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12 horas em Singapura

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

07 de December, 2016

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Apresentado por

Festival de música é um ótimo jeito de se inserir na cultura local na maioria das cidades, especialmente quando são menores e frequentados, na maioria, por locais. Foi o Neon Lights Festival que me levou à Singapura, país que nunca povoou o meu imaginário.

Singapura pode surpreender por vários motivos. É bonita, perfeitinha, verde, extremamente limpa e tudo funciona. O país de uma cidade só prova que é possível criar uma sociedade perfeita a partir do zero. O país conquistou sua independência apenas em 1965 e, como bem disse Mario Vargas Llosa, “mostra que a prosperidade ou a pobreza de um país não são determinadas pela geografia ou pela força”.

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A arquitetura moderna de Singapura. Foto: Rebecca Barreto
A arquitetura moderna de Singapura. Foto: Rebecca Barreto
A arquitetura moderna de Singapura. Foto: Rebecca Barreto
A arquitetura moderna de Singapura. Foto: Rebecca Barreto

Por lá não há miséria e nem mesmo áreas pobres. Singapura criou um sistema de educação, saúde e de mercado de trabalho, notáveis que a coloca na lista de países mais prósperos e modernos do mundo. É o quinto país mais seguro do mundo, mas vale lembrar que Singapura tem leis bem severas, como pena de morte e chibatadas para quem cometer crimes.

O Jardim Botânico de Singapura, que coleciona diversos prêmios, e tem uma orquidário de cair o queixo. Foto: Lalai Persson
O Jardim Botânico de Singapura, que coleciona diversos prêmios, e tem uma orquidário de cair o queixo. Foto: Lalai Persson

Singapura é uma grande colagem de culturas, dificultando um pouco perceber a sua própria que, talvez, ainda esteja sendo construída. Singapura tem menos de seis milhões de habitantes distribuídos em uma área de 719,1km2, metade da cidade de São Paulo, sendo 40% expatriados e apenas metade da população é cidadã , tornando-a um lugar “do mundo”.

Little India. Foto: Rebecca Barreto
Little India. Foto: Rebecca Barreto
A colorida Little India. Foto: Lalai Persson
Little India. Foto: Lalai Persson

E nessa miscelânea cultural há bairros dedicados à outras nações, como Little India, Arab Street e Chinatown, que contrastam totalmente com as demais regiões cheias de arranha-céus de arquitetura moderna. E esse é o charme de Singapura. Vale muito colocar os bairros típicos nos planos, pois eles mostram um lado diferente da cidade. É quente, muito quente, pois está exatamente em cima da linha do Equador, mas há sempre um ponto de fuga com um ar-condicionado potente para nos salvar.

Por dentro da sinagoga no bairro árabe de Singapura. foto: Rebecca Barreto
Por dentro da sinagoga no bairro árabe de Singapura. foto: Rebecca Barreto

O país-cidade é cheio de parques, ruas largas, tem sistema de transporte público impecável possibilitando cruzar qualquer área da cidade num metrô. Não é um destino barato, especialmente se comparar com o restante do sudoeste asiático. É também um dos países com mais restaurantes com estrelas Michelin, guia que aterrissou por lá somente este ano e já incluiu 29 na lista. Um deles tem três estrelas, o francês Joël Robuchon. Além de ser um oásis gastronômico, Singapura é também o paraíso das compras. É um shopping para cada 53.000 habitantes. A Louis Vuitton, por exemplo, tem quatro lojas na cidade. Mas, claro, não é só de alto luxo que estamos falando. Há também muitas marcas de designers locais e marcas internacionais populares, como a H&M, que também tem quatro lojas por lá.

Informações úteis

A moeda corrente é o Dólar de Singapura, o SGD. Um SGD equivale à R$ 2,40. Cartão de crédito é aceito em praticamente todos os lugares, inclusive para comprar passagem em transporte público. O ideal é comprar um cartão numa estação de metrô e incluir crédito, que vai abatendo cada vez que utilizá-lo.

O Uber ou Grab Car são duas boas alternativas para quem quer conforto. A cidade é também ideal para quem adora pedalar. Há diversos lugares para alugar uma, mas vale lembrar das altas temperaturas e umidade do país. Ou alugue uma scooter, que é uma boa possibilidade para explorar Singapura.

É possível ir de ônibus para a cidade a partir do aeroporto, mas o jeito mais simples é de táxi, que custa em média 20 SGD. Na entrada eles podem exigir a carteira de vacinação contra Febre Amarela.

