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Pinacoteca abre nova exposição ‘Ernesto Neto: Sopro’ com obras lúdicas e imersivas

Quem escreveu

Renato Salles

Data

29 de March, 2019

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Apresentado por

Começa nesse dia 30 a exposição ‘Ernesto Neto: Sopro‘, na Pinacoteca de São Paulo. A mostra é uma grande retrospectiva da obra de um dos maiores artistas brasileiros de arte contemporânea da atualidade, com cerca de 60 peças que ocupam sete salas e vários espaços centrais do museu. Entre as obras, estão grandes instalações que ocupam salas inteiras, e que convidam o público a entrar, tocar, mexer, cheirar, em interações de pura sinestesia.

ernesto neto, pinacoteca, são Paulo
‘Copulônia'(1989) é uma das primeiras experimentações com as meias – foto: Renato Salles

A exposição não segue ordem cronológica, mas ao longo dela é possível ver e entender todo o processo de evolução das grandes esculturas elaboradas pelo artista desde os anos 80. Estão lá as criações de chapa metálica ligadas por cabos elásticos, que balançam em um equilíbrio delicado. Também se pode ver as grandes peças feitas de meias de poliamida que escorrem como longas gotas translúcidas pelo chão, cheias de especiarias que perfumam o ar. Em ‘Nave Voadora’, um espaço elástico toma toda a sala, e os espectadores podem entrar e esticar a obra para que ela tome formas novas infinitas. Outras, ainda, trazem instrumentos de percussão para que a obra também seja feita de música.

ernesto neto, pinacoteca, são Paulo
Em ‘Nave Voadora’, o público entra e modifica a obra – foto: Renato Salles

O trabalho de Ernesto Neto é muito influenciado pelo neo-Concretismo de Lygia Clark e Helio Oiticica, no pensamento da arte como organismo vivo, e na construção abstrata da arquitetura dos espaços que preenche. Suas formas pendem entre o equilíbrio dinâmico e tênue da física, e a espontaneidade das formas orgânicas da natureza. No Octógono, o espaço central é ocupado por uma obra inédita que ele desenvolveu a partir do contato com tribos indígenas da Amazônia, e com ajuda de uma associação que trabalha com a capacitação de detentas com artesanato. Nela se pode ver uma enorme estrutura trançada em formato de árvore sobre um tapete bordado com o mapa do Brasil e as cores das etnias brasileiras. Essa estrutura é ligada em 8 pontos a contrapesos que a fazem subir, revelando um tronco, símbolo máximo do passado escravocrata, que permanece até hoje metaforicamente.

ernesto neto, pinacoteca, são Paulo
No começo da sua trajetória, a influência de Lygia Clark era evidente – foto: Renato Salles

A exposição tem curadoria de Jochen Volz e Valéria Piccoli, diretor e curadora-chefe do museu, respectivamente, e ainda conta com gravuras, fotos, esculturas, e também quatro ações/rituais abertos ao público com a presença do próprio Ernesto, ao longo do período expositivo, que vai até 15 de julho. É uma mostra lúdica, que convida o espectador a se conectar com esferas elevadas como a natureza e a espiritualidade, e que vai agradar todo tipo de público, até mesmo as crianças.

ernesto neto, pinacoteca, são Paulo
Ernesto Neto em si, apresentando a instalação do Octógono – foto: Renato Salles

Ernesto Neto: Sopro
Pinacoteca do Estado de São Paulo – Praça da Luz, 2
De 30.03 a 16.07
De quarta a segunda, das 10h às 17h30
Ingresso: $10 e $5 (meia). Aos sábados, gratuito.

*Foto do destaque: Renato Salles

Quem escreveu

Renato Salles

Data

29 de March, 2019

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Apresentado por

Renato Salles

Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.

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