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Uma road trip no sul dos Estados Unidos

Quem escreveu

Dani Valentin

Data

31 de January, 2018

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O triângulo formado pelas cidades de Nashville, Memphis e Nova Orleans é conhecido nos Estados Unidos como Americana Music Triangle. Isso porque foi nessa pequena área que surgiram nove gêneros musicais: Rock, jazz, blues, country, R&B, gospel, southern gospel, cajun/zydeco e bluegrass. Dá para entender essa variedade se pensamos na herança multicultural da região: foi habitada por nativos americanos por 1300 anos, depois ocupada por franceses, dominada por espanhois e depois novamente cedida aos franceses que venderam aos americanos. E, não só isso, no século 19 ali ainda contava com uma população composta por africanos, cajuns – descendentes dos acadianos expulsos do Canadá – e creoles, pessoas com ascendência francesa nascidas no continente americano ou pessoas com ascendência européia e africana, esses últimos na maioria foragidos da revolução no Haiti.

É claro que essa diversidade não só influenciou a música, mas também a comida da área. Pratos como gumbo e jambalaya são mundialmente conhecidos, o frango frito apimentado é uma entidade, e o churrasco é uma religião. Ouso dizer que não se come tão bem nos Estados Unidos como nesses estados.

Por isso, fazer uma viagem de carro por ali é perfeito para quem ama comida e música. E quem não ama? Existem várias opções de rotas, dependendo da quantidade de tempo disponível e interesses. O roteiro que fizemos passa por 4 cidades, começando por Nova Orleans, depois passando em Memphis, Muscle Shoals e terminando em Nashville.

 

 Nova Orleans

Nova Orleans
Nova Orleans. Foto por Matthew LeJune no Unsplash

Nova Orleans, chamada também de NOLA, é uma das cidades mais conhecidas dos Estados Unidos, o que faz com o que o turismo seja uma das principais fontes de renda por lá. É também a cidade mais populosa do estado de Louisiana. É claro que parte da sua popularidade se deve principalmente ao Mardi Gras, o Carnaval de lá, mas tem outros eventos incríveis como o Nova Orleans Jazz & Heritage Festival.

Onde ficar

O French Quarter é o bairro central da cidade e é perto da maioria das atrações, e por isso uma área disputada. Ali fica o Bourbon Orleans Hotel, que foi o primeiro salão de baile da cidade, em 1817. O hotel é cheio de histórias, inclusive as mal-assombradas.

O que é imperdível

  • Apesar da Bourbon Street ser a rua mais disputada na cidade, não deixe de passar pela Frenchmen Street a noite, que é mais interessante – e um pouco menos turística.
  • Faça um tour no Quarteirão Francês. Por lá, vá comer um pralinée no mercado francês, que é o mercado público mais antigo do país. Vá também na Jackson Square, Catedral de St. Louis e no The Cabildo, que é um dos prédios históricos mais importantes dos Estados Unidos.

O que comer

  • Os beignets são quase um bolinho de chuva, onde a massa choux, a mesma usada em profiteroles, é frita e coberta de açúcar de confeteiro. Os mais famosos da cidade são servidos no Café du Monde.
  • Os Po’boys são sanduíches feitos com uma baguete e eram principalmente consumidos por operários. O original tinha recheio de carne, mas hoje dá para encontrar várias versões, com frutos do mar e vegetarianos. Experimente um no Joey K’s.
  • É impensável ir para NOLA sem comer um prato creole. O Tableau tem pratos clássicos com um toque moderno.

Nós já fizemos um post super completo sobre todas as cidades que existem dentro de Nova Orleans, dá uma olhada lá para mais informações.

Memphis

Beale Street - Memphis
Beale Street. Foto por David Wilson.

O percurso de NOLA para Memphis é o mais longo que você vai fazer nessa viagem e dura cerca de 6 horas. Apesar disso, a viagem é bem tranquila e durante ela você passa pelos pântanos e as pontes infinitas, tão conhecidas de lá. Memphis é e sempre será conhecida como a casa de Elvis. Nos anos 2000, a cidade passou por sua pior fase, sendo considerada uma das cidades mais perigosas nos Estados Unidos na época. Desde 2006, Memphis anda mudando essa realidade e se tornando uma das cidades mais legais do país.

Onde ficar

As coisas em Memphis ficam um pouco distantes uma das outras, então você vai precisar de um carro independente de onde ficar. O mais interessante então é ficar perto de onde você vai sair a noite, ou seja, perto da Overton Square/Madison Ave ou da Beale Street.

O que é imperdível

  • Não dá pra não ir em Graceland. É brega, é cheio, mas se você não pisar na casa do Elvis quando estiver por lá, estará perdendo uma das coisas mais legais do universo.
  • Tem que ir também no National Civil Rights Museum, que fica onde era o Lorraine Motel, onde Martin Luther King foi assassinado em 1968. É impossível não se emocionar – e até derrubar algumas lágrimas – ali dentro.
  • A Stax era uma gravadora de Memphis dos anos 60 que descobriu gente como o magnífico Otis Redding. Hoje, funciona um museu no local.
  • A região do Overton Square é a área mais hypada da cidade hoje e é onde você encontra muitos bares e restaurantes. Se quiser algo mais turístico, vai pra Beale Str.