A piscina infinita do Marina Sands Bay. Foto: Rebecca Barreto
A piscina infinita do Marina Sand Bays. Foto: Rebecca Barreto

O ideal, como em qualquer cidade, é se hospedar próximo à uma estação de metrô. Singapura conta com uma extensa rede hoteleira, muitas delas de alto luxo, mas o airbnb pode ser uma ótima opção também. Não é muito claro onde é o centro da cidade, mas os arredores do Fort Canning Park é bem conveniente. Prefira ficar em lugar que tenha uma piscina, pois o calor fará você chorar por uma no fim do dia. Caso não esteja viajando com budget limitado, não deixe de se hospedar pelo menos uma noite no Marina Bay Sands, para poder usufruir de uma das maiores piscinas infinitas do mundo, que agora só é acessada pelos hóspedes.

Qualquer loja de conveniência vende chip para celular, mas é necessário estar com o passaporte em mãos para comprá-lo.

Singapura tem quatro línguas oficiais e praticamente toda a população fala inglês, diferentemente dos demais países asiáticos. Os outros idiomas falados são o chinês, malaio e tâmil, um dos idiomas da Índia.

12 horas

Manhã

Singapura é puro deleite para apreciadores de café. Há diversos cafés super charmosos na cidade, que oferecem grãos de países diversos, especialmente africanos e asiáticos.

Café da manhã no Common Man Roasters. Foto: Lalai Persson
Café da manhã no Common Man Roasters. Foto: Lalai Persson

O Common Man Roasters fica numa rua pacata no bairro River Valley. O café é badalado, amplo, bonito e moderno. O menu é extenso com várias opções de brunch, servidas ao longo do dia. Os ovos benedicts são perfeitos e vale por um almoço. A estrela da casa são os quatro blends para expresso, mas há também um menu mensal dedicado ao café filtrado. É um ótimo lugar também para quem busca uma mesa disponível e um bom wi-fi para trabalhar.

Common Man Roasters
15 Moreton Close Serangoon Garden Estate, Singapura
Horário: diariamente das 8 às 19h

Grafite que vi na caminhada para o Singapore Art Museum. Foto: Lalai Persson
Grafite que vi na caminhada para o Singapore Art Museum. Foto: Lalai Persson

Caso o calor dê uma trégua e queira conhecer melhor a cidade caminhando por ela, encare os 2,2km entre o Common Man Roasters e o Singapore Art Museum. É um passeio bem agradável e vale cortá-lo por dentro do Fort Canning Park, que separa os dois. É possível fazer o trajeto em meia hora.

Instalação de Deng Guoyan, na Bienal de Singapura. Foto: Lalai Persson
Instalação de Deng Guoyan, na Bienal de Singapura. Foto: Lalai Persson

Singapore Art Museum traz um bom panorama da arte contemporânea produzida no Sudoeste Asiático, além de ficar num lindo casarão restaurado do século 19. Quem estiver por lá até 26 de Fevereiro de 2017, poderá visitar a Bienal de Singapura, intitulada “An Atlas of Mirror”, que reúne obras de artistas do sudoeste, sul e oeste da Ásia. O museu é relativamente pequeno e a bienal está dividida em dois prédios, um ao lado do outro. É possível visitá-la inteira em 2,5 horas.

Singapore Art Museum
71 Bras Basah Rd, Singapura
Horários: Segunda a domingo, das 10 às 19h, com última admissão às 18h15. Sexta-feira, até às 21h, com entrada até às 20h15

National Gallery Singapore. Foto: Divulgação
National Gallery Singapore. Foto: Divulgação

A National Gallery Singapore é um dos museus mais novos da cidade, tendo inaugurado em Novembro de 2015. Ele fica num prédio belíssimo que, por si só, já vale a visita. São 64.000m2 abrigando mais de 8.000 obras de arte, o que o torna dono da maior coleção pública de arte do Sudoeste Asiático e de Singapura do mundo. O foco do museu é a história do país contada através de vários formatos de mídia, como vídeo, fotografia, instalações, pinturas, esculturas, cartas, livros. É bem interessante e acaba trazendo um olhar mais curioso à história de Singapura.

National Gallery Singapore
1 Saint Andrew’s Road, #01–01, Singapura
Horários: Domingo a quinta, das 10 às 19h. Sexta e sábado, das 10 às 22h.

Dumpling no Din Tai Fung. Foto: Divulgação
Dumpling no Din Tai Fung. Foto: Divulgação

Uma das boas pedidas locais em Singapura é o dumpling. Apesar de ser uma rede, o dumpling do Ding Tai Fung, é um dos melhores que você vai experimentar na cidade. Caso coma carne, peça o Tuffled Pork Dumpling. Tem vários endereços, mas tem um bem pertinho da National Gallery Singapore.

