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A masculinidade frágil e a ecobag

Quem escreveu

Jo Machado

Data

13 de August, 2019

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É o tipo de coisa que eu demorei a acreditar quando terminei de ler o texto.

Zapeando pelo Facebook dia desses, me deparo com algo que uma amiga compartilhou que me chamou muito a atenção, algo do tipo: “como nossa consciência ambiental pode resultar em consequências sociais.” Pois bem, fui atrás para entender.

Segundo um estudo da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, realizada com 960 homens e mulheres, divulgado no começo de agosto, existe um cenário digamos um tanto quanto homofóbico quando o assunto é comportamento pró-ambiental.

Para muitos destes homens e mulheres existe um protocolo diferente para homens e mulheres seguirem em suas atitudes ecologicamente corretas. Para eles, o fato de um homem carregar uma ecobag ao fazer compras gera dúvidas quanto a sua heterossexualidade e o encaixaria em uma etiqueta pró-ambiental mais feminina. Pasmem! O mesmo aconteceria com mulheres, que ao desenvolver atividades vistas como mais masculinas, como calibrar os pneus do carro, também teriam sua sexualidade posta em prova. PQP!

E a fragilidade dessas pessoas não pára por aí, viu? O estudo ainda revela que os homens teriam menos interesse nessas mulheres com atitudes pró-ambientais mais masculinas.

A analise da professora de psicologia Janet K. Swim, que esmiuçou o estudo, conta que é preciso entender as consequências sociais destes comportamentos, que podem vir a evitar um engajamento maior da população nas causas ambientas. Ainda segundo ela, há uma tendência de ver a consciência ambiental como comportamento feminino, classificando assim os homens que tiveram esse comportamento como homossexuais.

O estudo completo ainda revela que para muitos dos participantes manter uma impressão heterossexual é importante para eles. E que essas pessoas podem priorizar atitudes pró-ambientais de acordo com seu gênero para evitar possíveis julgamentos quanto a sua sexualidade.

masculinidade frágil, comportamento pró-ambiental

Ou seja, minha gente: as pessoas estão na fila do mercado anotando quem é e quem não é gay baseadas na sacolinha retornável da pessoa. E aparentemente tem muita gente com medo de ser rotulado como o viadinho do Pão de Açúcar enquanto o mundo se afoga em sacolinha plástica.

É, amigão, se uma sacola de algodão coloca sua sexualidade à prova, tá na hora de dar meia hora de bunda e acabar com esse sofrimento de uma vez por todas.

Para os machos de verdade, cuja masculinidade não está ligada a necessidade de um comportamento machista, continuem indo ao mercado com suas ecobags. Vocês ficam ainda mais lindos, elegantes e machos! E juntos a gente vai poder curtir um planeta melhor no futuro.

*Foto de capa: Pexels.com

Quem escreveu

Jo Machado

Data

13 de August, 2019

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Jo Machado

O Jo é do tipo que separa pelo menos 30% do tempo das viagens para fazer o turista japonês, com câmera no pescoço e monumentos lotados. Fascinado pelas diferenças culturais, fotografa tudo que vê pela frente, e leva quem estiver junto nas suas experiências. Suas maiores memórias dos lugares são através da culinária, em especial a comidinha despretensiosa de rua. Seu lema de viagem? Leve bons sapatos, para agüentar longas caminhadas e faça uma boa mixtape para ouvir enquanto desbrava novos lugares. Nada é melhor do que associar lindas memórias à boas canções.

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Comentários

  • Absolutamente assertivo sobre tipicamente – mas não somente – brasileiro. Eu estou bem feliz e orgulhoso da minha sacola completamente rosa com GATINHOS fofinhos mesmo quando minha esposa não está comigo. A batalha do mundo não é mais comunismo x capitalismo, mas conservadorismo x… ambientalismo!

    - Brasileiro vivendo em Dublin
    • Sim, de fato não é somente do brasileiro, tanto que este estudo foi feito fora do país. Mas por aqui, é me parece mais latente, sabia? Outro dia ouvi uma história que homens desconsideram a escolha da poltrona 24 em viagens de ônibus. Me choca a fragilidade desse povo!

      - Jo Machado

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