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Cine Mirante: O primeiro cinema colaborativo, ao ar livre e gratuito do mundo

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

06 de October, 2017

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Apresentado por

Eu tenho um apreço bem especial pelo Mirante 9 de Julho, pois além de acreditar no espaço, eu participei do projeto quando ele estava prestes a abrir. Cuidei da comunicação, dei pitacos na programação, aprovei logo, site e passei boa parte do seu primeiro ano de vida lá. Logo vieram marcas interessadas em usar o espaço para lançamentos de produtos e, desde o início, a premissa era que qualquer um que quisesse fazer evento nele, teria que ser com programação gratuita ao público em geral.  Eventos fechados só os pequenos e às segundas, quando o Mirante não abria. Nesse período em que estive trabalhando no Mirante, vi vários projetos lindos acontecerem com cinema ao ar livre, festas, carnaval, workshops, e shows ao vivo, incluindo artistas e bandas de peso como Thiago Pethit, Boogarins, Liniker, Jaloo, só para citar alguns. Mas uma das coisas mais legais era poder montar o cinemão na escadaria do Mirante. Às vezes o público era tão grande, que era necessário nos apertarmos um cadinho para caber todo mundo, enquanto assistíamos o filme com pipoca na mão com São Paulo como pano de fundo da tela do cinema.

Cinema rolando no Mirante com a cidade de São Paulo ao fundo
Cinema rolando no Mirante com a cidade de São Paulo ao fundo

A felicidade foi sempre grande, pois ver um lugar decadente e perigoso como o Mirante 9 de Julho renascer, trazendo cultura e diversão gratuita ao público ainda não é tão comum por essas terras (mas felizmente acontece de vez em quando). Nesse período em que fiquei por lá, uma coisa eu posso dizer: nunca foi fácil manter o Mirante 9 de Julho financeiramente, pois ele não é um lugar rentável. Um dos sonhos do Facundo, desde o início, foi ter uma programação fixa de cinema, mas colocá-la em pé só era possível quando uma marca bancava, porque montar a estrutura para ele acontecer sempre envolveu altos custos. Por isso eu fiquei bem feliz quando vi que ele estava atrás de alguém para ajudá-lo a viabilizar esse sonho. Conheci a Renata Ávila num evento e logo senti que a empolgação dele já tinha contaminado a ela também, que é hoje a pessoa que está movendo o que pode para ter esse Cine Mirante com programação fixa e gratuita. Convidei-a a compartilhar um pouco conosco como tudo aconteceu e como está sendo fazer uma campanha de crowdfunding para colocar o projeto em pé. Vem com a gente, porque se o projeto acontecer, eu ganho, você ganha, a cidade ganha:
“Por Renata Ávila 
Quando o Facundo Guerra me convidou para produzir o financiamento coletivo do projeto do Cine Mirante a primeira coisa que me veio à cabeça foi; como diabos eu vou engajar 4 mil pessoas em São Paulo e fazê-las abrir a carteira para uma causa, por mais relevante que ela seja, morando em Belo Horizonte? Eu disse SIM, claro, pra depois pensar em COMO. Depois significa imediatamente depois, porque as ideias foram chegando e com elas a certeza de que precisaria me mudar para São Paulo para olhar nos olhos de quem pediria apoio e para construir parcerias, afinal meu orçamento era zero.


Crowdfunding nada mais é do que reunir e engajar pessoas em torno de uma ideia. Você vai precisar ativar sua rede e conversar com muita gente. Mas por maior que ela seja, não deve ser suficiente, ainda mais quando se trata de 257 mil reais, como é o caso do valor dos equipamentos que precisamos para realizar o Cinema no Mirante 9 de Julho.
E foi assim que criei o 90 dias de café. Primeiro eu verifiquei que tinha mil pessoas amigas de facebook que residiam em São Paulo e certamente não conhecia pessoalmente nem 10%. Nem me pergunte como elas estavam ali, mas isso me deu um insight, eu também queria descobrir.
Foi assim que decidi criar a minha rede em SP de forma acelerada. Fiz um post em que informava minha mudança para a cidade (decidi numa segunda e na quinta estava pegando um ônibus) e pedi que essas pessoas me convidassem para um café, caso elas quisessem saber mais do projeto.
90 dias de café com Juliana Sabbag, o Cinema na Mesa, tá ajudando na campanha, falando do projeto para os participantes de cada encontro.
90 dias de café com Juliana Sabbag, o Cinema na Mesa, tá ajudando na campanha, falando do projeto para os participantes de cada encontro.

@90diasdecafe O café gerou a parceria para o cartaz exclusivo da campanha que o Derlon criou, que será numerado e assinado e é uma das recompensa.
@90diasdecafe O café gerou a parceria para o cartaz exclusivo da campanha que o Derlon criou, que será numerado e assinado e é uma das recompensa.

Os convites começaram a chegar e assim fui agendando cafés com estranhos, eu falava sobre o projeto e as pessoas me contavam suas histórias, em seguida postava no instagram @90diasdecafe. Não dei conta da demanda, mas sigo agendando os encontros, mesmo que postando com atraso (tenho mais de 30 que ainda não postei). No meio do processo descobri que mais legal que contar a minha história para 90 pessoas era ouvir 90 histórias. Mas elas foram engajando na causa e algumas até trabalhando por ela. Pessoas são recursos valiosos, ainda mais quando você não tem um orçamento para produção.
A campanha foi lançada e é tudo ou nada. Se até 9 de novembro o valor não for arrecado ele será devolvido aos doadores. Depois de 6 meses você se dá conta que agora é que começou e você não vai dormir e ter sossego durante 50 dias. Você se pergunta, como uma causa tão relevante para o momento que estamos vivendo e que beneficia tanta gente não virou em 24 horas? Tudo indica que porque muitas que contribuíram ainda não conhecem o projeto. Então é hora de reverberar!
O valor no Catarse é para comprar os equipamentos para o Cinema, com 2 sessões semanais, 4 festivais anuais e uma programação colaborativa, dando espaços para cineastas que não tem tela. Será permanente, ao ar livre, com programação fora do mainstream e TOTALMENTE GRATUITO. Levando discussões que começam nas redes sociais para um lugar de encontro, experiências coletivas, debate e empatia. Porque o cinema tem o potencial de transformação social e cultural e se ele acontecer de forma colaborativa ele será de todos e para todos.
Se você leu até aqui e o projeto faz sentido pra você, passa no Catarse e doe o que puder. Não porque uma mineira tem que fazer um trabalho hercúleo pra impactar 4 mil pessoas em São Paulo e fazê-las contribuir, mas porque você ama o cinema e não suporta mais ver a sociedade seguindo esse caminho conservador e é preciso discutir temas como o devaneio da “cura gay, LGBT, racismo, feminismo, sistema prisional, educacional, porque você e seus pares terão acesso a 2 sessões por semana, de forma permanente, porque realizadores poderão ter espaços de exibição e debate e porque você ama a sua cidade e quer uma São Paulo colorida e viva e não a que você tem visto atualmente. Se a arte é o alvo agora, que a gente levante juntos uma tela livre, feita por todos e para todos.”
E aí, se anima em abraçar a causa e participar com a gente? A partir de um valor de entrada de cinema (R$ 20) você já ajuda a aumentar as chances do Cine Mirante acontecer. Vamos lá!
Para participar: www.catarse.me/cinemirante

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

06 de October, 2017

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Apresentado por

Lalai Persson

Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.