O que comer

  • Vamos comer um churrasco? Uma das churrascarias mais legais do universo é a Central BBQ. Minha dica é pedir várias porções e ir dividindo. O Banana Pudding é de comer chorando.
  • Vá tomar um café super americano no The Arcade, o café mais antigo da cidade, onde Elvis batia ponto. Lá tem muitas opções da cozinha do sul dos Estados Unidos, como o grits, que é como uma polenta menos macia e mais neutra no gosto, ou o biscuit, que é um pãozinho amanteigado que pode ser comido recheado ou com molho.
  • Vale uma visita ao Laffayette’s Music Room, primeiro porque a programação musical é incrível e sempre (isso quer dizer todos os 7 dias da semana mesmo) tem alguma apresentação boa por lá. E, em segundo, e não menos importante, porque a comida é deliciosa. Não está no cardápio, mas veja se eles estão fazendo os tomates verdes fritos no dia e não hesite em pedir.

Quer saber o que mais fazer por lá? Nós fizemos um guia de 12 horas em Memphis.

Muscle Shoals

FAME Studio - Muscle Shoals
FAME Studio. Foto: Ralph Daily

Saindo de Memphis, a próxima parada é Muscle Shoals. A cidade é muito pouco conhecida por nós brasileiros, mas é um dos locais mais importantes da música mundial. Isso porque é lá que ficavam vários estúdios famosos de música, que gravaram gente como Rolling Stones, Aretha Franklin e Bob Dylan. A cidade é uma aula de música e se você parar para conversar com algum local, você com certeza vai sair de lá com alguma boa história. Eu, na minha rápida estadia por lá, conheci gente que tocou com Jimmy Hendrix e outro que era parente de Elvis. A viagem dura 2 horas e meia.

O que é impordível

O que comer

  • Ir para o sul e não comer frango frito é uma heresia. No Champy’s Fried Chicken, você vai comer um dos melhores da sua vida. Você vai ter todas as opções do universo: no espeto, de fígado, como porção, asinha, coxa. Ou seja, o céu é o limite. Eles ainda têm uma seleção excelente de cervejas e cidras locais.

Nós já contamos aqui no Chicken or Pasta porque Muscle Shoals é a capital mundial da música.

Nashville

Country Music Hall of Fame
Country Music Hall of Fame. Foto: Prayitno

A última parada da viagem vai ser Nashville, umas das cidades mais bombadas da atualidade nos Estados Unidos. Conhecida como music city, a cidade da música, desde 2013 ela vem passando por uma renivação e foi eleita em 2016 um dos lugares para se conhecer pela Lonely Planet. É claro que o country é o que manda por lá, mas tem de tudo pra todo mundo. A viagem de Muscle Shoals para Nashville dura 2 horas e meia.

Onde ficar

Se for a primeira vez, fique no centro. É mais lotado, cheio de turistas, mas é a área que você vai ter mais facilidade para se locomover para os outros lugares.

O que é imperdível

  • A Thirdman Records, do Jack White, é um parque de diversões para quem gosta de música. Tem vinis, camisetas, e até uma cabine para gravações.
  • Uma das atrações mais importantes de Nashville é o Country Music Hall of Fame, que recebeu uma expansão milionária em 2014 e que conta hoje, além do museu, com um teatro para 800 pessoas e um centro educacional.
  • Do Country Music Hall of Fame é possível pegar uma excursão para um dos estúdios mais icônicos de lá, o RCA Studio B, onde gravaram Dolly Parton, Roy Orbison e Elvis Presley.
  • Tente assistir um show no Ryman ou pelo menos fazer um tour por lá. A sua história começa em 1885, foi palco do Grand Ole Opry por 30 anos e era lá que Johnny Cash gravava seu programa de televisão.
  • Vale visitar uma plantação – plantation – quando estiver por lá. Uma linda é a Belle Meade Plantation, que oferece tours. Dá para fazer uma degustação de vinho também, o local tem uma vinícola, e dá para passar uma tarde agradável tomando uns drinques no verão.
  • Se quiser ir em um museu, vá no Frist Center for the Visual Arts.
  • Visite uma destilaria para conhecer como se faz o famoso Tennessee Whisky. Eu fui na Nelson’s Green Brier Distillery e amei.

O que comer

  • Outro lugar maravilhoso de churrasco: o Peg Leg Porker faz churrasco old school  e o ambiente é bem familiar. Aproveite para experimentar o bourbon do próprio restaurante quando estiver por lá.
  • No Hatie B, a fila começa a se formar cedo. O restaurante é famosíssimo pelo seu frango apimentado, com 6 níveis de ardência de pimenta: do southern – sem pimenta nenhuma – até o shut the cluck up!!!

A gente contou aqui no site porque Nashville é a cidade do momento.

* Foto de capa: Nashville. Foto por Bailey Hall no Unsplash

Quem escreveu

Dani Valentin

Data

31 de January, 2018

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Dani Valentin

A Dani gasta todo o seu dinheiro com viagens. Um de seus maiores orgulhos é dizer que já pisou em cinco continentes. É do tipo sem frescura, que prefere localização a luxo e não se importa de compartilhar o banheiro de vez em quando. Adora aprender palavras no idioma do país que vai visitar e não tem vergonha de bancar a turista.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.