salvador, mudou-se aos 9 anos para Belo Horizonte e, aos vinte e poucos, decidiu encarar o Rio de Janeiro. Há quatro anos conheceu Gustavo, cria da capital fluminense. Jornalistas culturais, gostam de receber amigos em casa e ir ao cinema. Cada vez mais são adeptos de programas ao ar livre - sempre que podem, incluem no passeio Chaplin, esperto vira-lata adotado há um ano.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.