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Spin the Globe: Damien Rice

Quem escreveu

Gaía Passarelli

Data

22 de October, 2015

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“Ficar sozinho é tão importante quanto dormir.” Quem diz é o irlandês Damien Rice, mundialmente conhecido pelo hit “The Blower’s Daughter” (é, aquela mesma que você conhece) do disco O, de 2001. Dono de uma alma sensível, Rice se afastou do estrelato com o lançamento de seu segundo disco, 9, que não teve o mesmo sucesso comercial do primeiro. Decidido a dar uma pausa na carreira, ele passou oito anos sem lançar nada. Mas esse não foi um período pouco criativo, pelo contrário. Longe dos holofotes, Damien teve tempo de compor e se reencontrar, tendo as paisagens da Islândia como inspiração. De volta ao batente desde que lançou My Favourite Faded Fantasy, em 2014, ele passa pelo menos metade do tempo em tour mundo afora – mas sempre arruma tempo de ficar sozinho e voltar para o mar.
 Na entrevista abaixo, por email, ele fala sobre essas paixões e conta o que gostaria de conhecer no Brasil.
Damien Rice toca hoje no Cine Jóia, em São Paulo. Informações e ingressos aqui.
o-DAMIEN-RICE-facebook

Você encontra tempo para se divertir na estrada enquanto está em turnê?O que você gosta de fazer quando tem algum tempo livre numa cidade estrangeira ou onde ainda não esteve?

Gosto principalmente de estar com locais, sejam eles amigos ou pessoas que acabei de conhecer.

No ano passado, por quanto tempo você ficou na estrada? É importante para você encontrar tempo livre nessas viagens?

A gente passa quase metade do ano em turnê, e eu tenho bastante tempo só para mim. Ficar sozinho é tão importante quanto dormir, na minha opinião.

Você consegue se organizar para viajar como um desconhecido, só para se divertir, sem estar em turnê? Se sim, quais são suas lembranças mais marcantes de viagens? 

O mar, o mar, o mar. Eu amo o mar. Amo ir para o mar, entrar no fundo do mar e amo quando o mar encontra a terra. A poesia nos deixa livres para sermos nós mesmos naquela zona entre a segurança e o medo. O mar é tão seguro e tão perigoso. Velejar, sendo o barco levado apenas com a força do vento… Geralmente me sinto tão seguro e conectado com a natureza, ligado àquela sensação de estar vivo, mas eu também tenho consciência de que eu posso morrer a qualquer momento se algo der errado. Vigilância e vivacidade é o que eu sinto quando estou dentro ou sobre as águas do mar. E amo essa sensação.

Após lançar 9, você deu um tempo fora da indústria musical. E passou boa parte desse hiato na Islândia, certo? Por que escolheu esse país?

A inspiração me levou até lá. Não teve muita decisão minha. Um dia me vi indo naquela direção, um pedaço de gelo flutuando e sendo guiado pelas correntes. Eu finalmente cheguei às costas da Islândia e lentamente me fundi àquele lugar, do qual foi difícil partir. É engraçado pensar que, de certa forma, eu fui para a Islândia para permitir que uma parte de mim morresse ou desaparecesse. A Islândia é um ótimo lugar para se desprender da sua pele. As pessoas são muito abertas, e assim é a terra também. Existem poucas outras coisas que são mais empolgantes do que você se descascar e sentir nascer uma pele nova, como se eu tivesse tido o dom de receber uma outra vida, ter meu fogo de volta, meus olhos ansiosos e entusiasmados e meu coração aberto e querendo viver, viver e viver até que eu morra. E eu estou amando a vida neste momento.

Você já foi ao Brasil. Teve a oportunidade de vir aqui sem estar em turnê e visitar lugares no país? Se não, você gostaria de ver ou visitar algum em especial?

Estou ávido para conhecer a floresta tropical. Se você souber de alguém legal, que ama a selva, esteja disposto a respeitá-la e preservá-la e que ainda queira me levar numa expedição, me avise!

Obrigada Domingos Ruiz pela tradução a tempo.

Quem escreveu

Gaía Passarelli

Data

22 de October, 2015

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Gaía Passarelli

Gaía Passarelli é paulistana de nascença, autora do livro "Mas Voce Vai Sozinha?"(Globo, 2016) e do blog How to Travel Light. Encontre-a em gaiapassarelli.com

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Comentários

  • <3

    - Lalai Persson

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