Dicas para fazer a Travessia Petrópolis – Teresópolis

Se você curte trekking, certamente quer dicas para a travessia Petrópolis-Teresópolis, na Serra dos Orgãos – vulgo Petrô-Terê. Os cerca de 30km que unem as cidades fluminenses são normalmente percorridos em três dias. Conheço algumas pessoas que já fizeram em um ou dois – levar somente uma mochilinha, sem dúvida, alivia o esforço – mas só recomendo para quem seja super-ultra-safo, tenha bom preparo físico, esteja costumado a fazer travessias e conhece bem seu equipamento.

O Fit happens te dá algumas dicas para fazer de boa, e curtir cada quilômetro da travessia Petrópolis-Teresópolis em três dias.

Dá pra fazer no sentido inverso?

Dar, até dá, mas não é recomendável. A paisagem é mais bonita no sentido Petrópolis-Teresópolis, já que as montanhas ficam de frente para você. E, principalmente, saindo de Teresópolis alguns trechos são beeem complicados.

Recomendo curtir com calma os três dias na travessia da seguinte forma: passar a primeira noite no abrigo ou no camping localizado nos Castelos do Açu, e a segunda, no abrigo ou no camping na Pedra do Sino.

Quando ir?

No inverno, de junho a setembro, quando as chuvas são raras e o céu está mais limpo.

Travessia Petrópolis-Teresópolis
Travessia Petrópolis-Teresópolis (foto: Pixabay.com)

Como chegar

O acesso é pela portaria no Vale do Bonfim, em Petrópolis (precisamente, em Correias). É necessário se registar na entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos.

Para chegar lá existem duas opções: ou você vai de ônibus e encara pacientemente as baldeações, ou contrata um serviço completo de guia (esse é o meu) e pede para incluir transporte de ida e de volta. Desnecessário dizer: se estiver sozinho e não conhecer bem o caminho, opte pela segunda alternativa.

De ônibus, saindo do Rio:

Etapa 1 -> Na Rodoviária Novo Rio pegue um ônibus para Petrópolis.

Etapa 2 -> Em Petrópolis, pegue o ônibus que vai para o Terminal Correias.

Etapa 3 -> Ao chegar no Terminal Correias, pegar o ônibus 611 (linha Bonfim) e pedir para o motorista te deixar “na entrada pro parque”. Desça ao lado de uma mini distribuidora de legumes (!) e pegue a estrada de terra em frente. A portaria de Bonfim se encontra a uns cinco minutos de caminhada.

Como faz no final?

Você pode pedir um carro de aplicativo até a rodoviária de Terê. De lá, pegue um ônibus para o Rio.

Como?

Você vai precisar de: um guia, um bom equipamento, comprar seus ingressos e reservar antecipadamente abrigo ou camping no site do parque.

Da portaria do Bonfim até o início do Chapadão, o caminho é bem intuitivo. Do início do Chapadão até os Castelos do Açu, já é preciso ter atenção às setas reflexivas no chão.

Dos Castelos do Açu até a Pedra do Sino, o caminho não tem mais sinalização e começa a ser duvidoso. Além disso, a região possui um clima extremamente instável. A qualquer hora pode cair uma tempestade ou aparecer um nevoeiro que impeça enxergar além de um palmo de distância. Por isso, é imprescindível ir com um guia credenciado ou com alguém que já tenha muita experiência nessa travessia. É o trecho mais técnico.

A Pedra do Sino está a menos de um quilômetro de distância do abrigo e a 10 da entrada de Teresópolis do parque. É, porém, o dia menos cansativo, pois a descida é suave e as curvas são abertas.

O trajeto é bem detalhado no site oficial.

Pedra do Sino, travessia Petrópolis-Teresópolis
Pedra do Sino (foto: Luciana Guilliod)

O que levar?

Se você está pensando em fazer a travessia Petrópolis-Teresópolis, provavelmente deve ter alguma experiência com trilhas de longa duração e familiaridade com equipamentos como mochilas técnicas, água e comida.

Saco de dormir – Essencial. Ainda que fique no abrigo, não pense que vai encontrar um serviço de cama e banho. Lá tem apenas um beliche com colchonete e o resto é por sua conta. Para garantir uma noite aquecida e com conforto, leve um saco de dormir que suporte temperaturas baixas.

Roupas tipo segunda-pele, cachecol, luvas e gorro – Para suportar as temperaturas mais baixas durante à noite ou madrugada.

Fogareiro e utensílios  Os abrigos têm cozinha, mas nem sempre há gás à disposição. É de praxe que se use o próprio material para fazer comida. Ah, e lá também se leva embora o lixo produzido (latinhas, vidros, etc.) então pense bem no que levar, porque você não vai se livrar do peso tão facilmente.

Água – Tenha sempre uma reserva suficiente para esquentar uma refeição em mãos, porque às vezes a estação é tão seca que falta água nos abrigos. Leve pastilhas purificadoras de água para clorar a água das nascentes do caminho.

O que é imperdível?

Assistir ao nascer do Sol nos Portais de Hércules. Para chegar lá, é preciso sair de madrugada do abrigo dos Castelos de Açu. Da Pedra do Sino também avista-se boa parte da região serrana e do Rio de Janeiro.

*Foto do destaque: Serra dos Órgãos – Pixabay.com

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