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SXSW 2019 – Como serão as salas de cinema do futuro?

Quem escreveu

Tácito Viero

Data

18 de March, 2019

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Apresentado por

O futuro das salas de cinema esteve entre as reflexões do SXSW 2019. Em ‘Reimagining the Cinema Experience‘, o mediador Nicola Ruffo (swissnex SF) enriqueceu o panorama dessa discussão ao reunir três profissionais envolvidos com atividades que prezam pela experiência do público. Sua ideia foi abordar três caminhos possíveis para manter o interesse e atrair frequentadores: interatividade, espaços imersivos e realidade virtual

Para esclarecer cada uma dessas possibilidades, contou com as presenças de Tobias Weber (CtrlMovie), Sarah Brin (Meow Wolf) e Max Rheiner (Somniacs).

Rheiner é fundador da Somniacs, uma empresa de realidade virtual especialmente atenta aos movimentos do corpo dentro de experiências imersivas em VR. Hoje, seu principal negócio é a Birdly – chamada por ele de “máquina de voar”. Trata-se de um equipamento composto por óculos, fones de ouvido, uma espécie de cama articulada e um circulador de ar. Os três primeiros elementos estão ligados entre si e, quando o usuário se acomoda nas instalações, a imersão é tanta que ele tem a vívida ilusão de ser um pássaro.

Foto Divulgação Birdly

A palavra ilusão, aliás, foi bastante utilizada por Rheiner, que constantemente enfatizou a importância da paridade entre o movimento do corpo e a ideia (muitas vezes inconsciente) do usuário a respeito de como se movimentaria em tal situação. Um bom resultado nesse tipo de uso da realidade virtual requer pesquisa profunda e bastante dedicada. Para desenvolver o Birdly, foram anos de estudos e testes. O conhecimento envolvido no projeto, vai da anatomia de pássaros ao comportamento do usuário em cada paisagem sobrevoada. Muito diferente do que se vê nas salas de cinema D-Box.

Em seguida, Sarah Brin explanou como uma experiência de arte – que apresenta uma nova forma de narração de histórias não lineares e que se desenrola através da exploração, descoberta e interatividade do século XXI – constrói a narrativa em seu espaço imersivo em Santa Fé (Novo México). Trata-se da The Meow Wolf´s House of Eternal Return, uma casa enorme, com vários ambientes cuidadosamente decorados – ou melhor, com decoração meticulosamente projetada – onde uma rica narrativa, composta de várias histórias, se passa e evolui ao longo do tempo.

Foto DIvulgação Mewolf

A cada visita, o público se torna personagem e condutor do enredo à medida que descobre novos detalhes, mistérios e emoções. A construção de um espaço físico que reproduz um universo depende do trabalho multidisciplinar de uma equipe de escritores, designers, produtores etc. Requer profissionais de grande capacidade técnica, é claro, só que isso não é o bastante. Acima de tudo, são imprescindíveis, comunicação precisa e uma boa dose de generosidade.

De fato, algo capaz de gerar um engajamento que vai muito além de totens e decoração temática, a exemplo de algumas das fantásticas salas que o Belas Artes lançou há alguns anos em São Paulo.

Por fim, foi a vez de Tobias Weber contar sobre o CtrlMovie, descrito como um formato de filme interativo. Em síntese, trata-se de um aplicativo para filmes com múltiplos finais. São várias as diferenças entre ele e iniciativas como a da Netflix (Bandersnatch, por exemplo). Certamente, vale mencionar o componente social. Visto que as escolha é feita dentro da sala de cinema, há um sentimento coletivo, independente de quantas pessoas de quantas pessoas dentro do ambiente se conhecem. Entretanto, o diferencial mais surpreendente do CtrlMovie – pelo menos do ponto de vista técnico – está a interferência mínima no correr das imagens. Por mais que o usuário saiba que acabou de interferir na história, não há nada que sinalize isso no que se vê tela, a edição corre suavemente. O intervalo para a realização da escolha é de apenas três segundos, o que coloca o público sob tensão, trazendo mais emoção para a experiência. Além disso, como o aplicativo é baixado no celular do usuário, assim, a interação com a história pode começar antes da ida ao cinema e continuar depois.

Foto Divulgação Ctrl Movie

Do ponto de vista da produção, há cerca de 20% de incremento no custo, devido à maior quantidade de cenas a se filmar em função das alterações na trama a partir de cada opção de escolha. Em contrapartida, o aplicativo oferece alguns dados básicos – segundo Weber, relacionados ao ponto de votação, que podem contribuir para produções futuras. Já as salas de cinema que decidem exibir filmes de múltiplos finais com CtrlMovie precisam investir algo em torno de US$ 25 mil.

Post por Renata Lea, escritora e membro da Era Transmídia

Com certeza, três experiências que agregam valor à exibição de um filme, mas com desafios de viabilidade bem distintos. Nesse contexto, algo em comum para o futuro das salas de cinema, na visão dos painelistas, é a oportunidade de socialização que elas representam. Seja quais forem as novas ideias e tecnologias que venham pela frente, os quatro acreditam que as salas de cinema sobreviverão por muito tempo, especialmente se souberem preservar seu papel social, reunindo pessoas em torno de histórias e servindo de espaço para trocas de expectativas entre quem vai assistir um filme e partilha de emoções de cada última cena.

Quem escreveu

Tácito Viero

Data

18 de March, 2019

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Apresentado por

Tácito Viero

Empreendedor desde criança. Já vendeu trabalho pro coleguinha e já foi pego colando. Nas horas vagas cria ferramentas pra resolver seus próprios problemas, que em geral envolvem decisões de onde ir, o que fazer e qual o jeito mais rápido de chegar. Curioso sobre a vida, o universo e tudo mais.

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