Ding Tai Fung
3 Temasek Boulevard, #02-302, Suntec City, Singapura

Tarde

library@orchard. Foto: Lalai Persson
library@orchard. Foto: Lalai Persson

A Orchard Road é a Quinta Avenida de Singapura. É cheia de lojas internacionais, shopping centers, restaurantes, cafés, sorveterias e tudo mais que possa imaginar. Dá para entrar e sair de lojas por horas, tomar um suco ou sorvete para refrescar um pouco do calor. O shopping NGEE An City esconde um pequeno tesouro, a Biblioteca Pública – Library@Orchard, dedicada ao design. Dá vontade de ficar horas lá dentro. Além do design moderno, a coleção de livros é de chorar de tão incrível, mas o que realmente chama a atenção é a coleção única de revistas de todos os lugares do mundo. Tem vários espaços para sentar e deixar o tempo passar folheando livros ou revistas.

Library@Orchard
77 Orchard Rd, #03-12 / #04-11 Orchard Gateway, Singapura

Marina Sand Bays. Foto: jt_1983 - Creative Commons
Marina Sand Bays. Foto: jt_1983 – Creative Commons

Não dá para ir para Singapura e não visitar o Garden By the Bay. Vale chegar via Marina Bay Sands, complexo hoteleiro com 3 torres de hotéis conectadas entre si. O Cé La Vi, que fica no skydeck da Torre 3, é uma das opções para tomar um drink, apreciar a vista 360º oferecida do 57º andar e assistir ao pôr-do-sol. Para entrar, é necessário comprar um voucher de 20 SGD de crédito, que poderá ser utilizado na compra de drinks. E de lá é possível contemplar a bela piscina infinita do Marina Bay Sands.

Foto: Marco Zanferrari - Creative Commons
Supertree Grove. Foto: Marco Zanferrari – Creative Commons

Após o pôr-do-sol e fôlego retomado, vá visitar é ir ver de perto a Supertree Grove, no Garden By the Bay. É cerca de um um quilômetro e vale ir via Sands Skypark, o melhor ponto para fotografar as árvores, que tem entre 25 e 50 metros de altura. São dois horários de show de luzes (é cafona, mas é legal), 19h45 e 20h45. Caso queira ver as árvores de cima, rola pagar 8 SGD para ter acesso à uma plataforma, que as conecta.

Cé La Vi, Marina Bay Sands
1 Bayfront Ave, Marina Bay Sands
Supertree Grove, Garden by the Bay
18 Marina Gardens Drive, Singapura

Jantar

La Champañeria. Foto: Divulgação
La Champañeria. Foto: Divulgação

Opções boas não faltam. A região da Craig Road & Duxton Hill é uma área cheia de restaurantes, um colado no outro, das mais diversas cozinhas do mundo. Para um jantar mais descontraído, a La Champañeria é um restaurante espanhol, com um bom cardápio de cava e drinks feitos à base de cava, além de tapas frios e quentes e também algumas opções de pratos principais.

La Champañeria
21 Duxton Hill, Singapura

Lucha Loco. Foto: Divulgação
Lucha Loco. Foto: Divulgação

O Lucha Loco é uma taqueria super charmosa com uma fusão das cozinhas tex-mex, servida em porções para compartilhar. O lugar impressiona pela extensa carta de tequila. Ótima opção para ir com amigos, mas atente que o lugar é bem concorrido.

Lucha Loco
15 Duxton Hill, Singapura

Para fechar a noite

Club Street. Foto: Divulgação
Club Street. Foto: Divulgação

Singapura tem uma rua chamada “Club Street“. É fácil ir andando a partir da Duxton Hill numa caminhada de 10 minutos. Chegando lá é escolher um bar para chamar de seu.

Blu Jaz. Foto: Divulgação
Blu Jaz. Foto: Divulgação

Caso queira encerrar o dia com um show de jazz, Singapura tem uma coleção de bons lugares para ir. O Blu Jaz tem dez anos de história, é super pequeno, oferece comida de qualidade, drinks e, claro, shows ao vivo. Vale conferir a programação aqui.

Blu Jaz
11 Bali Lane, Historic Kampong Glam

*Viajamos para Singapura no projeto #fly2fest, Volta ao Mundo em Festivais de Música, patrocinado pela KLM Brasil, que faz parte do SkyTeam e oferece voos para 1.052 destinos em 177 países. 

Agradecimentos especiais à Rebecca Barreto, que me recebeu de braços abertos, fez questão de me mostrar a cidade e me levar nos seus lugares favoritos.

Foto destaque: Aik Soon

Quem escreveu

Lalai Persson

Data

07 de December, 2016

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Apresentado por

Lalai Persson

Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.