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O que é o tempo? Uma medida da mudança

Quem escreveu

Gustavo Nogueira

Data

19 de July, 2019

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Quando você olha para aquela viagem que fez há 10 anos, o que pensa? No perrengue que passou, ou no maravilhoso banho de sol? Sente tristeza, culpa ou alegria? Em geral, isso é muito pouco relacionado com os fatos: pergunte ao amigo que estava contigo o que ele lembra. A perspectiva de cada um é mais relacionada a como você vê os fatos ao longo do tempo. Por que isso é importante? Por que isso impacta como enxergamos nossa vida, com os fatos do presente, e com nossa relação com nosso futuro.

O psicólogo Philip Zimbardo diz que a maneira como nos orientamos em relação ao passado, presente e futuro influencia e impulsiona nossa relação com a realidade ao nosso redor. Orientações temporais em diferentes perspectivas. Nos voltamos para um futuro sem saber direito o que queremos dele e sem levar em real consideração aquilo que já aconteceu. Essa miopia na relação com o tempo traz consequências como a falta de memória e a propensão a cometer os mesmos erros do passado.

Daniel Pink em seu livro “When” nos mostra que para além dos manuais de “como” fazer, nossas vidas são um fluxo interminável de decisões “quando”. A moeda do tempo atual não é mais uma moeda, mas o próprio tempo. Nossos próximos passos como humanidade vão depender também de balanço: entre as diferentes perspectivas temporais, entre as diferentes áreas do conhecimento que se relacionam, e entre as diversas vozes que precisam de lugar de fala nesse diálogo. São necessárias também as lentes da sociologia e da cultura. De especialistas que representam diferentes povos, origens, etnias.

Entender o tempo ao nosso redor também é sobre perspectiva. Para viajar para o futuro e entender para onde estamos indo, é necessário primeiro dar dois passos para trás e entender a história que nos trouxe até aqui. Não surpreendentemente, um dos mais renomados futuristas hoje, o israelense Yuval Noah Harari, também é professor de história.

O pensador americano George Santayana disse: “O progresso, longe de consistir em mudança, depende da retenção. Quando a mudança é absoluta, não resta um ser para melhorar e nenhuma direção é definida para uma possível melhora: e quando a experiência não é mantida, como entre os selvagens, a infância é perpétua. Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”. Estudar o tempo e suas implicações é considerar raízes e potencialidades aplicadas. Passados e futuros, juntos, convergindo em presentes possíveis.

Definido pelo físico Carlo Rovelli como o maior mistério remanescente, até hoje não conseguimos entender completamente o tempo, mas é sem dúvida um assunto que afeta nosso cotidiano. E, por isso, devemos estudar o tempo em sua perspectiva integral e subjetiva na humanidade como medida das mudanças ao nosso redor. Compreender o mundo a partir do que ele está se tornando, não do que ele é. Afinal, como disse Aristóteles:

“Tempo é medida da mudança e, a mudança, é nossa única constante.”

Quer compreender melhor sua relação com o tempo? Se o tema te traz curiosidade, os aprendizados deste artigo fazem parte dos estudos do tempo que a agência de tendências TORUS vem desenvolvendo ao longo dos 2 últimos anos. Você pode acompanha-los no medium.

*Foto de destaque: Aron Visuals via Unsplash

Quem escreveu

Gustavo Nogueira

Data

19 de July, 2019

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Gustavo Nogueira

Gustavo Nogueira ajuda líderes a navegar por mudanças juntos, ressoando juntos rumo a uma sociedade criativa, sustentável e justa. Vindo de um experiências em design, comunicação e tecnologia, dedicou seus últimos 5 anos a pesquisar e estudar tempo em seu espectro completo e compreender o zeitgeist – o espírito do tempo - como uma manifestação social da nossa percepção coletiva sobre o tempo em que vivemos. Trabalhando junto a uma comunidade transdisciplinar ao redor do mundo, hackeam como pessoas e organizações se conectam com tempo. Vivendo em Amsterdam desde 2017, Gust fundou a Torus – torus.cx – e também é membro da Time Machine Organization – timemachine.eu

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