Berlim 24 horas

O dia-a-dia de quem mora em Berlim com dicas culturais, gastronômicas e de passeios para todos os gostos e bolsos.

Decoding

Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.

Festivais de música

Os melhores festivais de música do Brasil e do mundo num só lugar.

Fit Happens

Aventura, esporte, alimentação e saúde para quem quer explorar o mundo.

Quinoa or Tofu

Restaurantes, compras, receitas, lugares, curiosidades e cursos. Tudo vegano ou vegetariano.

Rio24hrs

Feito com ❤ no Rio, para o Rio, só com o que há de melhor rolando na cidade.

SP24hrs

Gastronomia, cultura, arte, música, diversão, compras e inspiração na Selva de Pedra. Porque para amar São Paulo, não é preciso firulas. Só é preciso vivê-la.

SXSW

Cobertura pré e pós do SXSW 2022 com as melhores dicas: quais são as palestras, ativações, shows e festas imperdíveis no festival.

Roteiro Normandia: o que fazer em Étretat

Quem escreveu

Renato Salles

Data

27 de January, 2020

Share

O Roteiro Normandia segue para Étretat, e mostra o que fazer no pequeno vilarejo francês além de visitar as belíssimas falésias brancas eternizadas por Claude Monet.

Uma cidade muito turística, famosa em toda a França por suas alvas paredes calcárias debruçadas sobre o mar turquesa, por suas ostras celebradas até por reis e rainhas, pelas paisagens eternizadas em pinturas dos maiores artistas do impressionismo… Parece que estamos falando de uma grande cidade de veraneio, mas o assunto é a pequena Étretat, situada na Costa de Alabastro normanda. Não estou exagerando: Étretat tem apenas 4 km2 de extensão e cerca de 1400 habitantes. Isso não impede do vilarejo ser visitado por mais de 1 milhão de turistas todos os anos.

Claude Monet, Étretat, Falésia d'Aval
Reprodução da tela de Claude Monet, e a vista que o inspirou – foto: Renato Salles

O sucesso do turismo de Étretat não é de hoje. Localizado só a 180km de Paris, o vilarejo virou um dos primeiros balneários das famílias endinheiradas parisienses querendo fugir da bagunça das grandes cidades, ainda no século 19. A praia da cidade, toda de cascalho branco, está bem distante do ideário praiano brasileiro, mas ainda assim tem muito o que fazer em Étretat para além da canga e do biquini.

De partida, o que mais atrai gente para lá é, sem dúvida, a vista magnífica das falésias de Étretat. Esses penhascos branquíssimos foram esculpidos pelo vento e pelo mar ao longo dos séculos, e hoje formam dois mirantes naturais imperdíveis, de ambos os lados da cidade. À esquerda da praia fica a falésia d’Aval, a mais famosa. Seu arco e a impressionante agulha de pedra (l’Aiguille) com mais de 70m de altura foram retratados em uma tela importante de Monet, que você pode ver em uma reprodução no calçadão. Pela falésia d’Aval, você pode fazer uma longa trilha que sobe o morro, passa pelo campo de golfe (que tem um bom restaurante), e segue pela maravilhosa formação rochosa. E se a maré estiver baixa, também é possível acessá-la por baixo, onde fica uma gruta cheia de lendas. Esse cenário inspirou o livro ‘A Agulha Oca’, de Maurice Leblanc.

Bunkers da Segunda Guerra na praia de Étretat, França.
Bunkers da Segunda Guerra dividem a praia com as gaivotas – foto: Renato Salles

Do outro lado, à direita da praia, fica a falésia d’Amont. Essa é possível subir por uma trilha curta mas bem íngreme, ou também chegar de carro. Dali somos presenteados com uma vista incrível da cidade, com a falésia d’Aval e a grande agulha como fundo, mas não só. No topo da colina ficam a capela Notre-Dame-de-la-Garde, o Museu do Patrimônio de Étretat, e também o monumento l’Oiseau Blanc, ou Pássaro Branco. Ele é uma homenagem ao avião comandado por dois heróis da Primeira Guerra que tentou fazer o primeiro vôo direto entre Paris e Nova York, mas sumiu no Atlântico depois de ser visto pela última vez ali.

