Airbnb oferece abrigo gratuito a cidadãos banidos pelo decreto de Trump

Bastaram alguns dias no poder para o “Sr. Cor de Laranja” começar a colocar as garrinhas de fora. Uma das mais non-sense até o momento foi a de proibir a entrada de cidadãos de 7 nacionalidades de maioria muçulmana nos EUA. Depois dessa decisão polêmica, muitos imigrantes que estavam fora do país, mas que tem visto de residência nos EUA e são de alguma das nacionalidades citadas no veto (Líbia, Iêmen, Irã, Iraque, Síria, Sudão e Somália), ficaram sem ter pra onde ir. A medida, que tem previsão inicial de durar 3 meses e já separa famílias, deve sofrer ainda novas alterações, que devem incluir mais nacionalidades em sua lista de barrados.

Um decreto bem bizarro, afinal, cidadãos da Arábia Saudita tem livre acesso, por ser um país onde as empresas do atual presidente tem negócios. Conveniente, não é mesmo?

Bom, dado o lado desprezível desta medida, atitudes do bem sempre aparecem para aliviar as bad vibes. O primeiro ministro do Canadá (melhor país!), Justin Trudeau, publicou no Twitter: “Para aqueles que fogem da perseguição, do terror e da guerra, os canadenses irão recebê-los, independentemente de sua fé. A diversidade é nossa força #WelcomeToCanada.” Ele contraria algumas companhias aéreas canadenses, que se posicionaram de forma a cumprir o decreto de Trump.

E não foi só Trudeau que optou pelo bom senso nessa questão toda. O fundador do Airbnb, Brian Chesky, destacou em seu Twitter: “Abrir portas junta todos. Fechar portas nos divide. Vamos encontrar jeitos de conectar pessoas, não separá-las.” E foi seguindo esse pensamento que o Airbnb vai oferecer moradia gratuita para todos os refugiados e pessoas que estiverem fora de suas cidades e países de origem, e que não puderam embarcar com destino aos EUA.

Além de já estar respondendo pedidos de pessoas que entram em contato direto com o site, a empresa também está fechando parcerias com organizações de ajuda humanitária a fim de identificar quem realmente precisa de habitação por conta do decreto Trump. Depois desta fase de identificação, o Airbnb vai conectar essas pessoas com quem queira receber refugiados gratuitamente. Em lugares em que não houver disponibilidade, o próprio Airbnb se comprometeu a subsidiar os gastos com hospedagem.

E não para por aí, viu? Também em repúdio a decisão de Trump, a gigante do café Starbucks anunciou que vai contratar nos próximos 5 anos aproximadamente 10 mil refugiados em mais de 75 países pelo mundo afora. Nos EUA, a seleção dos contratados deve se iniciar por pessoas que prestaram serviços ao exército americano, como intérpretes e tradutores. “Devemos garantir que nossos escolhidos nos ouçam individualmente e coletivamente. A Starbucks faz sua parte”, disse o presidente da empresa Howard Schultz, que ainda acrescentou: “Queremos servir nossos clientes igualmente, tanto em um país cristão quanto em um país muçulmano”.

Depois de todo o fuzuê que o decreto causou, no sábado a Casa Branca voltou atrás e afirmou que a medida não afetará cidadãos que já possuem o Green Card. Mas isso não afrouxou em nada as críticas contra Trump. Tampouco aliviou a angústia entre estrangeiros residentes e viajantes. Ah! E há boatos, segundo a CNN, que o governo do Sr. Cor de Laranja pode começar a obrigar que turistas estrangeiros revelem dados das suas redes sociais, além de fornecerem a lista completa de contatos existentes em seus telefones celulares. Não é uma gracinha, esse Sr. Trump?!

* Foto destaque Raysonho @ Open Grid Scheduler / Grid Engine