Falésia d'Amont, Étretat, Normandia
Vista do alto da falésia d’Amont – foto: Renato Salles

Bem perto dali, e uma visita imperdível, ficam os Jardins de Étretat. Criado em 1903 pela atriz da Belle Époque Madame Thébault com uma única árvore, hoje o terreno é coberto por uma vasta mistura de jardins formais franceses, com inspirações inglesas e japonesas. O mais interessante lá, para além das plantas exuberantes e da vista privilegiada, são as dezenas de esculturas espalhadas no verde, de autoria de artistas do mundo inteiro.

Les Jardins de Étretat, Normandia, França
Os Jardins de Étretat são mantidos hoje por um bilionário russo misterioso – foto: Renato Salles

Descendo de volta à cidade, o simples fato de passear pelas ruazinhas já é um passeio em si. A arquitetura típica da Normandia, em estilo enxaimel, está por todos os lados e é um passaporte para a Idade Média. E sendo Étretat uma cidade praticamente toda voltada para o turismo, quase todas as casinhas são um restaurante, um café ou uma loja que você pode entrar para conhecer por dentro. Destaque para o Mercado Antigo, uma construção de madeira toda restaurada, que hoje abriga lojinhas com boas opções de souvenires. Antes de parar para comer, vale a pena dar uma volta pela praia. Não só para ver todas aquelas paisagens de baixo, mas também para dar uma olhada nos bunkers construídos à beira mar durante a Segunda Guerra, e que ficaram lá para a posteridade.

O que fazer em Étretat, Normandia, enxaimel.
Cenário de filme – foto: Renato Salles

Em termos de gastronomia, a Normandia é referência em frutos do mar. E nesse cenário, Étretat é a capital da ostra. Reza a lenda que Maria Antonieta mandava trazer diariamente um carregamento de lá para Versailles, pois as ostras de lá tem um sabor mais suave por ficarem tanto na água salgada quanto na água doce. Hoje, vários restaurantes servem a iguaria preparada de várias formas, inclusive cruas. O mais famoso, sem dúvida, tem o apropriado nome de l’Huitrière. Peça um bom vinho rosé, uma dúzia de ostras frescas e uma mesa com vista do mar. Que mais você precisa? Outra opção para se deliciar com as ostras é, claro, o La Marie Antoinette.

Entretanto, o prato que é a cara de Étretat é o famoso moules et frites, um caldeirão de mariscos em molho a base de creme de leite com batatas fritas. Delícia. Essa é uma das especialidades do descontraído La Flotille. Para uma experiência bem tradicional, vá ao Le Clos Lupin, que fica na casa onde morou Maurice Leblanc. E uma boa opção para quem quer uma refeição requintada é o restaurante do luxuoso hotel Dormy House.

Pequena surpresa: a Igreja de Étretat – foto: Renato Salles

Como deu para ver, com algumas horinhas você roda a cidade inteira, mas passar pelo menos uma noite em Étretat pode ser um deleite (incluindo um deslumbrante pôr-do-sol nas falésias). E boas opções de hospedagem não faltam. O Le Donjon fica em um casarão medieval restaurado com um toque de modernidade e bom humor, para deixar a estadia mais relaxada. E ainda conta com uma piscina glamurosa, coisa rara por ali. Já o Les Tilleuls mantém todo o esplendor do palácio construído em 1738.

Le Donjon, Étretat, hotel
A piscina espetacular do Le Donjon – foto: Divulgação

Agora, se você for mesmo no esquema bate-volta, ninguém vai te julgar, e você vai adorar Étretat mesmo assim. Saindo de Paris, você chega lá em um pouco mais de 2 horas indo de carro. Senão, também é possível chegar a Étretat pegando o trem para Le Havre ou Rouen, e seguir até a cidade de ônibus. O importante é não perder essa pequena gema polida em plena Normandia.

Veja também:
Roteiro Normandia – vídeo
Roteiro Normandia – o que fazer em Deauville

*Agradecimento especial ao Le Havre Tourisme e à Agência EComunica pelo convite.

Foto de destaque: Renato Salles

Quem escreveu

Renato Salles

Data

27 de January, 2020

Share

Renato Salles

Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.

Ver todos os posts

    Adicionar comentário

    Assine nossa newsletter

    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.